quarta-feira, 20 de abril de 2016

O ANO DA GRAÇA

Jesus voltou para a Galiléia cheio do Espírito e vai para Nazaré onde Ele tinha sido criado.
Ele esteve afastado por algum tempo e no dia de sábado Ele foi para a sinagoga, como era Seu costume.
Ele levantou-se para ler, e o livro do profeta Isaías foi entregue a Ele.
Desenrolando-o, achou o lugar onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” (Lc. 4:18-19)

Então, Ele fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se.
Os olhos de todos na sinagoga estavam fitos n’Ele.
Então Ele lhes disse: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.” (Lc. 4:21)
Todas as escrituras do Antigo Testamento devem ser cumpridas no Messias, como Jesus lhes diz depois de sua ressurreição: “São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” (Lc. 24:44)

Lucas registra que Jesus levantou-se para ler como era costume em honra da palavra de Deus e se senta para dar a explicação daquilo que Ele acabou de ler de Si mesmo.

             I.        O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu.

No contexto da profecia original de Isaías, que foi declarada centenas de anos antes de Cristo, o Ungido, o Messias foi mencionado e tinha sido ansiosamente esperado e os que estavam ouvindo Jesus compreenderam imediatamente que Ele estava aplicando a profecia para Si mesmo.
Ele parou de ler, antes do final das palavras proféticas de Isaías sobre o dia da vingança.
Esse tempo ainda está no futuro, quando Jesus voltará como Rei.
Quando Jesus leu as antigas palavras hebraicas, Sua dicção da palavra mashach, “ungido”, deve ter causado assombro. Mashach é a raiz da palavra Mashiach, “Messias.”
Quando Jesus finalmente declara: Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir, deve ter havido um momento de surpresa na congregação.

            II.        Para pregar o evangelho aos pobres

Jesus está se referindo aqui aos “pobres em espírito”, a diferenciação entre o humilde em contraste com o orgulhoso como ele se refere a eles no Sermão da Montanha.
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus.” (Mt. 5:3)
Uma pessoa humilde é muito mais apta a escutar as palavras de Jesus do que a orgulhosa.
Devemos seguir o exemplo de Jesus e ensinar o evangelho aos pobres e declarar as boas novas, evangelizar e ensinar sobre Jesus e a salvação. Pobre neste contexto é qualquer um que não sabe das riquezas da vida em Cristo.

           III.        Enviou-me a curar os quebrantados do coração

Isaías profetizou que Jesus estaria fazendo, Ele foi enviado para curar os quebrantados do coração, assim como Deus havia afirmado: “Sara os de coração quebrantado e lhes pensa as feridas.” (Sl. 147:3)
As pessoas que estão com coração quebrantados por seu pecado e estão verdadeiramente humilhados no arrependimento vão encontrar a cura quando aceitam, acreditam e confessam Jesus como seu Senhor e Salvador.
Necessitamos ministrar ao coração quebrantado e apontá-los a Jesus para que sejam curados.

          IV.        Proclamar a liberdade aos cativos

No livro de Atos lemos: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” (At. 10:38)
Jesus veio para libertar pessoas.
A liberdade da qual Ele está falando é do aprisionamento de maus hábitos como o vício, a ganância e os caminhos do mundo.
A liberdade que é recebida por um coração humilde, em contraste a um coração orgulhoso, é como a parábola que Jesus ensinou sobre o fariseu e o publicano.
“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Lc. 18:9-14)

            V.        E restauração da vista aos cegos

Jesus fez muitos milagres e curou muitas pessoas cegas, Ele mesmo abriu os olhos de um cego de nascença, mas aqui Ele está falando da cegueira espiritual como Ele mesmo diz: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos.“ (Jo. 9:39)
Jesus queria dizer com isso que os fariseus, que poderia ver se tornaram cego para as verdades de Seu ensino por causa de seu orgulho e incredulidade.
Como crentes, devemos seguir o exemplo de Jesus e procurar abrir os olhos daqueles que são espiritualmente cegos, com as verdades da palavra de Deus.

          VI.        Para libertar os oprimidos

Muitas pessoas nos dias de Jesus eram oprimidas e muitas tomavam vantagem de viúvas e órfãos.
Também eram oprimidas pela cobrança de imposto.
As coisas não mudaram em mais 2000 anos, porém, Jesus disse: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo. 8:36)

         VII.        Para proclamar o ano aceitável, ou da graça do Senhor.

No contexto de Isaías, parece referir-se ao Ano do Jubileu, que ocorria a cada 50 anos.
“O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram.” (Is. 61:1-2)
Naquele ano, todos os escravos hebreus que poderiam ter sido escravizados por dívida foram libertados.
A terra que tinha sido vendida a outro revertia ao seu proprietário ancestral.
“Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta vibrante; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra. Santificareis o ano quinquagésimo e proclamareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família. O ano quinquagésimo vos será jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele colhereis as uvas das vinhas não podadas. Porque é jubileu, santo será para vós outros; o produto do campo comereis. Neste Ano do Jubileu, tornareis cada um à sua possessão.” (Lv. 25:8-13)
Esta citação se encaixa bem com a predição de Isaías sobre libertação aos cativos e oprimidos.
À medida que continuamos a ler Isaías, este também declara a vinda do Messias no fim dos tempos, para inaugurar um período de liberdade sem precedentes e plenitude.
A justiça triunfará sobre a opressão, e os injustos sofrerão castigo severo e a justiça de Deus.
Quando pensamos sobre esta passagem, aprendemos que nós como seguidores do Messias precisamos contar a outros sobre Jesus, e ao fazê-lo, nós também estamos declarando, que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!
“Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação.” (II Co. 6:2)

O ano da graça do Senhor é o ano em que somos restaurados e liberados.
É o ano em que aceitamos a Jesus como nosso Messias e reconhecemos a necessidade de um Salvador e a aceitação de que nós estamos indo para servi-Lo, louva-Lo, adorá-Lo, honrá-Lo, buscá-Lo e obedecê-Lo para o resto da nossa vida.
Nós temos as maravilhosas “Boa Novas.” 
Devemos declará-las a todos que encontramos.
Esta é a grande comissão de Jesus a Seus discípulos, e como crentes é nossa também.


Amém!!!

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