segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

CORAÇÃO DE SERVO

“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.” (Fp. 2:7-8)

O mundo define grandeza em termo de poder, posses, prestígio e posição.
Em nossa cultura egoísta, com a mentalidade do eu primeiro, agir como servo não é uma noção apreciada.
Mas não é assim que Deus avalia nossa grandeza.
“Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal.” (Mc. 10:43)
Deus o formou para servir.
Sua forma revela seu ministério, mas o seu coração de servo revela sua maturidade.

             I.        COMO OS VERDADEIROS SERVOS AGEM

1.     Os verdadeiros servos estão à disposição para servir.
Não preenchem seu tempo com atividades que limitem sua disponibilidade.
Fazem o que é necessário, abrem mão do direito de controlar a sua agenda.

2.     Os verdadeiros servos prestam atenção às necessidades.
Estão atentos a maneiras de ajudarem os outros.
Veem as necessidades dos outros como oportunidades de servir.

3.     Os verdadeiros servos fazem o melhor que podem com o que têm à mão.
Não dão desculpas, não deixam para a última hora nem esperam circunstâncias melhores, simplesmente fazem o que precisa ser feito.

4.     Os verdadeiros servos fazem qualquer tarefa com igual dedicação.
O que quer que façam os servos faz-no de todo coração.
O tamanho da tarefa é irrelevante.
Pequenas tarefas muitas vezes demonstram um grande coração: seu coração de servo se revela em pequenos atos que outros nem pensam em fazer.
Nenhuma tarefa está abaixo de você quando tem coração de servo.
As grandes oportunidades estão normalmente camufladas entre as tarefas menores.
As pequenas coisas da vida determinam as grandes.
Antes de tentar o extraordinário, tente servir normalmente.

5.     Os verdadeiros servos são fiéis ao seu ministério.
Concluem suas tarefas, cumprem suas responsabilidades, mantêm suas promessas e levam a cabo seus compromissos.

6.     Os verdadeiros servos mantêm a discrição.
Não se promovem nem chamam a atenção para si mesma.
A autopromoção e a atividade de servir não se misturam.
Não agem pela aprovação e pelo aplauso dos outros.
Você não achará muitos servos verdadeiros sendo o centro das atenções, eles satisfazem-se em servir silenciosamente, sem alardes.
Persistem em servir a Deus.

“E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Mt. 10:42)
Qual das seis características dos verdadeiros servos é a mais desafiadora para você?

O servo enfrenta três tentações:

O servo de Cristo enfrenta três tentações bem reais e sutis.
Elas são as mesmas três tentações que o nosso Senhor enfrentou antes de iniciar Seu ministério na terra.
Elas se encaixam também às três observações que o apóstolo Paulo menciona em sua carta aos Coríntios.
“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.”  (II Co. 4:1-7)

  1. Primeira Tentação:
Ser autossuficiente e autoconfiante.
Em lugar de sermos tão convencidos, precisamos estar abertos, desprotegidos e vulneráveis.

  1. Segunda Tentação:
Ser espetacular, ter uma mentalidade de celebridade.
Jesus se recusou a ser um dublê famoso, não veio para andar em cima de brasas, engolir fogo ou colocar Sua mão dentro da boca de leões para mostrar que Ele tinha algo que valia a pena dizer.

  1. Terceira Tentação:
Ser poderoso, estar no controle.
Liderar é relevante, necessário e bom.
Mas empurrar, manipular, ter pleno controle, jamais!
Colocado de modo simples, apenas um Deus é suficiente.

Ser servo implica em diligência, fidelidade, lealdade e humildade.
Os servos não competem, nem ocupam a tribuna principal, nem lustram sua imagem ou se colocam debaixo dos holofotes.
O servo conhece o seu trabalho e admite suas limitações.
Faz o que faz de maneira calma e consistente.

O servo não pode controlar qualquer um ou todas as coisas, e não deveria tentar fazê-lo.
O servo não pode mudar ou consertar as pessoas.
O servo não consegue atingir as expectativas de muita gente.
O servo não pode se preocupar com quem recebe o crédito.
O servo não pode ministrar na carne ou totalmente sozinho.

             II.        PARA TER UM CORAÇÃO DE SERVO VOCÊ PRECISA PENSAR COMO SERVO
“Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá.” (Nm. 14:24)
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp. 2:5)

Para ser um servo você tem que incrementar a forma de pensar, mudar as atitudes.
Deus está sempre mais interessado no por que fazemos determinadas coisas do que, como ou o que fazemos.
As atitudes são mais importantes do que as realizações.
O rei Amazias perdeu o favor de Deus porque Ele fez o que era justo na presença do Senhor, mas não com a sinceridade de seu coração.

Servos verdadeiros servem o Senhor com cinco atitudes em mente:

1)     Focalizam os outros e não a si mesmos.

Esta é a verdadeira forma de humildade, não pensar pouco de nós mesmos, mas pensar pouco em nós mesmos .
Paulo disse: “Pense sobre você do mesmo jeito que Jesus pensava de Si.” (Fp. 2:5)
Isto é o que chamamos perder a vida, esquecer de nós mesmos no servir aos outros.
Quando paramos de nos centrar em nossas próprias necessidades, nós nos apercebemos das necessidades dos outros.
Jesus esvaziou-se a si mesmo por tomar a forma de servo.
Quando foi a última vez que você se esvaziou em benefício dos outros?
Você não pode ser um servo se estiver cheio de si mesmo.
Só quando nos esquecemos de nós mesmos é que fazemos as coisas que merecem ser lembradas.

Infelizmente, muito do nosso serviço é geralmente servir a nós mesmos.
Servimos para que os outros gostem de nós, para que nos admirem, ou para alcançarmos algum objetivo de interesse pessoal.
Isso é manipulação, não ministério.
É o que acontece quando ficamos todo o tempo em que estamos pensando sobre nós mesmos e quão nobres e maravilhosos nós somos.
Algumas pessoas tentam usar o serviço para fazer comércio com Deus:
“Vou fazer isso para o Senhor, Deus, se o Senhor fizer alguma coisa por mim”.
Servos verdadeiros não usam Deus para seus propósitos.
Eles permitem que Deus os use para os Seus propósitos.

A qualidade do desprendimento, como a fidelidade, é extremamente rara.
De todas as pessoas que Paulo conhecia, Timóteo foi o único exemplo que ele apontou.
Pensar como um servo é difícil porque nos desafia no problema básico de nossa vida, pois somos, por natureza, egoístas.
Pensamos muito mais em nós mesmo.
Esta é a razão porque a humildade é um motivo de luta diária, lição que precisa ser reaprendida constantemente.
A oportunidade de ser servo nos confronta dezenas de vezes todo o dia quando nós damos a chance de escolher entre suprir nossas necessidades ou as necessidades dos outros.
Negar-se a si mesmo é o centro do serviço.

Podemos medir o coração de servo ao analisarmos o fato de como nós respondemos quando os outros nos tratam como servos.
Como reagimos quando nos dão ordens, mandados ou somos tratados como inferiores?
“Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.” (Mt. 5:41)
Se alguém leva vantagem injusta sobre você, use a oportunidade para praticar a ação do servo.

2)     Pensam como mordomos e não como donos

Os servos se lembram que Deus é o dono de tudo.
Na Bíblia, um mordomo era o servo de confiança que gerenciava uma determinada área.
José foi um tipo de servo como prisioneiro no Egito.
Primeiro Potifar confiou seu lar a José, e então o carcereiro confiou sua prisão.
Faraó confiou o país inteiro a ele.
Serviço e mordomia andam juntos desde que Deus espera que sejamos confiáveis nos dois.
A Bíblia diz: “Uma só coisa é requerida dos servos e esta é que sejam fieis ao seu mestre”.
Como você está tratando os recursos que Deus confiou a você?

Para se tornar um servo verdadeiro, você precisa clarear a ideia sobre o dinheiro em sua vida.
Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores…”
Você não pode servir a Deus e ao dinheiro.
Ele não disse que você pode servir aos dois, mas sim que precisa fazer uma escolha.
Viver para o ministério e viver para o dinheiro são alvos mutuamente exclusivos.
Não se combinam. Qual dos dois você escolhe?
Se você é um servo de Deus, não pode vacilar.
Todo o seu tempo pertence a Deus.
Ele insiste em dedicação exclusiva, nunca em fidelidade parcial.

O dinheiro tem um grande potencial para tirar Cristo de sua vida.
Muita gente não serve por causa do materialismo, mais do que por outra razão.
Dizem: “Depois que eu alcançar meus objetivos financeiros vou servir a Jesus.”
Essa é uma decisão tola de que vão se lamentar por toda a vida.
Quando Jesus é o seu Mestre, o dinheiro é que lhe serve, mas se o dinheiro é o seu mestre, você se torna um escravo dele.
Riqueza certamente não é um pecado, mas falhar em usá-la para a glória de Deus é.
O verdadeiro servo se preocupa mais com o serviço do que com o dinheiro.

Deus usa o dinheiro para testar nossa fidelidade como servo.
Essa é a razão porque Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre o céu ou inferno.
Ele disse: “Se você não é confiável ao tratar com as riquezas do mundo, quem vai confiar a você as verdadeiras riquezas?”
Como você administra seu dinheiro afeta o quanto Deus pode abençoar sua vida.

3)     Pensam sobre suas responsabilidades e não no que os outros servos estão fazendo.

Não comparam, criticam ou competem com outros servos ou ministérios, pois estão bastante ocupados fazendo a obra que Deus lhes responsabilizou.

Competição entre os servos de Deus é ilógica por muitas razões, estamos todos no mesmo time, o alvo é mostrar a bondade de Deus, não a nossa, temos diferentes áreas de ação e somos diferentes e exclusivamente moldados.
Paulo disse: “Não nos comparemos com os outros como se um de nós fosse melhor ou pior. Temos muito mais coisas interessantes para fazer em nossas vidas. Cada um de nós é original”.

Não há lugar para inveja entre os servos.
Quando estamos ocupados servindo, não temos tempo para criticar.
O tempo que gastamos criticando deveria ser usado para ministrar aos outros.
Quando Marta reclamou a Jesus que Maria não estava ajudando com a comida, ela perdeu o coração de serva.
O verdadeiro servo não reclama de injustiças, não fica melindrado, e não fica ressentido com os que não estão servindo.
Apenas confiam em Deus e continuam servindo.

Não é nossa tarefa avaliar os servos de outro mestre.
A Bíblia diz: “Quem está criticando o servo dos outros? O Senhor é quem determina o quanto seu servo é bem sucedido.”
Também não é nossa tarefa nos defendermos de críticas.
Deixemos que nosso Mestre trate disso.
Sigamos o exemplo de Moisés que mostrou verdadeira humildade face à oposição, como também Neemias, cuja resposta às críticas foi simplesmente: “Meu trabalho é tão importante que não vou parar agora para estar com vocês.”

Se você serve como Jesus, pode esperar ser criticado.
O mundo, e até gente da igreja, não entende os valores de Deus.
Os discípulos criticaram um dos mais belos gestos de amor mostrados a Jesus.
Maria pegou o que tinha de mais valor, um perfume muito caro, e o derramou sobre Jesus.
Seu magnífico gesto foi chamado de “desperdício” pelos discípulos, mas Jesus o chamou de “significante” e aquilo era o que importava.
Seu serviço para Cristo nunca é um desperdício, apesar do que os outros digam.

4)     Baseiam sua identidade em Cristo

Lembram que são incondicionalmente amados e aceitos pela graça, assim não precisam provar seu valor quando são amedrontados nas questões inferiores da vida.
Muitos de nós somos inseguros para sermos servos.
Temos medo que nossas fraquezas e inseguranças sejam descobertos e assim os escondemos com um bocado de pretensão e orgulho.

Um dos exemplos mais profundos do servir baseado numa autoimagem segura, é Jesus lavando os pés de seus discípulos.
Lavar os pés era o equivalente a um engraxate, um trabalho sem status.
Mas Jesus sabia quem era, de modo que isso não O ameaçou ou O incomodou quando o fez.

A Bíblia diz: “Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.” (Jo. 13:3-5)

Se você quer ser um servo, deve posicionar sua identidade em Cristo.
Apenas as pessoas seguras podem servir.
Quanto mais inseguro você for, mais você quer que os outros lhe sirvam, e mais vai querer aprovação deles.
Por outro lado, quando você baseia seu valor e identidade na sua relação com Cristo, você se liberta da expectativa dos outros.
Você torna-se livre para servir.
Os verdadeiros servos não precisam colocar placas e troféus em seus muros para validar seu trabalho.
Não insistem em ser tratados pelos títulos e não se vestem com roupagem de superioridade.
O status e símbolos de importância são desnecessários e nunca medem seu trabalho pelas suas conquistas.
Paulo disse: “Você pode se vangloriar, mas a única aprovação que conta é a do Senhor”.

Se alguém teve a chance em sua vida de usar suas conexões e se exaltar foi Tiago, o meio-irmão de Jesus.
Ele teve as credenciais de ter crescido com Jesus, como seu irmão.
Ainda assim, na introdução de sua carta, ele se refere a si mesmo simplesmente como “um servo de Deus e do Senhor Jesus”.
Quanto mais íntimo você se torna de Jesus, menos você precisa se promover a si mesmo.

Pensam no ministério como uma oportunidade, e não como uma obrigação.
Adoram ajudar as pessoas, suprir suas necessidades e cumprir o ministério.
Eles “servem ao Senhor com alegria”.
Por que servimos com alegria?
Porque amamos o Senhor, somos agradecidos pela sua graça, sabemos que o serviço é a forma do mais alto nível da vida, e Deus tem prometido uma recompensa.
Jesus prometeu: “O Pai honrará e recompensará todos que me servem.”
E Paulo acrescenta: “Ele não se esquece como vocês trabalharam duro para ele e como mostraram seu amor por ele por cuidar de outros Cristãos.”

Imagine o que aconteceria se apenas 10% de todos os cristãos no mundo levassem a sério sua responsabilidade de ser um servo verdadeiro.
Imagine as coisas boas que poderiam ser feitas.
Você está querendo ser uma dessas pessoas?
As únicas pessoas que são realmente felizes são aquelas que aprenderam a servir.
Peça a Deus um coração de servo!

Amém!!!


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