“Bem-aventurados os
pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mt. 5:9)
Ser
cristão é ser pacificador, pois a ele é dado à tarefa de promover e estimular a
paz.
Deus
está á procura de homens e mulheres prontos a levantar a bandeira da paz em
meio aos conflitos e guerras deste mundo.
A
palavra grega traduzida como pacificador vem do adjetivo para paz e do verbo
que comumente significava fazer.
O
sentido mais correto da expressão pacificador refere-se à promoção de
concordância entre duas ou mais pessoas que estão em contenda, em guerra, em
litígio.
Os
pacificadores não são os passivos que esperam que a paz aconteça.
Eles
tomam iniciativa e se esforçam para que haja paz.
Aquele
que busca fazer a paz procura a reconciliação onde há conflito; o entendimento
mútuo onde há discórdia, e o perdão onde houve pecado.
Ele
precisa buscar isso entre pessoas em conflito.
Vivemos
num mundo de guerras.
Quer
seja entre nações, no mercado de trabalho, entre gangs, ou mesmo debaixo do
mesmo teto, a incapacidade de viver e conviver em paz reflete a natureza
pecaminosa e egoísta da humanidade.
Assim
como toda guerra tem uma raiz lá dentro dos corações, todo o processo de paz
também só pode partir de uma grande mudança lá dentro de nossa vida, no âmago
das motivações e desejos.
Jesus,
o Príncipe da Paz, promoveu a paz em nós e nos chama para sermos pacificadores,
como Ele.
A
primeira atitude prática que um pacificador faz em um processo de reconciliação,
é estabelecer uma situação de cessar fogo.
Não
há condições de trazer paz em meio a um tiroteio.
É
necessário que uma bandeira branca seja levantada para um recesso.
Pessoas
envolvem-se tanto nos tiroteios dos conflitos que se tornam incapazes de baixar
a guarda.
Aí
entra o pacificador, oferecendo sua credibilidade e autoridade para essa pausa.
Na
verdade, ele só consegue fazer isso se tiver a confiança de ambos os lados.
Não
é fácil alcançar a paz e a sua conquista é resultante de empenho.
A
partir da pausa, o pacificador deve trabalhar rapidamente para discernir causas
e motivações, agindo de maneira imparcial e justa.
O
trabalho de reconciliar exige a firme determinação de ouvir, fazendo perguntas
certas, dentro sempre de um ambiente de amor, mas verdade e sinceridade.
Após
entender bem o contexto, o pacificador deve aproximar-se incentivando a busca
de entendimento.
Isso
exigirá certamente a necessidade de pedir e liberar perdão.
Via
de regra, ambos os lados têm sua mea-culpa.
Muitos
conflitos acontecem pela grande intolerância presente nas relações humanas.
Assim,
é fundamental a ministração da importância de suportarmos um ao outro.
Na
Bíblia não faltam instruções insistentes nesta direção.
Uma
vez entendido, perdoado, haverá pré-disposição para promover a reconciliação.
Neste
ponto, o amor de Cristo deve ter brotado nos corações para que o ato não seja
uma mera formalidade.
Normalmente,
haverá certo constrangimento ao perceberem como foram tão intolerantes um com o
outro.
Quando
o pacificador chega neste ponto, ele já sente concretamente o fluir da paz de
Cristo.
Se
o homem não tem paz com o Deus que o criou, jamais poderá sentir-se em paz
consigo mesmo.
É
aqui que entra o trabalho solidário do pacificador, que após ter levado o homem
a se reconciliar com Deus procura levá-lo a cultivar a auto-estima como filho
de Deus que agora é.
“Vede quão grande
caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus...” (I Jo. 3:1a)
O
texto afirma que os pacificadores serão chamados filhos de Deus.
É
claro que não se trata de semelhança física, mas semelhança com o caráter de
Cristo.
À
medida que exercemos nosso papel de pacificadores, reconciliando pessoas com
Deus e com seus semelhantes, nos tornamos parecidos com Jesus.
Apesar
da importância de reconciliar o homem com Deus, consigo mesmo e com o seu
semelhante, o pacificador tem o privilegio que excede a todos os demais, ele é
chamado “Filho de Deus”.
Jesus
nos conforta dizendo que aqueles que promovem a paz são genuínos filhos de
Deus, pois a paz também é fruto do Espírito.
“Mas o fruto do
Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão,
esperança. Contra estas coisas não há lei.” (Gl. 5:22-23)
Só
naqueles em quem habita, o Espírito de Deus agirá, promovendo a verdadeira
pacificação.
Seja
a paz de Cristo o árbitro em vosso coração.
Amém!!!
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