sexta-feira, 30 de março de 2018

O AMOR EXTREMADO DE MÃE


“Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite. Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e concubina de Saul.” (II Sm. 21:10-11)

A narrativa bíblica que fala da vida de Rispa, seu comportamento, sua atitude frente às muitas lutas que passou na vida, demonstra que tipo de mulher ela era.

Rispa era uma mulher bonita que atraia os olhos de todos os homens que passavam.
Concubina do Rei Saul, teve com ele dois filhos Armoni e Mefibosete, eles foram criados no palácio real.
Rispa conheceu a glória de gerar dois príncipes e a viver sustentada e honrada pelas benesses, promovida pelo reinado de Saul.

Rispa é um exemplo de vigilância e tenacidade mesmo depois da morte dos filhos. Isto revela o perfil de uma dedicada e amorosa mãe, daquelas que encaram a maternidade não apenas como uma responsabilidade, mas como uma bênção. Que veem nos filhos uma herança do Senhor.

Mas um dia o rei Saul, pai de seus filhos é perseguido e morre.
Começa na vida de Rispa, o período de dificuldade, escassez, perdas, e fugas.
Ela experimentou o período de deserto e exploração.
Com tenacidade perseverou até que Deus se tornou favorável para com a terra. 

Mães que oram pelos seus rebentos não desanimam diante das dificuldades; não consideram perda de tempo os momentos que gastam com os filhos, ou orando por eles; faça sol ou faça chuva, mesmo nos dias corridos como os de hoje; atendem ao bom andamento da sua casa e investem na prole visando o futuro. “Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça.” (Pv. 31:27)

Rispa não permitiu nem que os restos mortais dos filhos fossem vítimas de ataques de aves e outros animais.
E olhe que ela velava mortos!
Isto fala de responsabilidades e deveres familiares.
Os filhos são personalidades em formação.
São seres que dependem do amor, do exemplo, da autoridade, orientação e disciplina de pais e mães conscientes da missão que lhes foi delegada pelo Criador, a quem prestarão contas.

Houve um tempo de fome que perdurou por três anos e atingiu Israel durante a primeira metade do reinado de Davi, em Jerusalém.
Acreditava-se que esta calamidade aconteceu por causa de Saul e da sua casa sanguinária, desrespeitando a aliança que havia entre Israel e os gibeonitas, onde Israel deveria protegê-los, e Saul matou os gibeonitas.
Os gibeonitas não eram israelitas, mas o restante dos amorreus, que Saul perseguiu de dentro de Israel.
Então, o rei Davi consultou-os sobre como o grande mal que Saul causou a eles poderia ser reparado.
Eles responderam que só a morte da descendência de Saul poderia amenizar o grande mal.
E assim foi feito.
Davi concordou em entregar a eles os dois filhos de Rispa e cinco dos filhos de Merabe, filha mais velha de Saul, que ela tivera à Adriel.
Os gibeonitas os condenaram à morte, e penduraram seus corpos no santuário em Gibeá.

Então Rispa tomou seu lugar sobre a rocha de Gibeá, e por seis meses observou os corpos suspensos de seus filhos, para impedi-los de ser devorado pelas feras e aves de rapina, até serem finalmente levados para baixo e enterrados por Davi.
“Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite.” (II Sm. 21:10)

  • O AMOR LEVADO AO EXTREMO DE UMA MÃE

Rispa possuía como herança seus dois filhos.
Deles nasceriam os netos e sua posteridade seria concretizada.
Mas um dia por ordem do rei Davi, seus filhos foram sacrificados para que a maldição sobre Israel fosse extirpada.

Será que você pode imaginar essa cena: Armoni e Mefibosete, sendo levados pelos guardas, e Rispa chorando e gritando pelos filhos.
A morte estava atravessando sua alma.
Mas Rispa decide enfrentá-la, não abandonando seus filhos no tempo que eles mais precisaram da presença da mãe, no tempo da morte.

Essa forma de lidar com as agruras da vida nos faz lembrar Maria, mãe de Jesus, quando muitos o abandonaram, ela estava presente, uma mãe amorosa e sofredora ficou ao pé da cruz.
“E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa.” (Jo. 19:25-27)

Mães! Nunca desista de seus filhos eles precisam de você em todas as horas, principalmente quando a vida apresenta suas dificuldades.

Ao ver seus filhos mortos, Rispa, em grande desespero tomou a decisão de não abandonar seus corpos, pois sabia que em pouco tempo seriam dilacerados pelas aves e pelas feras do campo.
Ela pegou seu pano de saco e montou vigília dia e noite, enxotando as bestas feras, protegendo assim os corpos de seus filhos, mesmo quando em decomposição.
Ela não se afastou.

Seis meses, se passaram, e Rispa, fraca, débil, sem tomar banho, permanecia em sua vigília.
Seu ato longe de causar desaprovação daquela comunidade, trouxe um tempo de grande reflexão e comoção social.

Rispa é o símbolo da mãe, amorosa, persistente, despojada, lutadora.
Que decide lutar até ao extremo, movida pelo amor de mãe, que quando sente seus filhos arrancados de seus braços, decide lutar  para protegê-los, mesmo na morte,  não se deixando vencer, nem dando prazer as bestas feras.

Sua atitude é um exemplo às nações da expressão do amor sacrificial.
Era como se dissesse: por vocês meus filhos, jamais deixarei que as aves de rapina consumam seus corpos ainda que estejam mortos.

Quais são as aves de rapina que tentam destruir nossos filhos: Vícios das drogas, prostituição, namoros libertinos, vida libertina, rebeldia, más companhia. Etc.

Infelizmente muitos pais abandonam seus filhos ainda vivos, deixando-os para serem dilacerados pelas bestas feras desta vida.
Uma vergonha! Mas ainda a tempo de mudança de comportamento.

  • AS RECOMPENSAS RECEBIDAS PELO AMOR

O ato de amor extremo de Rispa pelos seus filhos comove o Rei dos Reis, o Senhor Todo Poderoso, mandando chuva na terra, e comove o coração do rei Davi, dando dignidade aqueles filhos, concedendo que fossem enterrados junto a seu pai.

s  A chuva de bênção sobre a terra
“…desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu...”
      
O ato singular de Rispa, seu sacrifício, sua dor, seu sofrimento gera bênção a toda uma nação, fazia mais de três anos que a terra não recebia a chuva.
A repreensão de Deus trouxe a escassez, mas o sacrifício trouxe a chuva e com chuva a bênção da provisão.      
Deus aceitou o sacrifício dos filhos de Rispa e abençoou a terra de Israel.

s  Honrada pelo rei
“Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e concubina de Saul. Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra.“ (II Sm. 21:11-14)
  
Os filhos de Rispa, Armoni e Mefibosete, receberam uma sepultura digna ao lado seu avô, Quis, seu pai rei Saul e seu irmão Jonatas.

  • O AMOR DE DEUS POR NÓS É EXTREMO

“Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. “ (Jo. 13:1)
         
O amor de Deus por seus filhos é semelhante ao de Rispa que é levado ao extremo.
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm. 5:8)
    
O filho unigênito do Pai foi crucificado por amor aos pecadores. 
Jesus morreu para que a terra fosse abençoada com salvação.
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos,” (Ef. 2:4-5)
        
Jesus é a própria água viva que desceu dos céus para trazer vida a humanidade.
”No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (Jo. 7:37-38)
         
Deus nos dará o galardão pelo reconhecimento da perseverança, do amor e da dedicação devotado ao seu reino e a sua palavra.
”Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb. 11:6)        
Na maioria das vezes, nós não entendemos os desígnios de Deus.
Porque aqueles rapazes tiveram que ser sacrificados de forma tão desumana?
Porque o sacrifício de Jesus foi tão duro?
Hoje, sabemos que havia propósitos por detrás desses acontecimentos.
E mesmo em grande tristeza, o amor pode ser exaltado e conhecido.
Muitas lições puderam ser tiradas deles e atitudes puderam ser reexaminadas.
A nação de Israel pode contemplar até que ponto o amor de uma mãe pode ser medido e as nações puderam conhecer o amor sem igual de Deus por essa humanidade, na morte salvadora de Jesus.

Queridos pais e mães de hoje, se quereis preparar filhos saudáveis para a vida e para o serviço de Deus, precisais, urgentemente, não apenas de ajuda do Alto, mas também de comprometimento com a missão de ensinar a criança no caminho em que deve andar.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.”(Pv. 22:6)

Sim, porque não basta dar condições para que nada falte aos filhos em termos de educação de qualidade, alimentação, roupas, lazer, acesso a todo aparato tecnológico possível e imaginável.
Urge criá-los na disciplina e no temor do Senhor.
“Vinde, filhos, e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.” (Sl. 34:11)
Urge impor limites e responsabilidades.
Urge “cobrir” adequada e permanentemente os filhos, criando no lar um ambiente saudável, em que o respeito, o amor, a oração e a fé sejam o verdadeiro alicerce da família.
Do contrário, como Rispa, vereis vossos filhos pagarem pelos vossos erros.
Lembre-se: Seus filhos são herança de Deus.

Amém!!!

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