segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A IMPORTÂNCIA DE DEIXAR UM LEGADO

“Ouvindo então Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, espantaram-se, e temeram muito.” (I Sm. 17:11)

Na vida de todo líder deve haver o interesse, e um esforço sobrenatural para influir e imprimir as digitais de um caráter íntegro, que é o reflexo de uma vida espiritual ativa, em todas as pessoas que o rodeiam.
Não adianta preocupar-nos apenas com a aparência, com o carro e com a casa, o maior legado que um líder pode deixar aos seus seguidores, seja esses seguidores a igreja ou a família, é o caráter de Cristo impresso em atitudes coerentes com sua forma de vida.
Porque se não houver essa preocupação, em formar pessoas melhores para o amanhã, em deixar um legado para a seguinte geração, os prejuízos poderão ser assombrosos.

Deixar um legado não é apenas escrever uma lista de princípios e exibi-la na sala de nossas casas, também não basta esforçar-se para levar os filhos para a Escola Dominical e jogá-los ao professor, enquanto nós, pais, líderes e educadores não fazermos a nossa parte.

Para deixar um legado é necessário viver uma vida de santidade, adquirir autoridade espiritual, viver em comunhão com o Pai, em submissão ao Filho, caminhando baixo a unção do Espírito Santo sobre nossas vidas.

Não adianta viver ou apenas vestir-nos como igreja, é necessário ser a “igreja”, participar da vida ativa de um organismo vivo, não somente uma organização, onde Cristo é a cabeça.
Não adianta vivermos como anões na fé, e esperar que nossos filhos naturais e filhos na fé, se transformem em gigantes espirituais.

Pode até ser que Deus use de compaixão para com alguns deles e os transformem em pessoas extraordinárias, mas a responsabilidade de infundir valor e fé no coração dos nossos filhos e seguidores continua sendo nossa.
A lógica, é que homens de fé produzam homens de fé, homens apaixonados pelas almas gerem outros homens com paixão pelas almas, o mais comum é que homens de caráter irrepreensível gerem outros homens com o mesmo caráter.

Já não pensamos em deixar legados, estamos mais preocupados nos resultados do “hoje”, do que comprometidos na formação de líderes do porvir, e o mais impressionante, isso já não nos incomoda!

Estamos construindo plataformas de gravetos, quando nossos filhos precisarão de um melhor suporte para estabelecer suas pesadas cargas de dúvidas em um mundo de hostilidades.

O resultado de viver sem a preocupação com o que estamos deixando de “sólido e concreto” para uma sociedade cada vez mais desprovida dos princípios da Palavra de Deus, é o mesmo que podemos contemplar na vida de Saul.

Pais preocupados em serem politicamente corretos, estão formando filhos espiritualmente defeituosos, pois dominados pelo medo e covardia, trabalham tanto e não encontram tempo para sentar em família e discutir temas da atualidade, sob a Luz da Bíblia com seus filhos.

Saul viveu preocupado com muitas coisas durante seu período como rei em Israel; orgulho, posição, aparência, poder, inveja, entre tantos outros. Na verdade viveu o seu reinado, preocupado com o poder de sua posição, em vez de preocupar-se com o estado caótico que se encontrava a nação que liderava.
Gerou uma companhia de soldados covardes, fracos e medrosos. Saul ensinou a eles, que era suficiente o fato de ser um “escolhido” ou estar em uma posição de destaque, fez com acreditassem que isso lhes garantiria uma vida quieta e sossegada. E como ele não gostava de submeter-se a nenhuma autoridade, não quis esperar a Samuel para oferecer o sacrifício, por conseguinte os seus soldados tampouco. (leia: I Sm. 13:1-14)
Saul reinava a expensas da miséria espiritual do seu povo, não dedicou tempo para treinar o seu exército nem os preparou para batalhas maiores.
Um belo dia, tendo o seu ministério rejeitado por parte de Deus, quantas vezes reagimos tarde demais, quando os gigantes já estão a gritar nos corredores de nossas agitadas vidas. Os filisteus se ajuntaram contra os israelitas, e declararam guerra, exibindo um batalhão composto por milhares de carros e seus cavalos, além de homens com uma preparação bélica invejável, estas qualidades  já eram suficientes para assustar qualquer um, e ainda tinham um gigante, de seis côvados e um palmo, aproximadamente  três metros, que humilhou, afrontou e perturbou o relaxado exército comandado por Saul.

Guerrear sem Deus não é nada fácil, ainda mais contra um inimigo poderoso e audaz.
A Bíblia nos mostra que o gigante Golias ficou gritando vários dias, semanas e nenhum soldado reagia.
Porque os soldados do exército de Saul não puderam matar o gigante?
Porque Saul não era um matador de gigantes, e não podia ensinar a nenhum deles o que ele mesmo não conhecia – matar gigantes.

Cumpre-se uma palavra certa que muitas vezes usamos, não podemos ensinar o que não sabemos, nãos podemos transmitir o que não sentimos, não podemos deixar um legado sem construí-lo primeiro.

Saul não sabia enfrentar os problemas, em consequência o seu exercito também não sabia.

Qual o legado que estamos deixando para nossos filhos, igreja e sociedade? O que tem sido mais importante para nossas vidas? Matar gigantes, ou cobiçar a gordura do mundo?

Ouvi um ensinado cristão de que não devemos nos preocupar em que mundo deixaremos para nossos filhos, senão que classe de filhos deixaremos neste mundo.

O que estamos ensinando ao exército de nossas gerações, ao povo de Deus?

Por outro lado, Davi se preocupava em deixar um legado.

“E aconteceu, depois disso, que houve em Gobe ainda outra peleja contra os filisteus; então, Sibecai, o husatita, feriu a Safe, que era dos filhos dos gigantes. Houve mais outra peleja contra os filisteus em Gobe; e Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, feriu Golias, o geteu, de cuja lança era a haste como eixo de tecelão. Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos e em cada pé outros seis, vinte e quatro por todos, e também este nascera dos gigantes. E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de Simeia, irmão de Davi, o feriu. Estes quatro nasceram dos gigantes em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.” (II Sm. 21:22)
O mesmo exército, o mesmo inimigo.

Davi ao contrario de Saul, tinha arquitetado um projeto que continha treinamentos específicos para os seus soldados ou valentes como são chamados, e depois de alguns anos, vemos não somente Davi, mas também os seus próprios soldados matando gigantes. Davi sabia que não bastava ele saber matar e derrotar os obstáculos, mas que tinha de ensinar os seus soldados, treiná-los para as batalhas desta vida, fosse lutando com exército composto por homens e soldados comuns, ou com gigantes.
Davi pôde ensinar aos seus homens como lutar, porque ele era um guerreiro!

Só pode ensinar a matar gigante quem sabe fazê-lo, só pode ensinar a orar quem ora, só podemos ensinar a jejuar se jejuamos, só podemos recomendar nossos filhos a que leiam a Bíblia se nós estivermos lendo.
As palavras convencem, o exemplo arrasta.

Davi sabia que não bastava falar, filosofar, mandar, escrever. Tinha momentos que ele mesmo entrava na guerra e mostrava como fazer.
"Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos, e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou." (II Sm. 21:15)
Vemos que ele estava no meio da peleja, havia lutado tanto que se cansou, e quase o mataram, mas como ele tinha um exército preparado, desbravado, não era um exercito frouxo, medroso, os seus valentes na mesma hora, lhe socorreu e matou o gigante em seu lugar.

Trabalhar para deixarmos um legado pode salvar a vida de nossa família e até mesmo a nossa.

Ande com matadores de gigantes, e te converterás em um deles!
Seja um deles, e poderá ensinar aos seus filhos, irmãos e igrejas como vencer ao lado de Deus, os inimigos que tentam intimidar sua fé.


Amém!!!

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