“Então, Rispa, filha
de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o
princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as
aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite.
Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e concubina de Saul.” (II Sm. 21:10-11)
A
narrativa bíblica que fala da vida de Rispa, seu comportamento, sua atitude
frente às muitas lutas que passou na vida, demonstra que tipo de mulher ela
era.
Rispa
era uma mulher bonita que atraia os olhos de todos os homens que passavam.
Concubina
do Rei Saul, teve com ele dois filhos Armoni e Mefibosete, eles foram criados
no palácio real.
Rispa
conheceu a glória de gerar dois príncipes e a viver sustentada e honrada pelas
benesses, promovida pelo reinado de Saul.
Rispa
é um exemplo de vigilância e tenacidade mesmo depois da morte dos filhos. Isto
revela o perfil de uma dedicada e amorosa mãe, daquelas que encaram a maternidade
não apenas como uma responsabilidade, mas como uma bênção. Que veem nos filhos
uma herança do Senhor.
Mas
um dia o rei Saul, pai de seus filhos é perseguido e morre.
Começa
na vida de Rispa, o período de dificuldade, escassez, perdas, e fugas.
Ela
experimentou o período de deserto e exploração.
Com
tenacidade perseverou até que Deus se tornou favorável para com a terra.
Mães
que oram pelos seus rebentos não desanimam diante das dificuldades; não
consideram perda de tempo os momentos que gastam com os filhos, ou orando por
eles; faça sol ou faça chuva, mesmo nos dias corridos como os de hoje; atendem
ao bom andamento da sua casa e investem na prole visando o futuro. “Atende ao bom andamento da sua casa e não
come o pão da preguiça.” (Pv. 31:27)
Rispa não permitiu nem que os restos mortais dos filhos fossem vítimas de ataques de aves e outros animais.
E
olhe que ela velava mortos!
Isto
fala de responsabilidades e deveres familiares.
Os
filhos são personalidades em formação.
São
seres que dependem do amor, do exemplo, da autoridade, orientação e disciplina
de pais e mães conscientes da missão que lhes foi delegada pelo Criador, a quem
prestarão contas.
Houve
um tempo de fome que perdurou por três anos e atingiu Israel durante a primeira
metade do reinado de Davi, em Jerusalém.
Acreditava-se
que esta calamidade aconteceu por causa de Saul e da sua casa sanguinária,
desrespeitando a aliança que havia entre Israel e os gibeonitas, onde Israel
deveria protegê-los, e Saul matou os gibeonitas.
Os
gibeonitas não eram israelitas, mas o restante dos amorreus, que Saul perseguiu
de dentro de Israel.
Então,
o rei Davi consultou-os sobre como o grande mal que Saul causou a eles poderia
ser reparado.
Eles
responderam que só a morte da descendência de Saul poderia amenizar o grande
mal.
E
assim foi feito.
Davi
concordou em entregar a eles os dois filhos de Rispa e cinco dos filhos de
Merabe, filha mais velha de Saul, que ela tivera à Adriel.
Os
gibeonitas os condenaram à morte, e penduraram seus corpos no santuário em
Gibeá.
Então
Rispa tomou seu lugar sobre a rocha de Gibeá, e por seis meses observou os
corpos suspensos de seus filhos, para impedi-los de ser devorado pelas feras e
aves de rapina, até serem finalmente levados para baixo e enterrados por Davi.
“Então, Rispa, filha
de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o
princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as
aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite.” (II Sm. 21:10)
- O
AMOR LEVADO AO EXTREMO DE UMA MÃE
Rispa
possuía como herança seus dois filhos.
Deles
nasceriam os netos e sua posteridade seria concretizada.
Mas
um dia por ordem do rei Davi, seus filhos foram sacrificados para que a
maldição sobre Israel fosse extirpada.
Será
que você pode imaginar essa cena: Armoni e Mefibosete, sendo levados pelos
guardas, e Rispa chorando e gritando pelos filhos.
A
morte estava atravessando sua alma.
Mas
Rispa decide enfrentá-la, não abandonando seus filhos no tempo que eles mais
precisaram da presença da mãe, no tempo da morte.
Essa
forma de lidar com as agruras da vida nos faz lembrar Maria, mãe de Jesus,
quando muitos o abandonaram, ela estava presente, uma mãe amorosa e sofredora
ficou ao pé da cruz.
“E junto à cruz
estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria
Madalena. Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher,
eis aí teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em
diante, o discípulo a tomou para casa.” (Jo. 19:25-27)
Mães!
Nunca desista de seus filhos eles precisam de você em todas as horas,
principalmente quando a vida apresenta suas dificuldades.
Ao
ver seus filhos mortos, Rispa, em grande desespero tomou a decisão de não abandonar
seus corpos, pois sabia que em pouco tempo seriam dilacerados pelas aves e
pelas feras do campo.
Ela
pegou seu pano de saco e montou vigília dia e noite, enxotando as bestas feras,
protegendo assim os corpos de seus filhos, mesmo quando em decomposição.
Ela
não se afastou.
Seis
meses, se passaram, e Rispa, fraca, débil, sem tomar banho, permanecia em sua
vigília.
Seu
ato longe de causar desaprovação daquela comunidade, trouxe um tempo de grande
reflexão e comoção social.
Rispa
é o símbolo da mãe, amorosa, persistente, despojada, lutadora.
Que
decide lutar até ao extremo, movida pelo amor de mãe, que quando sente seus
filhos arrancados de seus braços, decide lutar
para protegê-los, mesmo na morte,
não se deixando vencer, nem dando prazer as bestas feras.
Sua
atitude é um exemplo às nações da expressão do amor sacrificial.
Era
como se dissesse: por vocês meus filhos, jamais deixarei que as aves de rapina
consumam seus corpos ainda que estejam mortos.
Quais
são as aves de rapina que tentam destruir nossos filhos: Vícios das drogas,
prostituição, namoros libertinos, vida libertina, rebeldia, más companhia. Etc.
Infelizmente
muitos pais abandonam seus filhos ainda vivos, deixando-os para serem
dilacerados pelas bestas feras desta vida.
Uma
vergonha! Mas ainda a tempo de mudança de comportamento.
- AS
RECOMPENSAS RECEBIDAS PELO AMOR
O
ato de amor extremo de Rispa pelos seus filhos comove o Rei dos Reis, o Senhor
Todo Poderoso, mandando chuva na terra, e comove o coração do rei Davi, dando
dignidade aqueles filhos, concedendo que fossem enterrados junto a seu pai.
s A chuva de bênção sobre a terra
“…desde o princípio da ceifa até que sobre
eles caiu água do céu...”
O
ato singular de Rispa, seu sacrifício, sua dor, seu sofrimento gera bênção a
toda uma nação, fazia mais de três anos que a terra não recebia a chuva.
A
repreensão de Deus trouxe a escassez, mas o sacrifício trouxe a chuva e com
chuva a bênção da provisão.
Deus
aceitou o sacrifício dos filhos de Rispa e abençoou a terra de Israel.
s Honrada pelo rei
“Foi dito a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá e
concubina de Saul. Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul e os ossos de
Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da
praça de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que feriram
Saul em Gilboa. Dali, transportou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu
filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. Enterraram os ossos de Saul
e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis,
seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara. Depois disto, Deus se tornou
favorável para com a terra.“ (II Sm. 21:11-14)
Os
filhos de Rispa, Armoni e Mefibosete, receberam uma sepultura digna ao lado seu
avô, Quis, seu pai rei Saul e seu irmão Jonatas.
- O
AMOR DE DEUS POR NÓS É EXTREMO
“Ora, antes da Festa
da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para
o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. “ (Jo. 13:1)
O
amor de Deus por seus filhos é semelhante ao de Rispa que é levado ao extremo.
“Mas Deus prova o seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores.”
(Rm. 5:8)
O
filho unigênito do Pai foi crucificado por amor aos pecadores.
Jesus
morreu para que a terra fosse abençoada com salvação.
“Mas Deus, sendo rico
em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós
mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois
salvos,”
(Ef. 2:4-5)
Jesus
é a própria água viva que desceu dos céus para trazer vida a humanidade.
”No último e mais
importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: Se alguém tem
sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu
interior fluirão rios de água viva.” (Jo. 7:37-38)
Deus
nos dará o galardão pelo reconhecimento da perseverança, do amor e da dedicação
devotado ao seu reino e a sua palavra.
”Ora, sem fé é
impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb. 11:6)
Na
maioria das vezes, nós não entendemos os desígnios de Deus.
Porque
aqueles rapazes tiveram que ser sacrificados de forma tão desumana?
Porque
o sacrifício de Jesus foi tão duro?
Hoje,
sabemos que havia propósitos por detrás desses acontecimentos.
E
mesmo em grande tristeza, o amor pode ser exaltado e conhecido.
Muitas
lições puderam ser tiradas deles e atitudes puderam ser reexaminadas.
A
nação de Israel pode contemplar até que ponto o amor de uma mãe pode ser medido
e as nações puderam conhecer o amor sem igual de Deus por essa humanidade, na
morte salvadora de Jesus.
Queridos
pais e mães de hoje, se quereis preparar filhos saudáveis para a vida e para o
serviço de Deus, precisais, urgentemente, não apenas de ajuda do Alto, mas
também de comprometimento com a missão de ensinar a criança no caminho em que
deve andar.
“Ensina a criança no
caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.”(Pv. 22:6)
Sim,
porque não basta dar condições para que nada falte aos filhos em termos de
educação de qualidade, alimentação, roupas, lazer, acesso a todo aparato
tecnológico possível e imaginável.
Urge
criá-los na disciplina e no temor do Senhor.
“Vinde, filhos, e
escutai-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.” (Sl. 34:11)
Urge
impor limites e responsabilidades.
Urge
“cobrir” adequada e permanentemente os filhos, criando no lar um ambiente
saudável, em que o respeito, o amor, a oração e a fé sejam o verdadeiro
alicerce da família.
Do
contrário, como Rispa, vereis vossos filhos pagarem pelos vossos erros.
Lembre-se:
Seus filhos são herança de Deus.
Amém!!!