“Irmãos, se alguém for
surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito
de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns
dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser
alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu
labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro.
Porque cada um levará o seu próprio fardo.” (Gl. 6:1-5)
No mundo, esse fato soa apenas como mais uma
imposição da vida e nada mais.
O homem natural dá de ombros e diz pois é, cada um
tem seus problemas, fazer o que?
E simplesmente se acostuma em ver o outro sofrendo
sem fazer nada.
O pior é que muitos vão além: procuram tirar de
sobre si as cargas que puderem e colocar sobre os ombros dos outros.
Ou de maneira desonesta, fugindo de alguma
responsabilidade, ou por abuso.
No trabalho, o astuto joga o seu trabalho para o
colega tímido, que nunca diz não.
Mas nós crentes não somos do mundo e não podemos
reagir como eles, jogando carga sobre os outros e nem mesmo simplesmente dando
de ombros.
A orientação que temos é bem diferente: levai as
cargas uns dos outros.
No mundo em que vivemos muitas são as cargas que se nos apresentam no dia a dia.
O sentimento de culpa, a fadiga de um
trabalho estressante, a preocupação pela falta de recursos, a frustração por
alvos não atingidos, os conflitos conjugais ou familiares, além de outros,
podem se transformar em grandes fardos que angustiam e impedem o crescimento
das pessoas.
Observe como podemos participar da luta de outra pessoa, e, especialmente, com que espírito devemos fazê-lo.
- A carga do
pecado
“Irmãos, se
alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com
espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” (Gl. 6:1)
Os Salmos 32 e 51 relatam as consequências do pecado na vida de uma pessoa.
Podemos dizer que a carga do pecado resulta
em: doença física, gemidos da alma, sentimento de culpa, vergonha diante de
Deus, depressão, medo, angústia, mau humor, tribulação, sofrimento, condenação
constante e tristeza. Trata-se de um fardo muito pesado.
Atentemos para o que o salmista nos revela:
“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram
os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava
dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” (Sl. 32:3-4)
“Pois eu conheço as minhas transgressões, e o
meu pecado está sempre diante de mim.” (Sl. 51:3)
Alguém nessas condições já tem carga demais
para levar.
Ela necessita de um ministério restaurador
que aponte o caminho do arrependimento e da busca a Deus; única forma de se
desvencilhar da angústia que o pecado promove.
Levamos a carga do pecado na vida do nosso irmão quando nos identificamos com o seu sofrimento e nos compadecemos sinceramente, conduzindo-o ao arrependimento e à restauração da comunhão com Deus.
Tenha o seu coração sempre aberto para lidar com a fraqueza das pessoas.
Compreenda a importância do arrependimento de
quem pecou e do amor de quem ministra.
- O fardo de Jesus
“Levai as
cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.” (Gl. 6:2)
O fardo do pecado bem como a carga do legalismo devem ser trocados pelo fardo de Jesus.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de
mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa
alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mt. 11:28-30)
A pessoa que se coloca como instrumento
divino para propor a troca de fardos precisa se revestir do mesmo espírito de
mansidão e de humildade de Cristo.
A carga de Jesus é fácil de ser levada porque
se consiste numa vida de amor a Deus e ao próximo.
Amar não é pesado, porque Deus é amor e Ele
mesmo vive em nós.
Quem ama cumpre a lei sem ser legalista.
É por isso que Paulo disse: “Levai as cargas uns dos outros e,
assim, cumprireis a lei de Cristo.” (Gl. 6:2)
Nossas palavras para com quem pecou devem
estar carregadas da compaixão divina, sendo eficazes tanto para apresentar o
erro quanto para apontar o caminho de restauração.
“Ao
saírem, encontraram um cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe
a cruz.”
(Mt. 27:32)
Quando Simão cirineu foi obrigado a ajudar
Cristo a levar a cruz, talvez tenha pensado que aquele trabalho não tinha nada
a ver com ele.
Mas depois, certamente, veio a descobrir que
aquela cruz tinha tudo a ver com ele e nada com Jesus.
Quando percebeu essa verdade então os papéis
se inverteram: não era Simão quem estava ajudando a Cristo, mas Cristo fazendo
tudo por Simão.
Isso porque Jesus se identificou com o nosso
fardo e decidiu levá-lo por nós.
Tendo em vista essas coisas devemos fazer o
mesmo de uns para com os outros.
- A carga do
legalismo
“Porque, se
alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana.” (Gl. 6:3)
Havia algumas pessoas nas igrejas da Galácia que se consideravam mais “espirituais” que as outras.
Elas pensavam assim porque eram legalistas,
ou seja, julgavam ser cumpridoras rigorosas dos preceitos da lei ou dos
mandamentos bíblicos, sem, contudo, atentarem para o verdadeiro sentido da lei.
Pensando assim, viviam provocando aqueles a
quem julgavam ser fracos na fé.
Esse espírito causava distanciamento, frieza,
julgamento e falta de identificação com o problema alheio.
Os que se achavam “espirituais” viviam
procurando oportunidade para criticar e condenar os que viessem a tropeçar em
alguma pedra.
Esse espírito agressivo os levava a adotar a
postura de que não tinham nada a ver com os menos espirituais.
Não havia identificação com o problema
alheio.
No entanto, para levar a carga de alguém eu
preciso me identificar com o problema dele como se fosse meu também.
Podemos livrar as pessoas da carga do legalismo não acrescentando condenação, julgamento, crítica, ou outra carga qualquer que possa aumentar o peso que elas já levam.
Podemos, principalmente, apresentar o amor
restaurador de Cristo revelado em Sua Palavra.
Identifique possíveis tendências ao legalismo em sua vida e confronte-as.
Saiba que o legalismo é um zelo excessivo
pela guarda da lei que substitui a graça, a misericórdia e o amor.
"Levai
as cargas uns dos outros e, assim, cumpriremos a lei de Cristo."
O Senhor nos pede isso e nos ajuda com o seu
Espírito Santo.
Podemos amar porque ele nos amou primeiro!
Eis "a lei de Cristo", seu
"novo mandamento", "amai... assim como eu vos amei"!
Cristo já carregou, no madeiro, as nossas
carga e culpas, e as pagou cem por cento.
Por isso nós também ajudaremos a aliviar as
cargas do nosso irmão.
Você tem se identificado com o fardo alheio como se fosse seu próprio?
De que forma você tem aliviado a carga do seu
próximo?
Amém!
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