quinta-feira, 5 de maio de 2016

IGREJA É APRISCO DE OVELHAS


"Quanto a vós outras, ó ovelhas minhas, assim diz o SENHOR Deus: Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes." (Ez. 34:17)

Pastorear ovelhas não é tarefa fácil.
O pastorado requer do ministro, além do chamado vocacional, um cabedal de amor, humildade e servilismo.
Todavia, existe também o grande desafio de discernir no meio do rebanho os bodes e mantê-los o mais longe possível das ovelhas.

A igreja é como um aprisco de ovelhas e não estábulo para bodes!
Até quando o crescimento faz bem a igreja?
Depende de qual crescimento estamos falando, se do quantitativo ou do qualitativo.
Quem sabe numa tentativa de unificar as distinções citadas pudéssemos dizer: bem, o crescimento será saudável em quantidade e qualidade à igreja, quando em suas perspectivas ela for capaz de proclamar fielmente as boas novas do Evangelho aos perdidos, instruir na fé os novos crentes, edificar os mais experientes, desenvolver obreiros e ministérios bíblicos e cumprir sua missão primaz de fazer discípulos.

Jesus na celebração em Jerusalém na Festa da Dedicação, passeando no templo no Pórtico de Salomão é rodeado e interrogado pelos judeus, e responde:
"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem." (Jo. 10:27)

Umas das tarefas mais árduas para uma igreja local é sem dúvida o discipulado, pois consome recursos, requer tempo, necessita de dedicação dos mais maduros da comunidade quanto à interação e integração dos noviços aos padrões e resignações da vida cristã.
Não existe discipulado com tempo determinado para acabar, na verdade discipulado é contínuo e para todos da igreja, não é um curso preparatório pré-batismal, não é um conjunto de regras aplicado a membresia local e tão pouco é tempo de casa eclesiológico, tem gente há vinte anos na igreja que ainda precisa aprender muito de e com Jesus.

O salmista Assafe nos diz:
"Fez sair o seu povo como ovelhas e o guiou pelo deserto, como um rebanho." (Sa. 78:52)

Em um tempo em que quase não há investimento das igrejas em discipulado sério, fraternal e financeiro, e  onde rebanhos passaram a representar cifras monetárias e campos eclesiásticos foram transformados em herança da família do pastor; a pessoa do evangelista foi sendo transfigurada pela maioria dos tele-evangelistas em um mero pedinte de ofertas, e perdeu seu propósito e credibilidade.
Desenvolveu-se um discipulado relâmpago que pretende produzir crentes instantâneos e com mãos abertas para sustentar necessidades e projetos fora das perspectivas de contexto humano do Reino de Deus, e as ovelhas, discípulos,  são tratadas como indo para o matadouro.
"Mas, por amor de ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro." (Sl. 44:22)

Infelizmente essa nova geração de crentes tende a ser cada vez mais liberal, dona da razão, materialista e contestadora de tudo pela omissão da igreja em discipular.
É o mais evidente sinal de que se a igreja falha em sua missão tarefa, a pós-modernidade doutrina bem, sobre a criação de bodes e a exterminação proposital de ovelhas.
Essa maneira instantânea de produzir novos discípulos com foco no aumento das contribuições e sem a devida atenção e cuidados da igreja local tem gerado cristãos de araque, barganhistas espirituais de terceira e um grande colegiado de Judas Iscariotes.
Contrariando a alguns, discipulado não tem tempo determinado para acabar, é contínuo como missão institucional da igreja cristã e ininterrupto na relação pessoal de cada salvo com o Cristo Salvador.

O grande julgamento
" Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." (Mt. 25:31-33)

Não existe na biologia animal um híbrido que seja ovelha e bode ao mesmo tempo, como também na zootecnia, ambos tem papéis e comportamentos distintos mesmo pertencendo ao mesmo parentesco do reino animal.
Da mesma forma, também não existe meio-crente, não existe o morno, pelo menos na ótica divina, não há lugar para o mais ou menos nos enquadramentos da Palavra de Deus.
Nosso Deus é de posições claras, de mandamentos definidos e colocações objetivas, para Ele é direita ou esquerda, verdade ou mentira, luz ou trevas, céu ou inferno, ovelha ou bode.

Enquanto a igreja estiver aqui na terra, ela será sempre mista, contendo ovelhas, a saber, os santos, e bodes, os hipócritas.
Para os olhos não treinados, os bodes passam despercebidos no meio das ovelhas, mas certamente existe uma diferença gritante entre ambos.
Os bodes revelam as suas impiedades, indisciplinas e rejeitam qualquer senso de coletividade.
Portanto, cabe ao pastor realizar seu trabalho em tempo hábil e de forma espiritual; apartando os bodes do rebanho evitando assim as contaminações e perdas.
O pastor não precisa tornar-se paranóico com relação aos bodes, os bodes no meio do rebanho, infelizmente, continuarão a existir no meio do rebanho até o Dia do Juízo, mas existem ocasiões onde os bodes se tornam tão salientes que devem ser, rapidamente, separados do rebanho.

Deste modo a igreja de Deus sempre será como um aprisco de ovelhas e não estábulo para bodes, como fazem e querem muitos.
A igreja contemporânea não enxerga que está chegando o Dia do Juízo Final, onde todas as pessoas de todas as nacionalidades, todas as ovelhas e bodes, serão julgados com extrema severidade e justiça.

Amém!!!


Nenhum comentário: