quinta-feira, 7 de abril de 2016

ALEGRIA NA ADVERSIDADE

“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.” (Hc. 3:17-18)

Imaginem a situação de Habacuque, sem previsão de colheita, sem poder contar com a sua produção, sem perspectivas nem sequer de garantir o seu próprio mantimento.
Eu imagino que este homem tenha trabalhado tanto, se esforçado, se dedicado, e mesmo assim, devido às situações adversas, ele não alcançou o resultado que esperava.
Este homem poderia ter ficado frustrado, poderia ter murmurado, mas ele manteve sua alegria no Senhor.
Ele devia ter uma família, e precisava lhes prover o sustento, devia ter contas para pagar, enfim, assim como nós hoje em dia, desde aquele tempo o homem enfrenta os mesmos problemas.
Mas ele acreditava no mesmo Deus que nós cremos, um Deus que é capaz de renovar a nossa esperança, porque podemos crer na sua fidelidade, e porque podemos descansar na certeza de que Ele supre todas as nossas necessidades.

O profeta relaciona em seis tópicos tudo aquilo que de pior poderia acontecer naquela época, envolvendo toda a cadeia da economia local.
Em palavras de hoje seria o equivalente a dizer: “Ainda que o salário não seja suficiente, nem que o mercado de ações não dê lucro, ainda que os investimentos não tenham retorno, e que eu perca o emprego, ainda que meu fundo de pensão possa falir e toda minha poupança se esgotar.”
O profeta não poderia pintar um quadro pior.
Mas apesar de tudo isto mostra uma reviravolta.
Independentemente do cenário externo, o profeta demonstra total confiança, alegria e fé no Senhor Deus.
Mas podemos perceber que este lindo texto não espelha a atitude anterior do profeta.
Esta confiança demonstrada pelo profeta é resultado de uma resposta de oração.

Uma das coisas que mais nos impressiona é a quantidade de perguntas que Habacuque faz a Deus.
Habacuque faz dezessete questionamentos, sendo que a maioria ele faz diretamente a Deus.
Isso nos faz pensar no tipo de oração que fazemos.
Se orarmos apenas pedindo, ou mesmo agradecendo, este tipo de oração não envolve diálogo.
Se nossos filhos, por exemplo, sempre nos abordam para pedir algo ou para agradecer por algo, não há assunto para uma conversa.
Sempre que surge uma curiosidade na mente de uma criança pequena, e ela se dirige a seus pais, ela espera uma resposta, por mais ingênua que seja a pergunta.
Precisamos nos lembrar disso na próxima vez que orarmos.
Qual foi a última vez que você questionou a Deus sobre uma situação?
Até mesmo Jesus, na cruz, no momento mais difícil, se dirigiu a Deus com uma pergunta: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc. 15:34)

Mas, lembremos também que, assim como Habacuque, ao fazermos uma pergunta, nem sempre a resposta vem rapidamente.
“Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?” (Hc. 1:2)
Muitas vezes precisaremos subir à “torre de vigia”, um lugar onde o profeta ficou até receber a resposta.
“Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for arguido.” (Hc. 2:1)
É necessário ter perseverança na oração.

Algumas perguntas de Habacuque chegam a ser bem ousadas.
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Hc. 1:13)
Em outras palavras, Habacuque estava questionando até mesmo se Deus era de fato justo.
Tenho certeza que Deus prefere uma oração assim a uma vã repetição.
Deus gosta de se revelar a corações agoniados e aflitos.
Jó também passou por uma situação assim: “Ah! se eu soubesse onde encontrá-lo! Então me Chegaria ao seu tribunal. Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos.” (Jó. 23:3-4)

E o que acontece quando Deus responde?
O profeta Habacuque descreve a visão que ele teve quando Deus respondeu suas perguntas.
A glória de Deus enchendo os céus, e a visão e o alcance de seu poder, foram suficientes para que Habacuque percebesse a pequenez de seus questionamentos. (Hc. 3:3-15)

Jó, também passou por experiência semelhante: “Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó. 42:3-6)

Habacuque teve a reação semelhante: “Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; no dia da angústia descansarei, quando subir contra o povo que invadirá com suas tropas” (Hc. 3:16)

Assim como precisamos ser perseverantes na oração, precisamos estar preparados para a resposta!
Quando Deus se revela àqueles que o buscam, esta experiência revela quem Deus realmente é, e quem realmente somos.
E esta revelação vai mudar nossa vida, e a maneira como nos relacionamos com Deus.

Em nossas orações temos questionado a Deus sobre o que Ele quer de certas situações?
Nós temos perseverado em buscar e esperar de Deus uma resposta?
Ao buscar a resposta, nós entendemos que Deus pode mudar nossa vida, ao nos responder?
Quantas vezes nós já passamos por esta experiência?

Ainda que as adversidades se levantem contra nós, ainda que não alcancemos o resultado que esperamos, e mesmo que as coisas pareçam tão difíceis a ponto de nos fazer pensar em jogar tudo para o alto, ainda assim, poderemos nos alegrar, e glorificar ao Senhor, porque no Senhor, sabemos que as tribulações são passageiras, e que logo o Senhor nos trará a vitória.
Alegremo-nos sempre no Senhor.
A alegria do Senhor é a nossa força.

Amém!!!


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