"Quanto a vós
outras, ó ovelhas minhas, assim diz o SENHOR Deus: Eis que julgarei entre
ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes." (Ez. 34:17)
Pastorear
ovelhas não é tarefa fácil.
O
pastorado requer do ministro, além do chamado vocacional, um cabedal de amor,
humildade e servilismo.
Todavia,
existe também o grande desafio de discernir no meio do rebanho os bodes e
mantê-los o mais longe possível das ovelhas.
A
igreja é como um aprisco de ovelhas e não estábulo para bodes!
Até
quando o crescimento faz bem a igreja?
Depende
de qual crescimento estamos falando, se do quantitativo ou do qualitativo.
Quem
sabe numa tentativa de unificar as distinções citadas pudéssemos dizer: bem, o
crescimento será saudável em quantidade e qualidade à igreja, quando em suas
perspectivas ela for capaz de proclamar fielmente as boas novas do Evangelho
aos perdidos, instruir na fé os novos crentes, edificar os mais experientes,
desenvolver obreiros e ministérios bíblicos e cumprir sua missão primaz de
fazer discípulos.
Jesus
na celebração em Jerusalém na Festa da Dedicação, passeando no templo no
Pórtico de Salomão é rodeado e interrogado pelos judeus, e responde:
"As minhas
ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem." (Jo. 10:27)
Umas
das tarefas mais árduas para uma igreja local é sem dúvida o discipulado, pois
consome recursos, requer tempo, necessita de dedicação dos mais maduros da
comunidade quanto à interação e integração dos noviços aos padrões e
resignações da vida cristã.
Não
existe discipulado com tempo determinado para acabar, na verdade discipulado é
contínuo e para todos da igreja, não é um curso preparatório pré-batismal, não
é um conjunto de regras aplicado a membresia local e tão pouco é tempo de casa
eclesiológico, tem gente há vinte anos na igreja que ainda precisa aprender
muito de e com Jesus.
O
salmista Assafe nos diz:
"Fez sair o seu
povo como ovelhas e o guiou pelo deserto, como um rebanho." (Sa. 78:52)
Em
um tempo em que quase não há investimento das igrejas em discipulado sério, fraternal
e financeiro, e onde rebanhos passaram a
representar cifras monetárias e campos eclesiásticos foram transformados em herança
da família do pastor; a pessoa do evangelista foi sendo transfigurada pela
maioria dos tele-evangelistas em um mero pedinte de ofertas, e perdeu seu
propósito e credibilidade.
Desenvolveu-se
um discipulado relâmpago que pretende produzir crentes instantâneos e com mãos
abertas para sustentar necessidades e projetos fora das perspectivas de
contexto humano do Reino de Deus, e as ovelhas, discípulos, são tratadas como indo para o matadouro.
"Mas, por amor
de ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas
para o matadouro." (Sl. 44:22)
Infelizmente
essa nova geração de crentes tende a ser cada vez mais liberal, dona da razão,
materialista e contestadora de tudo pela omissão da igreja em discipular.
É
o mais evidente sinal de que se a igreja falha em sua missão tarefa, a
pós-modernidade doutrina bem, sobre a criação de bodes e a exterminação proposital
de ovelhas.
Essa
maneira instantânea de produzir novos discípulos com foco no aumento das
contribuições e sem a devida atenção e cuidados da igreja local tem gerado
cristãos de araque, barganhistas espirituais de terceira e um grande colegiado
de Judas Iscariotes.
Contrariando
a alguns, discipulado não tem tempo determinado para acabar, é contínuo como
missão institucional da igreja cristã e ininterrupto na relação pessoal de cada
salvo com o Cristo Salvador.
O
grande julgamento
" Quando vier o
Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará
no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele
separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá
as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que
estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo." (Mt. 25:31-33)
Não
existe na biologia animal um híbrido que seja ovelha e bode ao mesmo tempo,
como também na zootecnia, ambos tem papéis e comportamentos distintos mesmo
pertencendo ao mesmo parentesco do reino animal.
Da
mesma forma, também não existe meio-crente, não existe o morno, pelo menos na
ótica divina, não há lugar para o mais ou menos nos enquadramentos da Palavra
de Deus.
Nosso
Deus é de posições claras, de mandamentos definidos e colocações objetivas, para
Ele é direita ou esquerda, verdade ou mentira, luz ou trevas, céu ou inferno,
ovelha ou bode.
Enquanto
a igreja estiver aqui na terra, ela será sempre mista, contendo ovelhas, a
saber, os santos, e bodes, os hipócritas.
Para
os olhos não treinados, os bodes passam despercebidos no meio das ovelhas, mas
certamente existe uma diferença gritante entre ambos.
Os
bodes revelam as suas impiedades, indisciplinas e rejeitam qualquer senso de
coletividade.
Portanto,
cabe ao pastor realizar seu trabalho em tempo hábil e de forma espiritual;
apartando os bodes do rebanho evitando assim as contaminações e perdas.
O
pastor não precisa tornar-se paranóico com relação aos bodes, os bodes no meio
do rebanho, infelizmente, continuarão a existir no meio do rebanho até o Dia do
Juízo, mas existem ocasiões onde os bodes se tornam tão salientes que devem
ser, rapidamente, separados do rebanho.
Deste
modo a igreja de Deus sempre será como um aprisco de ovelhas e não estábulo
para bodes, como fazem e querem muitos.
A
igreja contemporânea não enxerga que está chegando o Dia do Juízo Final, onde
todas as pessoas de todas as nacionalidades, todas as ovelhas e bodes, serão
julgados com extrema severidade e justiça.
Amém!!!
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