“Mas aniquilou-se a
si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado
na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte
de cruz.”
(Fp. 2:7-8)
O
mundo define grandeza em termo de poder, posses, prestígio e posição.
Em
nossa cultura egoísta, com a mentalidade do eu primeiro, agir como servo não é
uma noção apreciada.
Mas
não é assim que Deus avalia nossa grandeza.
“Mas entre vós não
será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso
serviçal.”
(Mc. 10:43)
Deus
o formou para servir.
Sua
forma revela seu ministério, mas o seu coração de servo revela sua maturidade.
I.
COMO OS VERDADEIROS
SERVOS AGEM
1.
Os
verdadeiros servos estão à disposição para servir.
Não
preenchem seu tempo com atividades que limitem sua disponibilidade.
Fazem
o que é necessário, abrem mão do direito de controlar a sua agenda.
2.
Os
verdadeiros servos prestam atenção às necessidades.
Estão
atentos a maneiras de ajudarem os outros.
Veem
as necessidades dos outros como oportunidades de servir.
3.
Os
verdadeiros servos fazem o melhor que podem com o que têm à mão.
Não dão desculpas,
não deixam para a última hora nem esperam circunstâncias melhores, simplesmente
fazem o que precisa ser feito.
4.
Os
verdadeiros servos fazem qualquer tarefa com igual dedicação.
O que quer que façam
os servos faz-no de todo coração.
O tamanho da tarefa é
irrelevante.
Pequenas tarefas
muitas vezes demonstram um grande coração: seu coração de servo se revela em
pequenos atos que outros nem pensam em fazer.
Nenhuma tarefa está
abaixo de você quando tem coração de servo.
As grandes
oportunidades estão normalmente camufladas entre as tarefas menores.
As pequenas coisas da
vida determinam as grandes.
Antes de tentar o extraordinário,
tente servir normalmente.
5.
Os
verdadeiros servos são fiéis ao seu ministério.
Concluem suas
tarefas, cumprem suas responsabilidades, mantêm suas promessas e levam a cabo
seus compromissos.
6.
Os
verdadeiros servos mantêm a discrição.
Não se promovem nem
chamam a atenção para si mesma.
A autopromoção e a
atividade de servir não se misturam.
Não agem pela
aprovação e pelo aplauso dos outros.
Você não achará
muitos servos verdadeiros sendo o centro das atenções, eles satisfazem-se em
servir silenciosamente, sem alardes.
Persistem em servir a
Deus.
“E quem der a beber,
ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu
discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Mt. 10:42)
Qual
das seis características dos verdadeiros servos é a mais desafiadora para você?
O servo enfrenta três
tentações:
O
servo de Cristo enfrenta três tentações bem reais e sutis.
Elas
são as mesmas três tentações que o nosso Senhor enfrentou antes de iniciar Seu
ministério na terra.
Elas
se encaixam também às três observações que o apóstolo Paulo menciona em sua
carta aos Coríntios.
“Pelo que, tendo este
ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; antes,
rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo
homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso
evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o
deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.
Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos
somos vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação
do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, esse
tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de
nós.”
(II Co. 4:1-7)
- Primeira
Tentação:
Ser autossuficiente e autoconfiante.
Em lugar de sermos
tão convencidos, precisamos estar abertos, desprotegidos e vulneráveis.
- Segunda
Tentação:
Ser espetacular, ter uma mentalidade de
celebridade.
Jesus se recusou a
ser um dublê famoso, não veio para andar em cima de brasas, engolir fogo ou
colocar Sua mão dentro da boca de leões para mostrar que Ele tinha algo que
valia a pena dizer.
- Terceira
Tentação:
Ser poderoso, estar no controle.
Liderar é relevante, necessário e bom.
Mas empurrar,
manipular, ter pleno controle, jamais!
Colocado de modo
simples, apenas um Deus é suficiente.
Ser
servo implica em diligência, fidelidade, lealdade e humildade.
Os
servos não competem, nem ocupam a tribuna principal, nem lustram sua imagem ou
se colocam debaixo dos holofotes.
O
servo conhece o seu trabalho e admite suas limitações.
Faz
o que faz de maneira calma e consistente.
O
servo não pode controlar qualquer um ou todas as coisas, e não deveria tentar
fazê-lo.
O
servo não pode mudar ou consertar as pessoas.
O
servo não consegue atingir as expectativas de muita gente.
O
servo não pode se preocupar com quem recebe o crédito.
O
servo não pode ministrar na carne ou totalmente sozinho.
II.
PARA TER UM CORAÇÃO
DE SERVO VOCÊ PRECISA PENSAR COMO SERVO
“Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro
espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a
sua descendência a possuirá.” (Nm. 14:24)
“Tende em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Fp. 2:5)
Para
ser um servo você tem que incrementar a forma de pensar, mudar as atitudes.
Deus
está sempre mais interessado no por que fazemos determinadas coisas do que, como
ou o que fazemos.
As
atitudes são mais importantes do que as realizações.
O
rei Amazias perdeu o favor de Deus porque Ele fez o que era justo na presença
do Senhor, mas não com a sinceridade de seu coração.
Servos verdadeiros
servem o Senhor com cinco atitudes em mente:
1) Focalizam os outros e não a si mesmos.
Esta
é a verdadeira forma de humildade, não pensar pouco de nós mesmos, mas pensar
pouco em nós mesmos .
Paulo
disse: “Pense sobre você do mesmo jeito
que Jesus pensava de Si.” (Fp. 2:5)
Isto
é o que chamamos perder a vida, esquecer de nós mesmos no servir aos outros.
Quando
paramos de nos centrar em nossas próprias necessidades, nós nos apercebemos das
necessidades dos outros.
Jesus
esvaziou-se a si mesmo por tomar a forma de servo.
Quando
foi a última vez que você se esvaziou em benefício dos outros?
Você
não pode ser um servo se estiver cheio de si mesmo.
Só
quando nos esquecemos de nós mesmos é que fazemos as coisas que merecem ser
lembradas.
Infelizmente,
muito do nosso serviço é geralmente servir a nós mesmos.
Servimos
para que os outros gostem de nós, para que nos admirem, ou para alcançarmos
algum objetivo de interesse pessoal.
Isso
é manipulação, não ministério.
É
o que acontece quando ficamos todo o tempo em que estamos pensando sobre nós
mesmos e quão nobres e maravilhosos nós somos.
Algumas
pessoas tentam usar o serviço para fazer comércio com Deus:
“Vou
fazer isso para o Senhor, Deus, se o Senhor fizer alguma coisa por mim”.
Servos
verdadeiros não usam Deus para seus propósitos.
Eles
permitem que Deus os use para os Seus propósitos.
A
qualidade do desprendimento, como a fidelidade, é extremamente rara.
De
todas as pessoas que Paulo conhecia, Timóteo foi o único exemplo que ele
apontou.
Pensar
como um servo é difícil porque nos desafia no problema básico de nossa vida,
pois somos, por natureza, egoístas.
Pensamos
muito mais em nós mesmo.
Esta
é a razão porque a humildade é um motivo de luta diária, lição que precisa ser reaprendida
constantemente.
A
oportunidade de ser servo nos confronta dezenas de vezes todo o dia quando nós
damos a chance de escolher entre suprir nossas necessidades ou as necessidades
dos outros.
Negar-se
a si mesmo é o centro do serviço.
Podemos
medir o coração de servo ao analisarmos o fato de como nós respondemos quando
os outros nos tratam como servos.
Como
reagimos quando nos dão ordens, mandados ou somos tratados como inferiores?
“Se alguém te obrigar
a andar uma milha, vai com ele duas.” (Mt. 5:41)
Se
alguém leva vantagem injusta sobre você, use a oportunidade para praticar a
ação do servo.
2) Pensam como mordomos e não como donos
Os
servos se lembram que Deus é o dono de tudo.
Na
Bíblia, um mordomo era o servo de confiança que gerenciava uma determinada
área.
José
foi um tipo de servo como prisioneiro no Egito.
Primeiro
Potifar confiou seu lar a José, e então o carcereiro confiou sua prisão.
Faraó
confiou o país inteiro a ele.
Serviço
e mordomia andam juntos desde que Deus espera que sejamos confiáveis nos dois.
A
Bíblia diz: “Uma só coisa é requerida dos
servos e esta é que sejam fieis ao seu mestre”.
Como
você está tratando os recursos que Deus confiou a você?
Para
se tornar um servo verdadeiro, você precisa clarear a ideia sobre o dinheiro em
sua vida.
Jesus
disse: “Ninguém pode servir a dois
senhores…”
Você
não pode servir a Deus e ao dinheiro.
Ele
não disse que você pode servir aos dois, mas sim que precisa fazer uma escolha.
Viver
para o ministério e viver para o dinheiro são alvos mutuamente exclusivos.
Não
se combinam. Qual dos dois você escolhe?
Se
você é um servo de Deus, não pode vacilar.
Todo
o seu tempo pertence a Deus.
Ele
insiste em dedicação exclusiva, nunca em fidelidade parcial.
O
dinheiro tem um grande potencial para tirar Cristo de sua vida.
Muita
gente não serve por causa do materialismo, mais do que por outra razão.
Dizem:
“Depois que eu alcançar meus objetivos financeiros vou servir a Jesus.”
Essa
é uma decisão tola de que vão se lamentar por toda a vida.
Quando
Jesus é o seu Mestre, o dinheiro é que lhe serve, mas se o dinheiro é o seu
mestre, você se torna um escravo dele.
Riqueza
certamente não é um pecado, mas falhar em usá-la para a glória de Deus é.
O
verdadeiro servo se preocupa mais com o serviço do que com o dinheiro.
Deus
usa o dinheiro para testar nossa fidelidade como servo.
Essa
é a razão porque Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre o céu ou inferno.
Ele
disse: “Se você não é confiável ao tratar
com as riquezas do mundo, quem vai confiar a você as verdadeiras riquezas?”
Como
você administra seu dinheiro afeta o quanto Deus pode abençoar sua vida.
3) Pensam sobre suas responsabilidades e não no que os
outros servos estão fazendo.
Não
comparam, criticam ou competem com outros servos ou ministérios, pois estão
bastante ocupados fazendo a obra que Deus lhes responsabilizou.
Competição
entre os servos de Deus é ilógica por muitas razões, estamos todos no mesmo
time, o alvo é mostrar a bondade de Deus, não a nossa, temos diferentes áreas
de ação e somos diferentes e exclusivamente moldados.
Paulo
disse: “Não nos comparemos com os outros
como se um de nós fosse melhor ou pior. Temos muito mais coisas interessantes
para fazer em nossas vidas. Cada um de nós é original”.
Não
há lugar para inveja entre os servos.
Quando
estamos ocupados servindo, não temos tempo para criticar.
O
tempo que gastamos criticando deveria ser usado para ministrar aos outros.
Quando
Marta reclamou a Jesus que Maria não estava ajudando com a comida, ela perdeu o
coração de serva.
O
verdadeiro servo não reclama de injustiças, não fica melindrado, e não fica
ressentido com os que não estão servindo.
Apenas
confiam em Deus e continuam servindo.
Não
é nossa tarefa avaliar os servos de outro mestre.
A
Bíblia diz: “Quem está criticando o servo
dos outros? O Senhor é quem determina o quanto seu servo é bem sucedido.”
Também
não é nossa tarefa nos defendermos de críticas.
Deixemos
que nosso Mestre trate disso.
Sigamos
o exemplo de Moisés que mostrou verdadeira humildade face à oposição, como
também Neemias, cuja resposta às críticas foi simplesmente: “Meu trabalho é tão importante que não vou
parar agora para estar com vocês.”
Se
você serve como Jesus, pode esperar ser criticado.
O
mundo, e até gente da igreja, não entende os valores de Deus.
Os
discípulos criticaram um dos mais belos gestos de amor mostrados a Jesus.
Maria
pegou o que tinha de mais valor, um perfume muito caro, e o derramou sobre
Jesus.
Seu
magnífico gesto foi chamado de “desperdício” pelos discípulos, mas Jesus o
chamou de “significante” e aquilo era o que importava.
Seu
serviço para Cristo nunca é um desperdício, apesar do que os outros digam.
4) Baseiam sua identidade em Cristo
Lembram
que são incondicionalmente amados e aceitos pela graça, assim não precisam
provar seu valor quando são amedrontados nas questões inferiores da vida.
Muitos
de nós somos inseguros para sermos servos.
Temos
medo que nossas fraquezas e inseguranças sejam descobertos e assim os
escondemos com um bocado de pretensão e orgulho.
Um
dos exemplos mais profundos do servir baseado numa autoimagem segura, é Jesus
lavando os pés de seus discípulos.
Lavar
os pés era o equivalente a um engraxate, um trabalho sem status.
Mas
Jesus sabia quem era, de modo que isso não O ameaçou ou O incomodou quando o
fez.
A
Bíblia diz: “Jesus, sabendo que o Pai
tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia
para Deus, Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha,
cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos
discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.” (Jo.
13:3-5)
Se
você quer ser um servo, deve posicionar sua identidade em Cristo.
Apenas
as pessoas seguras podem servir.
Quanto
mais inseguro você for, mais você quer que os outros lhe sirvam, e mais vai querer
aprovação deles.
Por
outro lado, quando você baseia seu valor e identidade na sua relação com
Cristo, você se liberta da expectativa dos outros.
Você
torna-se livre para servir.
Os
verdadeiros servos não precisam colocar placas e troféus em seus muros para
validar seu trabalho.
Não
insistem em ser tratados pelos títulos e não se vestem com roupagem de
superioridade.
O
status e símbolos de importância são desnecessários e nunca medem seu trabalho
pelas suas conquistas.
Paulo
disse: “Você pode se vangloriar, mas a
única aprovação que conta é a do Senhor”.
Se
alguém teve a chance em sua vida de usar suas conexões e se exaltar foi Tiago,
o meio-irmão de Jesus.
Ele
teve as credenciais de ter crescido com Jesus, como seu irmão.
Ainda
assim, na introdução de sua carta, ele se refere a si mesmo simplesmente como
“um servo de Deus e do Senhor Jesus”.
Quanto
mais íntimo você se torna de Jesus, menos você precisa se promover a si mesmo.
Pensam
no ministério como uma oportunidade, e não como uma obrigação.
Adoram
ajudar as pessoas, suprir suas necessidades e cumprir o ministério.
Eles
“servem ao Senhor com alegria”.
Por
que servimos com alegria?
Porque
amamos o Senhor, somos agradecidos pela sua graça, sabemos que o serviço é a
forma do mais alto nível da vida, e Deus tem prometido uma recompensa.
Jesus
prometeu: “O Pai honrará e recompensará
todos que me servem.”
E
Paulo acrescenta: “Ele não se esquece
como vocês trabalharam duro para ele e como mostraram seu amor por ele por
cuidar de outros Cristãos.”
Imagine
o que aconteceria se apenas 10% de todos os cristãos no mundo levassem a sério
sua responsabilidade de ser um servo verdadeiro.
Imagine
as coisas boas que poderiam ser feitas.
Você
está querendo ser uma dessas pessoas?
As
únicas pessoas que são realmente felizes são aquelas que aprenderam a servir.
Peça
a Deus um coração de servo!
Amém!!!
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