sexta-feira, 30 de março de 2018

O AMOR EXTREMADO DE MÃE


“Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite. Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e concubina de Saul.” (II Sm. 21:10-11)

A narrativa bíblica que fala da vida de Rispa, seu comportamento, sua atitude frente às muitas lutas que passou na vida, demonstra que tipo de mulher ela era.

Rispa era uma mulher bonita que atraia os olhos de todos os homens que passavam.
Concubina do Rei Saul, teve com ele dois filhos Armoni e Mefibosete, eles foram criados no palácio real.
Rispa conheceu a glória de gerar dois príncipes e a viver sustentada e honrada pelas benesses, promovida pelo reinado de Saul.

Rispa é um exemplo de vigilância e tenacidade mesmo depois da morte dos filhos. Isto revela o perfil de uma dedicada e amorosa mãe, daquelas que encaram a maternidade não apenas como uma responsabilidade, mas como uma bênção. Que veem nos filhos uma herança do Senhor.

Mas um dia o rei Saul, pai de seus filhos é perseguido e morre.
Começa na vida de Rispa, o período de dificuldade, escassez, perdas, e fugas.
Ela experimentou o período de deserto e exploração.
Com tenacidade perseverou até que Deus se tornou favorável para com a terra. 

Mães que oram pelos seus rebentos não desanimam diante das dificuldades; não consideram perda de tempo os momentos que gastam com os filhos, ou orando por eles; faça sol ou faça chuva, mesmo nos dias corridos como os de hoje; atendem ao bom andamento da sua casa e investem na prole visando o futuro. “Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça.” (Pv. 31:27)

Rispa não permitiu nem que os restos mortais dos filhos fossem vítimas de ataques de aves e outros animais.
E olhe que ela velava mortos!
Isto fala de responsabilidades e deveres familiares.
Os filhos são personalidades em formação.
São seres que dependem do amor, do exemplo, da autoridade, orientação e disciplina de pais e mães conscientes da missão que lhes foi delegada pelo Criador, a quem prestarão contas.

Houve um tempo de fome que perdurou por três anos e atingiu Israel durante a primeira metade do reinado de Davi, em Jerusalém.
Acreditava-se que esta calamidade aconteceu por causa de Saul e da sua casa sanguinária, desrespeitando a aliança que havia entre Israel e os gibeonitas, onde Israel deveria protegê-los, e Saul matou os gibeonitas.
Os gibeonitas não eram israelitas, mas o restante dos amorreus, que Saul perseguiu de dentro de Israel.
Então, o rei Davi consultou-os sobre como o grande mal que Saul causou a eles poderia ser reparado.
Eles responderam que só a morte da descendência de Saul poderia amenizar o grande mal.
E assim foi feito.
Davi concordou em entregar a eles os dois filhos de Rispa e cinco dos filhos de Merabe, filha mais velha de Saul, que ela tivera à Adriel.
Os gibeonitas os condenaram à morte, e penduraram seus corpos no santuário em Gibeá.

Então Rispa tomou seu lugar sobre a rocha de Gibeá, e por seis meses observou os corpos suspensos de seus filhos, para impedi-los de ser devorado pelas feras e aves de rapina, até serem finalmente levados para baixo e enterrados por Davi.
“Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite.” (II Sm. 21:10)

  • O AMOR LEVADO AO EXTREMO DE UMA MÃE

Rispa possuía como herança seus dois filhos.
Deles nasceriam os netos e sua posteridade seria concretizada.
Mas um dia por ordem do rei Davi, seus filhos foram sacrificados para que a maldição sobre Israel fosse extirpada.

Será que você pode imaginar essa cena: Armoni e Mefibosete, sendo levados pelos guardas, e Rispa chorando e gritando pelos filhos.
A morte estava atravessando sua alma.
Mas Rispa decide enfrentá-la, não abandonando seus filhos no tempo que eles mais precisaram da presença da mãe, no tempo da morte.

Essa forma de lidar com as agruras da vida nos faz lembrar Maria, mãe de Jesus, quando muitos o abandonaram, ela estava presente, uma mãe amorosa e sofredora ficou ao pé da cruz.
“E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.” (Jo. 19:25-27)

Mães! Nunca desista de seus filhos eles precisam de você em todas as horas, principalmente quando a vida apresenta suas dificuldades.

Ao ver seus filhos mortos, Rispa, em grande desespero tomou a decisão de não abandonar seus corpos, pois sabia que em pouco tempo seriam dilacerados pelas aves e pelas feras do campo.
Ela pegou seu pano de saco e montou vigília dia e noite, enxotando as bestas feras, protegendo assim os corpos de seus filhos, mesmo quando em decomposição.
Ela não se afastou.

Seis meses, se passaram, e Rispa, fraca, débil, sem tomar banho, permanecia em sua vigília.
Seu ato longe de causar desaprovação daquela comunidade, trouxe um tempo de grande reflexão e comoção social.

Rispa é o símbolo da mãe, amorosa, persistente, despojada, lutadora.
Que decide lutar até ao extremo, movida pelo amor de mãe, que quando sente seus filhos arrancados de seus braços, decide lutar  para protegê-los, mesmo na morte,  não se deixando vencer, nem dando prazer as bestas feras.

Sua atitude é um exemplo às nações da expressão do amor sacrificial.
Era como se dissesse: por vocês meus filhos, jamais deixarei que as aves de rapina consumam seus corpos ainda que estejam mortos.

Quais são as aves de rapina que tentam destruir nossos filhos: Vícios das drogas, prostituição, namoros libertinos, vida libertina, rebeldia, más companhia. Etc.

Infelizmente muitos pais abandonam seus filhos ainda vivos, deixando-os para serem dilacerados pelas bestas feras desta vida.
Uma vergonha! Mas ainda a tempo de mudança de comportamento.

  • AS RECOMPENSAS RECEBIDAS PELO AMOR

O ato de amor extremo de Rispa pelos seus filhos comove o Rei dos Reis, o Senhor Todo Poderoso, mandando chuva na terra, e comove o coração do rei Davi, dando dignidade aqueles filhos, concedendo que fossem enterrados junto a seu pai.

s  A chuva de bênção sobre a terra
“…desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu...”
      
O ato singular de Rispa, seu sacrifício, sua dor, seu sofrimento gera bênção a toda uma nação, fazia mais de três anos que a terra não recebia a chuva.
A repreensão de Deus trouxe a escassez, mas o sacrifício trouxe a chuva e com chuva a bênção da provisão.      
Deus aceitou o sacrifício dos filhos de Rispa e abençoou a terra de Israel.

s  Honrada pelo rei
“Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e concubina de Saul. Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra.“ (II Sm. 21:11-14)
  
Os filhos de Rispa, Armoni e Mefibosete, receberam uma sepultura digna ao lado seu avô, Quis, seu pai rei Saul e seu irmão Jonatas.

  • O AMOR DE DEUS POR NÓS É EXTREMO

“Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. “ (Jo. 13:1)
         
O amor de Deus por seus filhos é semelhante ao de Rispa que é levado ao extremo.
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm. 5:8)
    
O filho unigênito do Pai foi crucificado por amor aos pecadores. 
Jesus morreu para que a terra fosse abençoada com salvação.
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos,” (Ef. 2:4-5)
        
Jesus é a própria água viva que desceu dos céus para trazer vida a humanidade.
”No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (Jo. 7:37-38)
         
Deus nos dará o galardão pelo reconhecimento da perseverança, do amor e da dedicação devotado ao seu reino e a sua palavra.
”Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb. 11:6)        
Na maioria das vezes, nós não entendemos os desígnios de Deus.
Porque aqueles rapazes tiveram que ser sacrificados de forma tão desumana?
Porque o sacrifício de Jesus foi tão duro?
Hoje, sabemos que havia propósitos por detrás desses acontecimentos.
E mesmo em grande tristeza, o amor pode ser exaltado e conhecido.
Muitas lições puderam ser tiradas deles e atitudes puderam ser reexaminadas.
A nação de Israel pode contemplar até que ponto o amor de uma mãe pode ser medido e as nações puderam conhecer o amor sem igual de Deus por essa humanidade, na morte salvadora de Jesus.

Queridos pais e mães de hoje, se quereis preparar filhos saudáveis para a vida e para o serviço de Deus, precisais, urgentemente, não apenas de ajuda do Alto, mas também de comprometimento com a missão de ensinar a criança no caminho em que deve andar.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.”(Pv. 22:6)

Sim, porque não basta dar condições para que nada falte aos filhos em termos de educação de qualidade, alimentação, roupas, lazer, acesso a todo aparato tecnológico possível e imaginável.
Urge criá-los na disciplina e no temor do Senhor.
“Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.” (Sl. 34:11)
Urge impor limites e responsabilidades.
Urge “cobrir” adequada e permanentemente os filhos, criando no lar um ambiente saudável, em que o respeito, o amor, a oração e a fé sejam o verdadeiro alicerce da família.
Do contrário, como Rispa, vereis vossos filhos pagarem pelos vossos erros.
Lembre-se: Seus filhos são herança de Deus.

Amém!!!

quinta-feira, 29 de março de 2018

AINDA QUE


"Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado." (II Co. 12:15)

Ao ler este versículo uma palavra me chamou a atenção: "Ainda que."
Esta frase,dita e escrita  por Paulo,numa carta á igreja de Corintos, revela o caráter e o sentimento de um homem de Deus  cujo amor  ultrapassou o ponto da humana  necessidade de reconhecimento, gratidão ou retribuição, para amar incondicionalmente as vidas que o próprio Deus amou.                                     

“Ainda que” é uma expressão que usamos para indicar que embora tudo conduza para um lado, iremos para o outro.
Sugere que mesmo que as circunstâncias estejam contrárias não desistiremos.
O apóstolo Paulo usa essa ideia ao dizer: “"Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado." (II Co. 12:15)                                       

Essas palavras revelam que sua doação aos homens não está atrelada a retribuição e reconhecimento dos mesmos.
Precisamos de uma geração que diga mais “ainda que”.
Necessitamos decidir nos doar pelas pessoas ainda que não haja a gratidão das mesmas.
Precisamos amar ainda que não sejamos amados.
Obedecer ainda que sejamos apedrejados. Pois, quem condiciona sua obediência a Deus pela aprovação do outro irá parar quando o mesmo o rejeitar.
Embora fazer sem reciprocidade pareça ser uma tarefa difícil ela pode ser feita se estivermos atentos ao foco que Cristo tinha na Terra.
O Mestre amou ainda que os outros o maltratassem, pois tinha como foco de obediência a vontade de Deus e não a reação das pessoas. Seu objetivo era fazer o Pai feliz e não desistir pela rejeição dos homens. Se o foco for agradar a Deus, a traição de Judas, a negação de Pedro, as chicotadas e até mesmo a Cruz não vão nos parar.

Quando o Espírito Santo derrama o amor de Deus em nossos  corações, e ficamos saturados desse mesmo Espírito, começamos a ficar famintos, "esfomeados" de uma comunhão profunda com Jesus, a ponto de não sermos mais nós, mas ser Cristo a brilhar e a agir por nós e em nós. O nosso querer passa ser o de Jesus, os nossos interesses os de Jesus, a nossa vida a ser a vida de Jesus em nós.

No trabalho cristão não temos o direito de nos deixar conduzir por simpatias pessoais.  Temos que dar a luz, a água viva e o pão do céu, começando na nossa casa, filhos, irmãos, esposa, marido, parentes, na nossa rua, até aos confins da terra, sem olhar a estatuto social, cor da pele, língua ou raça. Todos são almas por quem Cristo morreu e é preciso que o saibam.

A vida de Jesus consistia em levar a todos o conhecimento da vontade do Pai, e a vontade do Pai era que todos O conhecessem como Único Deus verdadeiro e conhecessem a Jesus, a quem tinha enviado para a salvação do mundo.

Nós não podemos ser mais de nós mesmos, para servirmos à nossa vontade. Nós não devemos ter outros objetivos além de servir a Jesus levando a Sua mensagem e o Seu amor a todos os homens.
Neste sentido, Paulo dizia: - "Eu de muito boa vontade me gastarei e me deixarei gastar a favor das vossas almas, ainda mesmo que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado de vós."
Não importa que venha a ser considerado "anátema", separado de Cristo, contanto que vós sejais amados de Cristo e O ameis de todo o coração.

Parece um contrassenso, mas é mesmo assim. Quando amamos de verdade, não é exagero falar assim. Paulo amava realmente a Jesus e estava pronto a gastar-se, a apagar-se para que os outros fossem salvos.

Contudo, Deus jamais consentirá na morte, na perdição dos Seus filhos. Ninguém os arrebatará da Sua mão. Esta forma de pensar, mostra bem quanto Paulo amava o seu Senhor e a Sua Obra.

A geração do “ainda que” é perseverante pois tem sua alegria em Deus e não nos resultados da terra como alvo maior.
Essa geração é capaz de dizer: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Hc 3.17-18)

Responda ao chamado de Deus e decida ser um adorador AINDA QUE tudo esteja desabando ao seu redor.
Quem sabe se em ti Deus não estará chamando para o Seu ministério um novo Paulo?

Que a minha oração de hoje seja a sua também:

Quero ter o sentimento de Paulo. Quero amar sendo reconhecido ou não, quero me deixar gastar pela consolidação da Igreja. Meu Deus!
Muitas vezes minhas atitudes são louvadas, eu sei, mas que eu não me engane com estas ocasiões nem me  acostume com elas, pois pode ser, como também já foi, que muitas outras vezes, sem que eu mereça, meu excesso de amor incomode e seja acusado de ''estar atrapalhando.''
Que Deus me dê forças, que me tire a cada dia a necessidade da gratidão dos homens, até que eu fique bem parecida contigo meu Jesus, com Paulo, e cumpra meu ministério até o fim. Oro em nome de Jesus, o Cristo, que tudo entregou por amor.

Amém!!!

quarta-feira, 28 de março de 2018

APRENDENDO A PERDOAR


“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.” (Mt. 5:23-24)

Se uma pessoa ofende a outra, por ira ou por qualquer outra causa, de nada adianta trazer uma oferta a Deus. O Senhor não terá prazer nessa atitude. Quem ofende, precisa primeiro transformar o errado em correto. Só então a oferta será aceitável.

A reconciliação não é algo a ser praticado somente entre nós e Deus, mas também para com nossos irmãos.
Reconhecemos, que, à semelhança da cruz, também temos duas linhas do fluir da reconciliação: a vertical, o homem com Deus e a horizontal, entre os homens.
O mesmo perdão que recebemos de Deus deve ser praticado para com nossos semelhantes.

  • QUEM NÃO PERDOA NÃO É PERDOADO
O perdão, ou a falta dele, faz muita diferença na vida de alguém.

A reconciliação horizontal determina se a vertical que recebemos de Deus vai permanecer em nossa vida ou não.
A palavra de Deus é clara quanto ao fato de que se não perdoarmos a quem nos ofende, então Deus também não nos perdoará.
Foi Jesus Cristo quem afirmou isto no ensino da oração do Pai-nosso.
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mt. 6:14-15)

Deus tem nos dado seu perdão gratuitamente, sem que o merecêssemos, e espera que usemos do mesmo espírito misericordioso para com quem nos ofende.
Se fluímos com o Pai Celestial no mesmo espírito perdoador, permanecemos na reconciliação alcançada pelo Senhor Jesus.
Contudo, se nos negamos a perdoar, interrompemos o fluxo da graça de Deus em nossa vida, e nossa reconciliação vertical é comprometida pela ausência da horizontal.
Cristo também nos advertiu com clareza sobre isto em uma de suas parábolas.
“Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. E passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o seu senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga. Então o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: paga-me o que me deves. Então o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que havia se passado, entristeceram-se muito, e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera. Então seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida. Assim também o meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.” (Mt. 18:23-35)

O significado desta ilustração dada por Jesus Cristo é muito forte. Temos um rei e dois tipos de devedores. Se a parábola ilustra o reino de Deus, então o rei figura o próprio Deus. O primeiro devedor tinha uma dívida impagável, enquanto que a do segundo estava ao seu alcance. Não há como comparar a dívida de cada um. Dez mil talentos da dívida do primeiro servo era o equivalente a cerca de 200.000 dias de trabalho, enquanto que os cem denários que o outro servo devia era o equivalente a apenas cem dias de trabalho. Esta diferença revela a dimensão da dívida que cada um de nós tinha para com Deus, e que, por ser impagável, estávamos destinados à prisão e escravidão eterna. Contudo, sem que fizéssemos por merecer, Deus em sua bondade nos perdoou. Portanto, Ele espera que façamos o mesmo. O cristão que foi perdoado de seus pecados e recusa-se a perdoar um irmão, seu conservo no evangelho, terá seu perdão revogado.

Isto é muito sério.
As ofensas das pessoas contra a gente não são nada perto das nossas ofensas que o Pai Celestial deixou de levar em conta.
E a premissa bíblica é de que se podemos ser perdoados por Ele, então também devemos perdoar a qualquer um que nos ofenda.

  • A FALTA DE PERDÃO É UMA PRISÃO
Quem não perdoa, está preso. 

“E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida.” (Mt.18:34)
A palavra verdugo significa “torturador”.
Além de preso, aquele homem seria torturado como forma de punição.
A prática do ministério nos revela que o que Jesus falou em figura nesta parábola é uma realidade espiritual na vida de quem não perdoa.
Os demônios amarram a vida daqueles que retém o perdão.
Suas torturas aplicadas são as mais diversas: angústia e depressão, enfermidades, debilidade física, etc.

Muita gente tem sofrido com a falta de perdão.
A falta de perdão produz dano maior em quem está ferido do que naquele que feriu.

Alguns acham que o perdão é um benefício para o ofensor.
Porém, o benefício maior não é o que foi dado ao ofensor, mas sim o que o perdão produz na vítima, naquele que está ferido.
Sem perdão não há cura. A doença interior só se complica, e a saúde espiritual, emocional e física da pessoa ressentida é seriamente afetada.

O Senhor Jesus nos adverti do mesmo perigo:

“Entra em acordo sem demora com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.”  (Mt. 5:25-26)

A falta de perdão me prende e pode prender a vida de mais alguém. Isto é um fato comprovado.
Pessoas estiveram presa por tantos anos, e ao decidir perdoar foi imediatamente livre.
Isto também pode acontecer com você, basta decidir perdoar.

  • SEGUINDO O EXEMPLO DIVINO
Como deve ser o perdão?

A pessoa tem que pedir o perdão ou merecê-lo para poder ser perdoada? Não.
Devemos perdoar como Deus nos perdoou:

“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.” (Ef. 4:32)

O nosso perdão e reconciliação horizontal deve seguir o exemplo da que Deus em Jesus praticou para conosco.
Fizemos por merecer o perdão de Deus? Não.
Então nosso ofensor também não precisa fazer por merecer.

O perdão é um ato de misericórdia, de compaixão.
Nada tem a ver com merecimento.
O apóstolo Paulo falou aos efésios que o perdão é fruto de um coração compassivo e benigno.
O perdão flui da benignidade do nosso coração, e não por haver ou não benignidade no ofensor.

Jesus disse que se eu souber que alguém tem algo contra mim, devo procurá-lo para tentar a reconciliação.
Mesmo se tal pessoa não me procurar ou nem mesmo quiser falar comigo, tenho que ter a iniciativa, tenho que tentar.
Deus ofereceu perdão gratuito a todos, independentemente de qualquer comportamento, e Ele é nosso exemplo!

  • O DIABO É QUEM LEVA VANTAGEM
Há uma prisão espiritual ocasionada por reter o perdão.

E os demônios se aproveitam desta situação.

“A quem perdoais alguma cousa, também eu perdôo; porque de fato o que tenho perdoado, se alguma cousa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.”  (II Co. 2:10-11)

O apóstolo Paulo revela que se deixamos de perdoar, quem vai se aproveitar da situação é Satanás, o adversário de nossas almas.
Disse ainda, que não ignorava as maquinações do maligno.
Em outras palavras, ele estava dizendo que justamente por saber como o diabo age na falta de perdão, é que não podia deixar de perdoar.

Precisamos entender que Deus não será engrandecido na falta de perdão.
Que o ofendido não lucra nada por não perdoar.
Que até mesmo o ofensor pode estar espiritualmente preso.
O único que lucra com isso é o diabo, pois passa a ter autoridade na vida de quem decide alimentar a ferida do ressentimento.

A Bíblia nos ensina que não devemos dar lugar ao diabo.
Que ele anda em nosso derredor rugindo como leão, buscando a quem possa tragar, e que devemos resisti-lo.
Mas quando nos recusamos a perdoar, estamos deliberadamente quebrando todos estes mandamentos.

  • COMO PERDOAR
O perdão não é um sentimento, é uma decisão e também uma atitude de fé.

O perdão não é por merecimento, logo, não tenho motivação alguma em minhas emoções a perdoar.
Não me alegro por ter sido lesado, mas libero aquele que me lesou por uma decisão racional.
O perdão não flui espontaneamente, deve ser gerado no coração por levar em consideração aquilo que Deus fez por mim e sua ordem de perdoar.
As consequências da falta de perdão também devem ser lembradas, para dar mais munição à razão do que à emoção.

É preciso fé para perdoar.
É necessário crer que Deus é justo e que Ele não nos pede mais do que aquilo que podemos dar.
Se Deus nos pediu que perdoássemos, Ele vai nos socorrer dispensando sua graça no momento em que tivermos uma atitude de perdão.

Muitas vezes o perdão precisa ser renovado.
Depois de declarar alguém perdoado, o diabo, que não quer perder seu domínio, vai tentar renovar a ferida.
É preciso tomar uma decisão de esquecer o que houve, e renovar somente o perdão.
Cada vez que a dor tentar voltar, declare novamente seu perdão.
Ore abençoando seu ofensor.
Lute contra a mágoa!

É importante ver os ofensores como vítimas.
Isto é algo especial em Jesus na cruz: “Contudo Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”  (Lc. 23:34)

Em vez de olhar para eles como quem merece punição e castigo, Jesus enxerga que eles também eram vítimas.
Aqueles homens estavam em cegueira e ignorância espiritual, debaixo de influência maligna, sem nenhum discernimento de quem estavam de fato matando.
Eram vítimas de todo um sistema que os afastou de Deus e da revelação das Escrituras.
E ao reconhecer que eles é que eram vítimas, em vez de alimentar dó de si mesmo, como muitos de nós faríamos, Jesus teve compaixão deles.
Este é um princípio para o perdão fluir livremente.

Quando você começa a enxergar as misérias da vida espiritual de seu ofensor, e canaliza o amor de Deus por ele, como você também necessita do amor divino ao se achegar arrependido em busca de perdão, a coisa fica mais fácil.
Deus não recebe nenhuma adoração de um cristão que não esteja em condições amigáveis de conversar com o próximo.

Amém!!!


A PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO SANTO


“Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito. Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará. Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” (II Rs. 2:9-11)

No Antigo Testamento podemos perceber claramente as muitas profecias que foram feitas acerca de Jesus Cristo e também sobre a Sua Igreja que haveria de vir.
Elias e Eliseu tipificam de forma bastante clara as pessoas de Cristo e da Igreja.
Os significados de seus nomes, já nos falam claramente da pessoa de Cristo e sua obra: Elias significa “Javé é Deus” e Eliseu “Javé é meu socorro”.

  1. Semelhança entre Elias e Jesus


Ao analisarmos a obra do profeta Elias vamos encontrar muitas semelhanças com a obra de Cristo.

Na verdade, as obras deste profeta já profetizavam sobre as obras que o próprio Cristo faria.
Nós vemos Elias, nos tempos de Acabe, exercendo autoridade sobre o clima, profetizando seca e posteriormente chuva, assim também Jesus Cristo junto com seus discípulos, acalmando uma tempestade.

Em outro momento, vemos o profeta Elias pedindo água na casa de uma viúva.
“Então, ele se levantou e se foi a Sarepta; chegando à porta da cidade, estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, uma vasilha de água para eu beber.” (I Rs. 17:10)
Jesus Cristo também faz o mesmo, no encontro com a mulher de Samaria.
“Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.” (Jo. 4:7)
A provisão de Deus se fez presente em ambos os encontros.

Vemos também através de suas obras o milagre da ressurreição, quando ambos ressuscitam o filho único de uma viúva.
“O SENHOR atendeu à voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu.” (I Rs. 17:22)
“Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!” (Lc. 7:14)

Outras semelhanças entre Elias e Cristo:
Ambos passaram 40 dias no deserto e foram servidos por anjos.
Ambos, quando procurados pelos oficiais a serviço do rei, voluntariamente se entregaram.
Elias antes de ser arrebatado, passou por Gilgal que tem o mesmo significado de Gólgota e desceu até Betel Finalmente, ambos foram arrebatados aos céus.

Como podemos ver, muitas são as semelhanças entre Elias e Jesus Cristo.
Todavia, tais semelhanças se confirmam e se completam, verdadeiramente, na pessoa de Eliseu, que traz profeticamente, não somente a figura de Jesus Cristo, mas também a de Sua Igreja.

¨       Semelhanças com Eliseu
Assim como Eliseu é o prosseguimento da obra de Elias, a Igreja é a continuação da obra de Cristo!

Eliseu é tanto uma figura de Cristo como uma figura da Igreja, mesmo porque Cristo e a Igreja fazem parte do mesmo corpo!

Assim como Elias jogou seu manto sobre Eliseu, o Senhor Jesus lançou seu manto sobre a Igreja!
Eliseu despediu-se de sua família para seguir a Elias.
Assim, também, a Igreja precisa despreender-se das coisas do mundo para seguir ao Senhor.

Quando Eliseu se despediu de sua família para seguir a Elias, não foi dito que ele a abandonou.
Temos que entender que a decisão de seguir a Deus não depende de qualquer aceitação por parte de nossos familiares.
Todavia, se eles não concordam com a nossa decisão, não é por causa disto que devemos abandoná-los, muito pelo contrário, se assim o fizermos estaremos dando um péssimo testemunho de cristão.
Despedir-se não é abandonar!
O que devemos realmente abandonar são as coisas deste mundo que nos impedem de seguir a Deus fielmente.

Eliseu não estava interessado nas coisas deste mundo, por isso, quando Elias lhe disse para escolher o que queria de herança, ele pediu: “A porção dobrada do teu espírito.”

Irmãos, sejamos como Eliseu, desejemos a porção dobrada do Espírito de Deus.
A Igreja precisa receber a porção dobrada do Espírito e para isso precisamos de Fé e Obediência!

Assim como Eliseu multiplicou também o azeite que a viúva possuía, Jesus também quer aumentar o azeite de nossas vasilhas.

Eliseu tipifica a Igreja, portanto: Há muito suprimento na Igreja de Cristo!

Assim como Eliseu ressuscitou um homem, após jogarem o corpo deste em seu túmulo, mesmo quando já estava já morto, Jesus Cristo através de sua ressurreição, quer ressuscitar todas as áreas de nossas vidas, que estão mortas.
Sucedeu que, enquanto alguns enterravam um homem, eis que viram um bando; então, lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, logo que o cadáver tocou os ossos de Eliseu, reviveu o homem e se levantou sobre os pés.” (II Rs. 13:21)
Eliseu tipifica a Igreja, da mesma forma, também há poder de ressurreição na Igreja de Cristo!

Irmãos, sejamos como Eliseu, desejemos a Porção Dobrada do Espírito de Deus!

“Busquemos a porção dobrada do Espírito de Deus.”

Amém!!!