quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A LINGUAGEM DO CRISTÃO

"De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim." (Tg. 3:10)

Da nossa boca, pode-se sair benção ou maldição e a escolha é unicamente nossa, pois todas as nossas ações, pensamentos e palavras passam primeiramente pelo nosso cérebro, onde, do simples mover do braço, ou uma difícil escolha ou uma palavra falada, antes executamos nossas escolhas através do raciocínio.
As escolhas dependem unicamente de nós mesmos, pois até mesmo Deus nos respeita e nos dá o poder de decisão.
Vigie os seus pensamentos, pois eles se tornarão suas palavras, vigie as suas palavras, pois elas se tornarão seus atos, vigie os seus atos, pois eles se tornarão seus hábitos, vigie os seus hábitos, pois eles se tornarão o seu caráter, vigie o seu caráter, ele será o seu destino.

A faculdade da fala é uma característica exclusiva dos humanos, um dom que nos distingue dos animais.
O lamentável é que algumas pessoas fazem mal uso desse dom.
Insultam, blasfemam, dizem palavrões, obscenidades, grosserias e indecências, palavras que às vezes ferem mais do que agressões físicas.
"Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina." (Pv. 12:18)

São cada vez mais as pessoas que têm por hábito dizer palavrões.
Nas escolas, observa-se entre os alunos um aumento no uso de linguagem suja, de baixo calão.
Mas alguns são da opinião que palavras agressivas têm o seu lado bom, principalmente quando usadas para dar vazão aos sentimentos, ajudam a aliviar a tensão.
Um estudante de ciências políticas escreveu: "Palavrões são uma alternativa poderosa quando o vocabulário comum simplesmente não transmite a intensidade dos nossos sentimentos."
Mas, será que é bom os cristãos encararem com tanta naturalidade o uso de palavras agressivas?
O que Deus pensa a respeito?

·         Não use palavras maliciosas
“Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.” (Cl. 3:7-8)

A linguagem obscena e maliciosa não é nenhuma novidade.
Por incrível que pareça, há quase 2.000 anos, nos dias dos apóstolos, as pessoas já usavam termos obscenos.
Parece que alguns na congregação de Colossos falavam obscenidades quando estavam com raiva.
É possível que com isso quisessem agredir ou machucar outros, talvez em retaliação.
Da mesma forma, hoje muitos soltam palavrões quando estão irados.
A carta de Paulo aos colossenses se aplica também aos nossos dias.
Essas palavras são uma advertência bem clara aos cristãos, para não darem vazão à ira dizendo obscenidades como muitos fazem nesses momentos.

Muitos falam obscenidades sem nenhuma intenção de agredir ou machucar os outros.
Na maioria das vezes a linguagem suja faz parte do seu vocabulário do dia a dia.
Acham difícil comunicar-se sem palavrões.
Outros gostam de usar esse palavreado para provocar riso.
Será que isso é grave?
Analise o seguinte.

Para alguns, expressões obscenas e chocantes são um meio de diversão.
São ditas na forma de brincadeiras, na maior parte de apelo sexual.
E muitos que se consideram pessoas decentes acham engraçado e riem.
É por isso que tantos comediantes profissionais fazem piada do comportamento sexual, natural ou desnatural de outros.
Brincadeiras maliciosas são comuns também em filmes, programas de televisão e de rádio.

A Bíblia se declara sobre essa questão.
O apóstolo Paulo escreveu para os cristãos em Éfeso: "Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos;  nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.  Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles." (Ef. 5:3-7)
Está bem claro que a linguagem obscena, quer para agredir quer para divertir, não agrada a Deus.
Ela é imoral e agressiva.
Ela machuca.

·         Palavras rudes não agradam a Deus
“Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo.” (Tg. 3:1-2)

Palavras agressivas abrangem muito mais do que linguagem obscena.
Insultos, sarcasmo, zombaria e crítica severa ferem, e muito.
É verdade que todos nós pecamos por meio de palavras, principalmente no ambiente em que vivemos, onde impera o sarcasmo e a intriga.
Mas nem por isso os cristãos devem encarar esse tipo de linguagem com naturalidade. A Bíblia é categórica ao dizer que o Senhor Deus não aprova palavras agressivas.

Prova disso está no livro bíblico de Segundo Reis que conta o caso de um grupo de meninos que agrediu verbalmente o profeta Eliseu.
O relato diz que eles começaram a fazer troça dele e lhe diziam: Sobe careca! Sobe careca!
O Senhor Deus viu a maldade no coração dos meninos e levou a sério sua agressão verbal.
Segundo esse relato, Deus executou 42 meninos por causa de suas palavras agressivas.
“Então, subiu dali a Betel; e, indo ele pelo caminho, uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo! Sobe, calvo! Virando-se ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do SENHOR; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois deles.” (II Rs. 2:23-24)

Os israelitas caçoavam continuamente dos mensageiros do verdadeiro Deus e desprezavam as suas palavras, e zombavam dos seus profetas até que subiu o furor de Jeová contra o seu povo, até que não havia mais cura.
“Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum.” (II Cr. 36:16)
É verdade que a razão principal de subir o furor de Deus foi o fato de o povo ser idólatra e desobediente.
Mas é interessante como a Bíblia menciona de modo específico a agressividade verbal contra os profetas de Deus.
Isso salienta que Deus desaprova totalmente esse tipo de proceder.

De acordo com isso, a Bíblia adverte os cristãos: "Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos." (I Tm. 5:1)
Esse princípio se aplica a nossos tratos com todos.
A Bíblia nos aconselha a não ultrajar a ninguém, a não ser beligerantes, a ser razoáveis, exibindo toda a brandura para com todos os homens.
“Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra, não difamem a ninguém; nem sejam altercadores, mas cordatos, dando provas de toda cortesia, para com todos os homens.” (Tt. 3:1-2)

·         É bom refrear os lábios
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.” (Pv. 10:19)

Às vezes, a vontade de agredir outro com palavras é tão grande que é difícil resistir.
A pessoa injustiçada pode se achar no direito de punir o ofensor com palavras cruéis e duras, quer pessoalmente quer pelas costas.
Mas mesmo assim os cristãos devem se controlar.

Os anjos de Deus são um bom exemplo disso.
Eles estão bem cientes de todo o mal praticado pela humanidade.
Mesmo tendo mais força e poder do que os humanos, eles não os acusam com termos agressivos.
"Ao passo que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na presença do Senhor." (II Pe. 2:11)
Os anjos sabem muito bem que Deus está a par do erro de todos e que tem capacidade de corrigir a situação, e por isso refreiam os lábios.
Miguel, chefe dos anjos, se conteve até com o Diabo, não usando termos agressivos contra ele.
“Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!” (Jd. 1:9)

Os cristãos se esforçam para imitar os anjos.
Seguem a advertência bíblica: "Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor." (Rm. 12:17-19)

É interessante que às vezes são o tom e o volume da voz que tornam as palavras agressivas.
Muitos casais gritam um com o outro dizendo coisas que machucam.
Há pais que gritam com os filhos.
Mas não há necessidade de gritar para dizer o que sentimos.
A Bíblia insta: "Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia." (Ef. 4:31)
A Bíblia diz também: "Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente." (II Tm. 2:24)

·         Palavras que curam
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lc. 10:27)

Hoje é muito comum as pessoas usarem palavras agressivas e de baixo calão.
Isso torna necessário que os cristãos adotem uma boa estratégia para resistir a essa influência prejudicial.
A Bíblia fornece essa boa estratégia, amar ao próximo. 
A preocupação genuína e o amor ao próximo são motivos suficientes para sempre nos dirigirmos a outros com palavras que curam, que edificam.
A Bíblia diz: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem." (Ef. 4:29)

Outra ajuda para não usarmos palavras agressivas é inculcarmos a Palavra de Deus em nossa mente.
Ler as Escrituras Sagradas e meditar no que lemos é um meio de afastar toda a imundície.
“Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.” (Tg. 1:21)
A Palavra de Deus tem o poder de curar a nossa mente.

Usar o cristão sua língua de tal maneira incoerente é completamente contrário ao propósito com que Deus projetou este órgão da fala.
É algo inteiramente impróprio.
Tal uso iníquo da língua não somente está totalmente em desacordo com a vontade divina, mas é também flagrante incongruência.

Jesus disse: “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt. 7:17-20)
Por conseguinte, os frutos que produzimos, inclusive os de nossa língua, identificam o que somos, e há o grande perigo de sermos cortados se usarmos a língua de modo errado.

Da boca procede bênção e maldição, como afirma Tiago.
A escolha sobre qual palavra usar vai ser determinada de acordo com o que está em seu coração, por isso Deus aconselha: "Enchei-vos do Espírito Santo." (Ef. 5:18)

Deus te abençoe.

Amém!!!


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