"Portanto, vós
orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.
Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão
nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do
mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém"! (Mt. 6:9-13)
A
oração do Pai nosso, é um modelo de oração que é recitada por muitas religiões e
que se tornou uma oração ecumênica.
Nesta
oração, Jesus ensina aos seus discípulos o caminho da verdadeira adoração e
comunicação com Deus.
O
primeiro passo é a humildade, em contraste com o estilo de vida dos fariseus,
escribas, publicanos e gentios, que viviam uma religiosidade apenas de
aparência.
Os
discípulos também deveriam evitar as vãs repetições, pois era a maneira como os
pagãos, aqueles que não passaram pelo batismo, também chamados de gentios,
tentavam sensibilizar seus deuses para obter favores. As suas orações eram
repetitivas, em voz alta e vazias. Por isso Jesus lhes ensina um modelo de
oração. Este modelo de oração reflete um relacionamento de intimidade de um pai
para com o filho.
AS OITO DECLARAÇÕES
DA ORAÇÃO DO PAI NOSSO.
1. Pai nosso, que
estás nos céus.
Esta
expressão "Pai nosso, que estás nos céus", foi algo novo e chocante
para os judeus e para os discípulos de Jesus, isto porque no antigo testamento,
na lei de Moisés ou na Torá, não havia este tipo de expressão, nem se ensinava
a chamar Deus de Pai. Pai, que em aramaico é Abba, não era uma expressão comum
entre os judeus.
Jesus
aqui nos ensina que o nosso relacionamento com Deus, deve ser de intimidade,
liberdade e cumplicidade; a ponto de nós o chamá-lo de Pai.
O
apóstolo Paulo nos ensina dizendo: "Porque
não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor,
mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: "Abba,
Pai" (Rm. 8:15)
O
Espírito que em nós habita, lança fora o temor e nos dá liberdade de chegarmos
a Deus e chamá-lo de Pai.
2. Santificado seja o
teu nome.
O
nome de Deus é santo e deve ser sempre santificado na vida daqueles que
professam o seu nome e são seus filhos.
Um
verdadeiro filho de Deus que se preza, não deve, desonrar nem profanar o nome
do seu Pai.
Porque
muitos se dizem filhos de Deus, mas vivem uma vida de total depravação e
pecados, usando o nome de Deus em vão e servindo de escândalo para a sociedade.
O
apóstolo Paulo nos adverte dizendo: "Todavia,
o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são
seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade."
(II Tm. 2:19)
3. Venha o teu reino.
Reino
é sinônimo de domínio, Deus reinando, é Deus dominando.
Este
domínio implica em Deus dominar sobre tudo e reinar nos corações dos homens.
Este
reino veio de forma parcial através de Jesus Cristo.
Em
certa ocasião Jesus foi interrogado pelos fariseus sobre quando se daria a
vinda do reino de Deus, Jesus lhes explicou: "O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo
aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o reino de Deus está entre vós."
(Lc. 17:20-21)
Quem
procura seguir a Jesus, e o tem como Senhor e Salvador da sua vida, está
fazendo parte do reino de Deus.
4. Seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu.
A
vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.
A
vontade de Deus pode ser percebida de duas maneira: A vontade permissiva de
Deus, e a sua vontade diretiva, que é plena e perfeita.
Esta
vontade perfeita de Deus, deve ser estabelecida na terra e no céu.
Viver
fora da vontade de Deus é ficar de fora dos seus planos.
"A vontade de
Deus é que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade." (I Tm. 2:4)
Na
vontade permissiva de Deus, Ele não quer e nem aprova, mas por causa da livre
escolha do homem em tomar as suas próprias decisões, Deus permite e deixa ele
decidir.
5. O pão nosso de
cada dia nos dá hoje.
Deus
como Pai amoroso está sempre provendo o sustento para todos os seus filhos; diz
a sua palavra que ele faz que o seu sol brilhe sobre maus e bons, e a chuva
desça sobre justos e injustos.
Devemos
sempre confiar em Deus, ele é o nosso provedor que a cada dia garante o nosso
sustento. Jesus nos ensinou dizendo: "Não
andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos
vestiremos? Porque todas essas coisas os gentios procuram. Decerto, vosso Pai
celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas. Mas buscai primeiro o
reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de
si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." (Mt. 6:31-34)
Todas
as pessoas que confiam em Deus e descansam na sua palavra, não serão
decepcionadas.
6. Perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
Esta
é a parte mais difícil da oração, pois quando se fala em perdoar muitos de nós
temos dificuldades em fazê-lo.
Muitas
vezes somos egoístas, queremos ser perdoados e não perdoamos.
Sobre
o perdão, Jesus nos ensina dizendo: "Porque,
se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos
perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas." (Mt. 6:14-15)
A
falta de perdão nos impede de recebermos as bênçãos de Deus, e interfere no
nosso relacionamento com Ele.
Está
escrito: "Portanto, se trouxeres a
tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com
teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta." (Mt. 5:23-24)
A
capacidade de perdoar é uma das características que identifica os filhos de
Deus.
7. E não nos conduzas
à tentação, mas livra-nos do maligno.
Deus
como Pai perfeito e amoroso, jamais irá conduzir ou induzir os seus filhos à
tentação; pelo contrario, por Ele conhecer a nossa estrutura e fraquezas, Ele
nos livra de tais situações.
O
maligno sempre procura nos atingir, mas o nosso Pai é um Deus protetor que
estar sempre nos guardando e nos livrando de todo o mal.
Na
sua palavra está escrito: "Aquele
que vive na habitação do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-Poderoso, desfrutará
sempre da sua proteção. Sobre o Eterno declara: Ele é meu refúgio e minha
fortaleza, o meu Deus, em quem deposito toda a minha confiança. Ele te livrará
do laço do inimigo ardiloso e de praga mortal." (Sl. 91:1-3)
8. Porque teu é o
reino, o poder e a glória para sempre. Amém!
Aqui
temos três palavras que tem relação direta com Deus: Reino, poder e glória.
O
reino, o poder e a glória pertencem exclusivamente a Deus.
Devemos
sempre buscar o reino de Deus, e procurar promovê-lo através da propagação do
Evangelho.
Devemos
sempre confiar no seu poder, pois Ele é eterno e não falha.
Finalmente,
devemos sempre adorá-Lo, reverenciá-Lo e glorificá-Lo, pois a sua glória é
eterna e está acima de tudo e de todos. Ele é o Rei da Glória!
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