domingo, 18 de março de 2018

ALIVIANDO AS CARGAS DO IRMÃO


“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo.” (Gl. 6:1-5)

No mundo, esse fato soa apenas como mais uma imposição da vida e nada mais.
O homem natural dá de ombros e diz pois é, cada um tem seus problemas, fazer o que?
E simplesmente se acostuma em ver o outro sofrendo sem fazer nada.
O pior é que muitos vão além: procuram tirar de sobre si as cargas que puderem e colocar sobre os ombros dos outros.
Ou de maneira desonesta, fugindo de alguma responsabilidade, ou por abuso.
No trabalho, o astuto joga o seu trabalho para o colega tímido, que nunca diz não.

Mas nós crentes não somos do mundo e não podemos reagir como eles, jogando carga sobre os outros e nem mesmo simplesmente dando de ombros.
A orientação que temos é bem diferente: levai as cargas uns dos outros.

No mundo em que vivemos muitas são as cargas que se nos apresentam no dia a dia.
O sentimento de culpa, a fadiga de um trabalho estressante, a preocupação pela falta de recursos, a frustração por alvos não atingidos, os conflitos conjugais ou familiares, além de outros, podem se transformar em grandes fardos que angustiam e impedem o crescimento das pessoas.

Observe como podemos participar da luta de outra pessoa, e, especialmente, com que espírito devemos fazê-lo.

  • A carga do pecado
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” (Gl. 6:1)

Os Salmos 32 e 51 relatam as consequências do pecado na vida de uma pessoa.
Podemos dizer que a carga do pecado resulta em: doença física, gemidos da alma, sentimento de culpa, vergonha diante de Deus, depressão, medo, angústia, mau humor, tribulação, sofrimento, condenação constante e tristeza. Trata-se de um fardo muito pesado.

Atentemos para o que o salmista nos revela:
“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” (Sl. 32:3-4)
“Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” (Sl. 51:3)
Alguém nessas condições já tem carga demais para levar.
Ela necessita de um ministério restaurador que aponte o caminho do arrependimento e da busca a Deus; única forma de se desvencilhar da angústia que o pecado promove.

Levamos a carga do pecado na vida do nosso irmão quando nos identificamos com o seu sofrimento e nos compadecemos sinceramente, conduzindo-o ao arrependimento e à restauração da comunhão com Deus.

Tenha o seu coração sempre aberto para lidar com a fraqueza das pessoas.
Compreenda a importância do arrependimento de quem pecou e do amor de quem ministra.

  • O fardo de Jesus
“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.” (Gl. 6:2)


O fardo do pecado bem como a carga do legalismo devem ser trocados pelo fardo de Jesus.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mt. 11:28-30)
A pessoa que se coloca como instrumento divino para propor a troca de fardos precisa se revestir do mesmo espírito de mansidão e de humildade de Cristo.
A carga de Jesus é fácil de ser levada porque se consiste numa vida de amor a Deus e ao próximo.
Amar não é pesado, porque Deus é amor e Ele mesmo vive em nós.
Quem ama cumpre a lei sem ser legalista.
É por isso que Paulo disse: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.” (Gl. 6:2)
Nossas palavras para com quem pecou devem estar carregadas da compaixão divina, sendo eficazes tanto para apresentar o erro quanto para apontar o caminho de restauração.

“Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz.” (Mt. 27:32)

Quando Simão cirineu foi obrigado a ajudar Cristo a levar a cruz, talvez tenha pensado que aquele trabalho não tinha nada a ver com ele.

Mas depois, certamente, veio a descobrir que aquela cruz tinha tudo a ver com ele e nada com Jesus.
Quando percebeu essa verdade então os papéis se inverteram: não era Simão quem estava ajudando a Cristo, mas Cristo fazendo tudo por Simão.
Isso porque Jesus se identificou com o nosso fardo e decidiu levá-lo por nós.
Tendo em vista essas coisas devemos fazer o mesmo de uns para com os outros.

  • A carga do legalismo
“Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana.” (Gl. 6:3)

Havia algumas pessoas nas igrejas da Galácia que se consideravam mais “espirituais” que as outras.
Elas pensavam assim porque eram legalistas, ou seja, julgavam ser cumpridoras rigorosas dos preceitos da lei ou dos mandamentos bíblicos, sem, contudo, atentarem para o verdadeiro sentido da lei.
Pensando assim, viviam provocando aqueles a quem julgavam ser fracos na fé.
Esse espírito causava distanciamento, frieza, julgamento e falta de identificação com o problema alheio.
Os que se achavam “espirituais” viviam procurando oportunidade para criticar e condenar os que viessem a tropeçar em alguma pedra.
Esse espírito agressivo os levava a adotar a postura de que não tinham nada a ver com os menos espirituais.
Não havia identificação com o problema alheio.
No entanto, para levar a carga de alguém eu preciso me identificar com o problema dele como se fosse meu também.

Podemos livrar as pessoas da carga do legalismo não acrescentando condenação, julgamento, crítica, ou outra carga qualquer que possa aumentar o peso que elas já levam.
Podemos, principalmente, apresentar o amor restaurador de Cristo revelado em Sua Palavra.

Identifique possíveis tendências ao legalismo em sua vida e confronte-as.
Saiba que o legalismo é um zelo excessivo pela guarda da lei que substitui a graça, a misericórdia e o amor.

"Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumpriremos a lei de Cristo."
O Senhor nos pede isso e nos ajuda com o seu Espírito Santo.
Podemos amar porque ele nos amou primeiro!
Eis "a lei de Cristo", seu "novo mandamento", "amai... assim como eu vos amei"!

Cristo já carregou, no madeiro, as nossas carga e culpas, e as pagou cem por cento.
Por isso nós também ajudaremos a aliviar as cargas do nosso irmão.

Você tem se identificado com o fardo alheio como se fosse seu próprio?
De que forma você tem aliviado a carga do seu próximo?

Amém!

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