segunda-feira, 9 de novembro de 2015

INSATISFEITO COM O QUE TEM


“Levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, eleitos por ela, varões de renome, e se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do SENHOR?” (Nm. 16:2-3)

Coré e seus companheiros eram grandes homens, príncipes da congregação.
Semelhantemente aos fomentadores da rebelião nos dias que antecederam o dilúvio, eles são descritos como homens de renome.
Mas, grande como eles eram, lamentavelmente eram maiores ainda em seu próprio conceito.

Você está satisfeito com o que tem?

A Palavra nos diz que Coré, acompanhado de Datã e Abirão e mais duzentos e cinquenta homens, levantaram-se contra Moisés questionando à sua liderança e usando como argumentação três aspectos:

a.     O primeiro era o de que toda a congregação era santa, sendo assim, Moisés não era melhor do que ninguém.
b.    O segundo era o de que o Senhor estava no meio deles, então, todos os que ali estavam, tinham sido separados por Deus
c.     e o terceiro seria uma conseqüência, ou seja, tendo em vista a linha de raciocínio do primeiro e segundo argumentos,  não havia motivo para Moisés se colocar como líder, e como tal, ninguém devia obediência a ele.

Dando uma olhada nos três argumentos, podemos afirmar que os dois primeiros eram verdadeiros, realmente, Moisés, aos olhos de Deus, não era melhor do que ninguém e todos ali tinham sidos escolhidos. Porém a base argumentativa de Coré, apesar de correta, infelizmente, o levaram a uma conclusão completamente equivocada, simplesmente pelo fato de que a liderança de Moisés não foi imposta por ele. Todos, realmente, foram escolhidos, porém para a liderança Deus comissionou Moisés.

Coré fez uma interpretação do contexto de uma maneira completamente errada.
Ele imaginou que, tendo em vista tudo o que ele pensava, tinha o direito de ser o líder, tanto quanto Moisés.
Ele pagou um preço muito caro por esta forma de pensar, bem como pelo seu posicionamento.
Além de perder a sua posição no Tabernáculo, já que era um levita que contribuía com o seu talento na obra de Deus, perdeu a própria vida, por tomar esta atitude.

O que vemos aqui é uma situação que acontece com muitos de nós.
Este homem estava entre os primeiros levitas a serem escolhidos para participar da obra de Deus, emprestando o seu talento para um serviço especial no Tabernáculo.
Durante a caminhada da saída do Egito, exerceu uma liderança popular reconhecida pelos seus irmãos e chegou a estar entre aqueles colocados como chefes de Israel.

Entretanto, isto tudo não bastava, ele queria mais.
Coré está entre aquelas pessoas que nunca estão satisfeitas com o que tem e, além disto, vislumbrou vantagem pessoal com a possibilidade de exercer o sacerdócio, já que teria o poder e poderia manipular as pessoas, isto é, também foi tomado pela ganância.
O final desta história é o de que Corá e seus companheiros foram executados, perderam a vida por causa desta atitude que tomaram.

A grande verdade é que muitas das vezes somos tomados pelo sentimento da insatisfação total com aquilo que temos, com aquilo que somos, com a forma que as coisas estão acontecendo em nossas vidas e, aí, começamos a olhar para as coisas que os outros possuem, com o que as pessoas são e conseguiram, isto é, começamos a olhar demais para a vida dos outros.
Não que não devamos ter objetivos, metas, sonhos para nós, mas precisamos tomar muito cuidado, pois a linha que separa estes objetivos, estas metas e estes sonhos de sentimentos ruins é muito estreita e corremos o risco de ultrapassar determinados limites, transformando desejos perfeitamente aceitáveis, em atitudes desastrosas, e creiam, pagaremos um preço por isto.

Muitas vezes, na busca desenfreada pelos objetivos, não damos o menor valor ao que já possuímos, e aquilo que Deus já nos deu.

Coré tinha uma posição de destaque na congregação, mas não reconheceu isto, preferiu mirar na posição de Moisés, esquecendo-se de uma coisa básica dentro da sua própria linha de raciocínio, qual seja, se todos ali tinham sido escolhidos, por que Deus escolheria somente as pessoas e não as colocaria nos cargos de acordo com a sua vontade.
A cobiça não permitiu que ele percebesse isto.

Porém é bom que seja dito, não somos muito diferentes de Coré.
Muitos de nós ficamos desejando, infelizmente, as qualidades especiais que Deus deu aos outros e esquecemos-nos daquelas que Ele nos proveu.
Não valorizar aquilo que Deus nos deu é um erro sem tamanho.
Ficar cobiçando as qualidades dos outros não nos leva a nada, somente a desgraça.

Coré nos ensina que não podemos permitir que a vontade de ter aquilo que é do outro nos domine e, principalmente, que isto nos leve a não valorizar aquilo que Deus está nos dando.
Ensina-nos, também, que devemos sim ter objetivos, metas e desejos, mas não mirando em alguém, na sua posição, usando de meios que não sejam éticos.
Nos deixa, também uma lição que não podemos esquecer jamais.
O poder, os cargos, determinadas posições jamais nos trarão a felicidade e a satisfação pessoal, já que tudo isto é efêmero.

E, finalmente, nos deixa um alerta, se estamos andando sempre insatisfeitos, reclamando de tudo, levando uma vida cheia de amargura, precisamos tomar muito cuidado, pois estes sentimentos ruins nos levam a um distanciamento de Deus e isto quer dizer que passaremos a caminhar completamente sozinhos por esta vida.
A rebelião é algo contagioso e mortal.
A Bíblia não diz só que Deus não gosta.
As Escrituras deixam claro que Ele abomina.
Estar associado com uma pessoa rebelde e desobediente é como uma sentença de morte espiritual.
O fato narrado quer nos ensinar que a Adoração a Deus e o respeito a Ele andam juntos.
São gestos que devem ser cultivados para sermos amados por Deus.


Amém!!!

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