“Levantaram-se
perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, príncipes
da congregação, eleitos por ela, varões de renome, e se ajuntaram contra Moisés
e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada
um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos exaltais
sobre a congregação do SENHOR?” (Nm. 16:2-3)
Coré
e seus companheiros eram grandes homens, príncipes da congregação.
Semelhantemente
aos fomentadores da rebelião nos dias que antecederam o dilúvio, eles são
descritos como homens de renome.
Mas,
grande como eles eram, lamentavelmente eram maiores ainda em seu próprio
conceito.
Você
está satisfeito com o que tem?
A
Palavra nos diz que Coré, acompanhado de Datã e Abirão e mais duzentos e cinquenta
homens, levantaram-se contra Moisés questionando à sua liderança e usando como
argumentação três aspectos:
a.
O
primeiro era o de que toda a congregação era santa, sendo assim, Moisés não era
melhor do que ninguém.
b.
O
segundo era o de que o Senhor estava no meio deles, então, todos os que ali
estavam, tinham sido separados por Deus
c.
e
o terceiro seria uma conseqüência, ou seja, tendo em vista a linha de
raciocínio do primeiro e segundo argumentos,
não havia motivo para Moisés se colocar como líder, e como tal, ninguém
devia obediência a ele.
Dando
uma olhada nos três argumentos, podemos afirmar que os dois primeiros eram
verdadeiros, realmente, Moisés, aos olhos de Deus, não era melhor do que
ninguém e todos ali tinham sidos escolhidos. Porém a base argumentativa de Coré,
apesar de correta, infelizmente, o levaram a uma conclusão completamente
equivocada, simplesmente pelo fato de que a liderança de Moisés não foi imposta
por ele. Todos, realmente, foram escolhidos, porém para a liderança Deus
comissionou Moisés.
Coré
fez uma interpretação do contexto de uma maneira completamente errada.
Ele
imaginou que, tendo em vista tudo o que ele pensava, tinha o direito de ser o
líder, tanto quanto Moisés.
Ele
pagou um preço muito caro por esta forma de pensar, bem como pelo seu
posicionamento.
Além
de perder a sua posição no Tabernáculo, já que era um levita que contribuía com
o seu talento na obra de Deus, perdeu a própria vida, por tomar esta atitude.
O
que vemos aqui é uma situação que acontece com muitos de nós.
Este
homem estava entre os primeiros levitas a serem escolhidos para participar da
obra de Deus, emprestando o seu talento para um serviço especial no
Tabernáculo.
Durante
a caminhada da saída do Egito, exerceu uma liderança popular reconhecida pelos
seus irmãos e chegou a estar entre aqueles colocados como chefes de Israel.
Entretanto,
isto tudo não bastava, ele queria mais.
Coré
está entre aquelas pessoas que nunca estão satisfeitas com o que tem e, além
disto, vislumbrou vantagem pessoal com a possibilidade de exercer o sacerdócio,
já que teria o poder e poderia manipular as pessoas, isto é, também foi tomado
pela ganância.
O
final desta história é o de que Corá e seus companheiros foram executados,
perderam a vida por causa desta atitude que tomaram.
A
grande verdade é que muitas das vezes somos tomados pelo sentimento da
insatisfação total com aquilo que temos, com aquilo que somos, com a forma que
as coisas estão acontecendo em nossas vidas e, aí, começamos a olhar para as
coisas que os outros possuem, com o que as pessoas são e conseguiram, isto é,
começamos a olhar demais para a vida dos outros.
Não
que não devamos ter objetivos, metas, sonhos para nós, mas precisamos tomar
muito cuidado, pois a linha que separa estes objetivos, estas metas e estes
sonhos de sentimentos ruins é muito estreita e corremos o risco de ultrapassar
determinados limites, transformando desejos perfeitamente aceitáveis, em
atitudes desastrosas, e creiam, pagaremos um preço por isto.
Muitas
vezes, na busca desenfreada pelos objetivos, não damos o menor valor ao que já
possuímos, e aquilo que Deus já nos deu.
Coré
tinha uma posição de destaque na congregação, mas não reconheceu isto, preferiu
mirar na posição de Moisés, esquecendo-se de uma coisa básica dentro da sua
própria linha de raciocínio, qual seja, se todos ali tinham sido escolhidos,
por que Deus escolheria somente as pessoas e não as colocaria nos cargos de
acordo com a sua vontade.
A
cobiça não permitiu que ele percebesse isto.
Porém
é bom que seja dito, não somos muito diferentes de Coré.
Muitos
de nós ficamos desejando, infelizmente, as qualidades especiais que Deus deu
aos outros e esquecemos-nos daquelas que Ele nos proveu.
Não
valorizar aquilo que Deus nos deu é um erro sem tamanho.
Ficar
cobiçando as qualidades dos outros não nos leva a nada, somente a desgraça.
Coré
nos ensina que não podemos permitir que a vontade de ter aquilo que é do outro
nos domine e, principalmente, que isto nos leve a não valorizar aquilo que Deus
está nos dando.
Ensina-nos,
também, que devemos sim ter objetivos, metas e desejos, mas não mirando em
alguém, na sua posição, usando de meios que não sejam éticos.
Nos
deixa, também uma lição que não podemos esquecer jamais.
O
poder, os cargos, determinadas posições jamais nos trarão a felicidade e a
satisfação pessoal, já que tudo isto é efêmero.
E,
finalmente, nos deixa um alerta, se estamos andando sempre insatisfeitos,
reclamando de tudo, levando uma vida cheia de amargura, precisamos tomar muito
cuidado, pois estes sentimentos ruins nos levam a um distanciamento de Deus e
isto quer dizer que passaremos a caminhar completamente sozinhos por esta vida.
A
rebelião é algo contagioso e mortal.
A
Bíblia não diz só que Deus não gosta.
As
Escrituras deixam claro que Ele abomina.
Estar
associado com uma pessoa rebelde e desobediente é como uma sentença de morte
espiritual.
O
fato narrado quer nos ensinar que a Adoração a Deus e o respeito a Ele andam
juntos.
São
gestos que devem ser cultivados para sermos amados por Deus.
Amém!!!
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