terça-feira, 31 de julho de 2018

AQUELE QUE ME VÊ


"Então, ela invocou o nome do SENHOR, que lhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?" (Gn. 16:13)

Vivemos num mundo em que é cada vez mais comum fazermos coisas que capturem o olhar do outro para nós. Nunca estivemos tão à mostra, tão visíveis.
Em nossas redes sociais escolhemos cuidadosamente nossas imagens e curtimos demais nossos links. Todavia, enfrentamos em nosso dia-a-dia momentos de dúvida, de ira, de solidão, de desamparo, de fracasso, de frustração, de caprichos, os quais não sabemos, muitas vezes, como nem com quem compartilhar. Eles raramente cabem no Instagram ou no Facebook. É nessas horas que nos recolhemos em nossos desertos. Isso também aconteceu com uma mulher chamada Agar.

Agar era egípcia, não estava sob as promessas do escolhido Abrão, era uma escrava, deflorada por um homem que não era seu esposo, e na condição de escrava não podia fazer, ou dizer nada.
Mas, a solução bateu à sua porta, ela estava grávida, parecia que seus problemas tinham terminado, sua vida enfim iria melhorar, mas este pensamento lhe foi por laço, ela se esqueceu de sua condição de escrava e começou a sentir-se importante e passou a desprezar a sua senhora, causando a esta afronta, ciúme e inveja. Abrão foi imparcial e Sara a maltratou, de tal modo, que ela teve de fugir de sua presença.
Neste momento da vida de Agar, tudo parece acabado, como uma mulher, escrava, grávida, maltratada, desprezada, e ainda, longe de sua terra natal, sem família e sem amigos, poderia sobreviver? Só há uma saída: DEUS.
Ela fez isso, orou ao Senhor! Deus lhe atendeu e enviou um anjo, ela não recebeu d'Ele nenhum milagre, nada sobrenatural, mas recebeu o que mais precisava: Valor! Ela agora sabia: Deus viu a sua aflição, ouviu sua oração, e lhe enviou um anjo, e tem mais: Deus lhe faz promessas grandiosas. 
Nessa experiência, Agar reconheceu a presença do Senhor e lhe chamou por um nome: El-Roi, que significa “Deus me vê”.
Vamos meditar sobre o maravilhoso poder de Deus de nos ver.

                      I.        O Deus que me vê como ninguém mais

Quando se viu grávida de Abrão, Agar começou a se comportar de um jeito diferente com Sarai, de modo que esta se sentiu desprezada. A reação da dona da casa foi maltratar a serva a ponto de ela não suportar e fugir.
"Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos; tendo, porém, uma serva egípcia, por nome Agar, disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao conselho de Sarai. Então, Sarai, mulher de Abrão, tomou a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, depois de ter ele habitado por dez anos na terra de Canaã. Ele a possuiu, e ela concebeu. Vendo ela que havia concebido, foi sua senhora por ela desprezada. Disse Sarai a Abrão: Seja sobre ti a afronta que se me faz a mim. Eu te dei a minha serva para a possuíres; ela, porém, vendo que concebeu, desprezou-me. Julgue o SENHOR entre mim e ti. Respondeu Abrão a Sarai: A tua serva está nas tuas mãos, procede segundo melhor te parecer. Sarai humilhou-a, e ela fugiu de sua presença." (Gn. 16:1- 6)

O anjo de Deus a encontrou, chamou-a pelo nome, deu-lhe uma direção e lhe fez a promessa de uma descendência incontável, além de abençoar seu bebê.
"Tendo-a achado o Anjo do SENHOR junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur, disse-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vens e para onde vais? Ela respondeu: Fujo da presença de Sarai, minha senhora. Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Volta para a tua senhora e humilha-te sob suas mãos. Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremodo a tua descendência, de maneira que, por numerosa, não será contada. Disse-lhe ainda o Anjo do SENHOR: Concebeste e darás à luz um filho, a quem chamarás Ismael, porque o SENHOR te acudiu na tua aflição. Ele será, entre os homens, como um jumento selvagem; a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará fronteiro a todos os seus irmãos." (Gn. 16:7-12)

Diante dessa experiência, Agar reconheceu que o próprio Deus estava ao lado dela, olhando por ela, e afirmou: El-Roi, Deus me vê!
"Então, ela invocou o nome do SENHOR, que lhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?" (Gn. 16:13)

O Deus de Abrão e Sara também se revelou a Agar, fazendo-a alvo de seu amor, independentemente de sua nacionalidade, religião ou condição social. Agar, então, sentiu-se percebida, notada, valorizada.
O Todo Poderoso inclinou-se até ela para confortá-la e dar-lhe a atenção que ninguém mais podia ter dado.

                     II.        O Deus que me vê como preciso

Ao maltratar Agar, Sarai não percebeu que o aparente capricho de sua escrava tinha um motivo: ela queria ser vista de um jeito diferente, talvez como a mãe do filho de Abrão. Mas isso, de fato, não seria possível, não naquela sociedade, não naquele contexto. Só o Senhor a poderia olhar como mãe e como mãe de uma nação.
Para Abrão e Sarai, no entanto, ela seria sempre uma serva.
A direção dada a Agar, a qual ela obedeceu, foi que voltasse e se submetesse a sua senhora.
"Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Volta para a tua senhora e humilha-te sob suas mãos."  (Gn. 16:9)
Embora Sarai não a visse de modo especial, o Senhor a enxergava como ela precisava.
"Disse-lhe ainda o Anjo do SENHOR: Concebeste e darás à luz um filho, a quem chamarás Ismael, porque o SENHOR te acudiu na tua aflição." (Gn. 16:11)

É muito difícil quando pessoas próximas de nós não conseguem nos ver como gostaríamos de sermos vistos. Isso nos fere e nos faz, muitas vezes, fugir da situação.
Esse texto nos ensina que é pela lente do Senhor que precisamos nos enxergar.
A situação de Agar não mudou. Ela voltou e continuou sendo escrava e sendo tratada como escrava, mas ela sabia como Deus a via. E mais ainda, ela sabia que isso era o que mais importava.

Um dia, nós que conhecemos o Senhor, percebemos que Ele nos olhava e nos tornamos seus filhos.
Mas conforme nossa jornada nessa terra vai se complexificando, temos prazer em receber outros olhares, e começamos a alimentar esse desejo e, muitas vezes, viver em função deles. Queremos ser elogiados, prestigiados, amados.
Brigamos com pessoas que não nos olham como esperávamos, ficamos com raiva delas e até cortamos relações.
Nosso sofrimento, entretanto, é fruto de uma busca equivocada, por olhares que não têm condição de nos ver como desejamos.
A resposta para a nossa dor, na maioria das vezes, está dentro de nós.
O que nos frustra nesta vida? Não seriam os nossos sentimentos, as nossas expectativas?
Sofremos porque achamos que somos alguém, que temos direitos, que somos melhores, ou mais importantes do que os outros, e quando alguém nos trata diferente disso, a casa cai, e ficamos embrutecidos, decepcionados, e sabe Deus o que mais.
Aprenda que o seu valor vem de Deus e não dos homens.
DEUS É NOSSO EL-RÓI.
Ele está te vendo agora, não pense que Ele se esqueceu de você, não pense que Ele seja injusto, ou permita que injustiça prevaleça no fim. Ele não fica devendo nada para ninguém, Ele virá no momento certo e lhe restaurará, apenas se humilhe e Deus lhe exaltará, quando você estiver preparado para receber, nem antes e nem depois.
Precisamos enxergar aquele que nos vê, que nos achou, que nos amou independentemente do que somos ou da posição em que estejamos.

Amém!!!

quinta-feira, 26 de julho de 2018

MARCHAR NA FÉ



“Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.” (Êx. 14:15)

O povo de Israel estava de saída da terra do Egito, de um cativeiro que já duravam 400 anos. O destino final do povo de Israel era a terra de Canaã, “a terra prometida”.
Faraó escravizava ao povo, como era o costume da época, e todo serviço pesado era feito pelos povos dominados ou escravizados, muitas vezes à custa do sofrimento moral e físico a que eram submetidos num trabalho exaustivo debaixo do julgo de Faraó.
Deus tirou o povo do cativeiro do Egito com muitos sinais, prodígios e maravilhas. O grande sinal, ou a revelação que definiu a saída foi o sangue do cordeiro passado nas casas.
O anjo da morte passou sobre as casas dos filhos de Israel que tinham a marca do sangue e eles foram preservados.
O povo saiu seguindo uma ordem do Senhor a qual Faraó não pôde resistir.

Estamos em tempo de marcha, não podemos parar, não temos aqui lugar de descanso, somos peregrinos, viajores, estamos marchando em busca da cidade que há de vir. A nossa pátria está no céu. Fomos chamados, como Israel, para marchar.

A palavra “marchar” não foi dita sem um propósito. O Senhor poderia ter dito a Moisés: “Diga ao povo para continuar.”, ou “Diga ao povo para caminhar.”, ou algo parecido. Mas Ele usou a expressão exata: “Diga ao povo que marche!”         

Somente aqueles que têm uma ligação direta com Deus, são capazes de seguir e obedecer a sua direção, ou seja, marchar quando tem que marchar e parar quando necessário, pois a fé viva no Deus vivo, anula todos os sentimentos negativos.

O texto de Êxodo se refere ao momento histórico da vida de Israel em busca da terra de Canaã.
O primeiro obstáculo foi o Mar Vermelho. Como atravessá-lo? Tudo o que Moisés fez foi clamar ao Senhor, e a resposta foi essa: "dize a Israel que marche." (Êx. 14:15b)
Vamos considerar alguns aspectos dessa marcha que podem servir de lições para nós:

                     I.        Marchem na minha presença.

O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para guiá-los pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para alumiá-los, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo nem a coluna de nuvem durante o dia, e nem a coluna de fogo durante a noite.
“O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.” (Êx. 13:21-22)
Tanto a nuvem como a coluna de fogo simbolizavam a presença de Deus com o seu povo. Lendo Êxodo 33.14 encontramos essas palavras: "Respondeu-lhe: A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso."
Nessa marcha podemos contar com a presença amiga, inspiradora, encorajadora daquele que disse: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." (Mt. 28:20)

                    II.        Marchem na minha dependência.

Nada melhor do que dependermos de Deus na caminhada, pois é ele quem cuida de nós.
"Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos. Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos." (Dt. 8:2-4)
Quem mandou o maná, as codornizes, a água da rocha?
O Salmista diz: "Então, fez sair o seu povo, com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia um só inválido.” (Sl. 105:37) Isso é milagre e provisão!
Jesus perguntou aos discípulos: "Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Nada, disseram eles." (Lc. 22:35)
Vale a pena depender de Deus! Os recursos, a provisão, virão d’Ele. Ele é o Jeová Jireh, o Senhor proverá. “Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.” (Gn. 22:7-8)

                   III.        Marchem com fé.

Um hino do hinário diz: “pela fé avistamos além uma terra que brilha em fulgor...”
Somos os caminhantes que demandam a Terra.
Parece que a nossa Canaã está tão distante, mas quando olhamos para Deus, ele nos diz: "Fortalecei as mãos frouxas e firmai os joelhos vacilantes." (Is. 35:3)
Ainda há muita terra para ser conquistada. "Disse Josué aos filhos de Israel: Até quando sereis remissos em passardes para possuir a terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos deu?" (Js. 18:3)
Creio que ainda há muitas almas perdidas, menores marginalizados, pecadores nas trevas. Multidões estão no vale da decisão. Quem irá falar do amor de Deus para essas pessoas?
Creio que, pela fé, já podemos avistar a terra.

“Quando a Nuvem se erguia de sobre a Tenda, os filhos de Israel se punham em marcha; e, no lugar onde a Nuvem parava, aí os filhos de Israel se acampavam.” (Ex. 14:17)

Quando a Nuvem subia, era o sinal visível de saída do povo, de marchar! O povo até poderia achar que aquele local era bom e seguro, no entanto, eles confiavam que Deus saberia o que era melhor para eles, pois Deus não quer apenas o bom para si e sim o melhor!

Para que venhamos a usufruir o melhor, temos que marchar, sair de onde nos encontramos, sem tropeços, com segurança e um ritmo com direção. E esta Direção e Ritmo, da nossa própria marcha, são facultados por Deus!
Deus não marchará por você, mas não vão ser os obstáculos ou as dificuldades que o irão te parar, pois, a sua marcha de fé o fará ultrapassar tudo isso, já que ela estará sendo orientada pelo Próprio Deus! Ele motiva-o, inspira-o e guarda-o, mas, para isso, você tem que considerá-Lo como prioridade.

Para que o povo não se acomodasse, pois era importante que saísse da sua zona de conforto, a nuvem não permanecia durante muito tempo sobre a tenda. Isto mostra que apenas Deus era o seu Consultor, e que apenas d’Ele dependia.
“Segundo o Mandado do Senhor, os filhos de Israel partiam e, segundo o Mandado do Senhor, se acampavam; por todo o tempo em que a Nuvem pairava sobre o Tabernáculo, permaneciam acampados.” (Ex. 14:18)

Quando temos Deus em primeiro lugar e consideramos a Sua Obra como prioridade, Ele guia, dá força, inspiração, proteção, definição e coragem sobrenaturais, assim como também atende a todas as necessidades físicas!

“Quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o Tabernáculo, então, os filhos de Israel cumpriam a Ordem do Senhor e não partiam.” (Ex. 14:19)

Não havia ansiedade por parte dos filhos de Israel e é isto que acontece com quem tem Deus em primeiro lugar, pois a pessoa considera a Direção de Deus como sendo a melhor e por isso marcha, respeita, não obstante o que diz o advogado, o que faz a concorrência, o que disse o seu patrão ou os seus clientes, tudo isso cai por terra, torna-se indiferente, porque a pessoa sabe a Direção que segue, que não vem de baixo para cima, mas sim de Deus para ela!

Por isso, pare de se comparar com os outros e pergunte-se, se você parou quando tinha que parar e marchou quando tinha que marchar segundo a Direção de Deus!

Se crermos e agirmos na fé, com certeza perceberemos Deus pelejando por nós.
Isso mesmo, muitas vezes Ele não peleja conosco, mas por nós, pois existem coisas que só o Pai pode fazer na nossa vida, por isso nós marchamos, enquanto Ele peleja e vence, afinal, quem poderá vencer a Deus Todo Poderoso? Ninguém pode vencer nosso Deus.

Marche na presença de Deus, na dependência de Deus e pela fé em Deus.
Marchar na fé, até que cheguemos ao Lar Celestial, nos submetendo a todo tipo de situação nessa vida, mas nunca tirarmos os olhos da eternidade onde Cristo está nos esperando.         
Que o Senhor continue falando ao teu coração, fortalecendo a tua fé e te acompanhando nessa marcha para a eternidade.           

Amém!!!