sábado, 1 de outubro de 2016

UMA AÇÃO ENÉRGICA

"Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome; e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente. Vendo isto os discípulos, admiraram-se e exclamaram: Como secou depressa a figueira!" (Mt. 21:18-20)

Ao sair, pela manhã, no sentido Betânia a Jerusalém, o Senhor Jesus sentiu fome. Avistou a certa distância uma figueira.
A presença das folhas sinalizava a existência de frutos porque estes precedem o aparecimento das folhas.
Eram dias muito agitados e cheios de contrastes. A mesma Jerusalém que acabara de bradar “Hosana!”, logo mais gritaria “crucifica-o!”.
Jesus dividia-se entre a cura de cegos e coxos e a expulsão enérgica dos mercadores no templo.
Nesse contexto, logo cedo, Jesus teve fome.
Aproximou-se da frondosa figueira, porém, nenhum fruto encontrou. Sem titubear, simplesmente declarou: "Nunca mais nasça fruto de ti!" (Mt. 21:19)
Imediatamente a figueira secou.
Seus discípulos presenciaram isso e ficaram maravilhados.
O Senhor Jesus fez uso desse episódio para falar da fé viva a existir na vida dos seguidores e mostrar a realidade espiritual e infrutífera de Israel no passado e no presente em relação ao Messias. 
Perceberam o Jesus que se aproxima, condena o que não presta, mas aponta o caminho.

                      I.        Jesus se aproxima da figueira em busca do fruto.

O fruto serve para alimento de quem se aproxima e também para reprodução de sua espécie.
A farta folhagem da figueira indicava que tinha fruto. Puro engano. Aquela figueira só tinha aparência.
Muitas folhas, nenhum fruto.
A figueira representa o povo de Deus que deveria dar frutos para alimentar todo aquele que se aproxima dele e reproduzir sua própria espécie.
Representa aqueles que têm palavras exuberantes, mas nenhuma consistência, aparência vistosa sem verdade, teorias sem lastro, conceitos sem prática.
Falam de amor, mas não amam. Falam de justiça, mas são iníquos.
A figueira tinha aparência, mas não cumpria sua função de alimentar os caminhantes famintos, logo, sua existência como árvore frutífera tornou-se dispensável.
A sombra que produzia poderia muito bem ser vista e usufruída das árvores não frutíferas que havia no caminho. 
Jesus se aproxima de nós com fome, mas não encontra fruto.
Todos passamos pela aferição do Senhor.
Ele olha com atenção e profundidade nosso coração, nossas ações, palavras, olhares, em todo tempo, em todos os lugares, na busca de fruto.

                    II.        Jesus se aproxima e condena a figueira por sua esterilidade.

A reação de Jesus diante da inexistência de frutos não foi um destempero emocional, um gesto teatral ou uma vingança contra a figueira. 
O bom senso e o autodomínio são inerentes ao caráter de Jesus.
O Filho de Deus jamais operou algum sinal sem que houvesse um propósito definido, uma lição a ser ensinada ou aprendida.
As decisões divinas levam em conta a integridade do Seu caráter, poder e soberania.
Jesus foi direto, incisivo, enérgico.
Os discípulos maravilharam-se também no sentido de ficarem assombrados.
Perceberam que o mesmo Jesus que salva, condena; aproxima-se com ternura, mas decide com firmeza; age com amor, mas também com justiça.
A figueira era inútil por ser estéril. Aliás, pior que não dar fruto, é fingir que se tem frutos.
Jesus não tolera a hipocrisia. Reprova o que é falso. Ele procede assim pois é coerente.
Sua aferição é precisa e sua decisão é cortante, como ensinou: "todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda" (Jo. 15:2)

                   III.        Diante do espanto de seus discípulos, Jesus usa a figueira para ensinar sobre a fé.

A figueira foi utilizada pelo Mestre dos mestres como elemento ilustrativo para falar do vínculo entre fé viva e frutificação.
À primeira vista, parece não haver qualquer conexão, não é verdade?
A intervenção radical de Jesus na figueira foi pedagógica.
O Mestre se propôs a ensinar e levar os discípulos a aprenderem algumas lições preciosas do mundo espiritual.
Mas, a resposta de Jesus ao assombro dos discípulos foi: "Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá; e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis." (Mt. 21:21-22)
Em outras palavras, Jesus estava dizendo que a fé é a fonte para matar tudo aquilo que é falso em nós, exterminar tudo o que é estéril e infrutífero em nosso caminho.
A fé em Deus nos faz remover todas as montanhas e barreiras que se interpõem em nosso caminho.
A nossa fé em Deus, que nasce na presença de Deus, cresce na palavra de Deus, é a vitória que vence o mundo e nos faz frutíferos, abençoados e abençoadores.
"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé." (I Jo. 5:4)

Jesus continua agindo energicamente para nos salvar de nós mesmos, daquilo que é infrutífero em nosso coração, daquilo que é inútil e imprestável em nosso caminho.
A figueira seca fala sobre a religiosidade vazia encontrada nas inúteis liturgias, eventos e rituais que de nenhuma valia são para Deus e Seus adoradores.
A figueira seca é a imagem de quem vive apenas para si e ostenta vaidosamente o seu egoísmo, e nesse propósito deseja abrigar sob sua folhagem ou influência os que concordam com sua vida de aparências.
Estes acabam por reproduzir a hipocrisia que apóiam e assim contaminam o ambiente onde estão.
O culto à personalidade gera a falsa paz e a falsa moralidade.
Todo acordo que desconsidera nossa aliança com Deus é um laço.
Somente as palavras que estão unidas à Palavra de Deus são autoridade no mundo físico e espiritual.
É dessa forma que distinguimos o verdadeiro do falso profeta. 
As doutrinas humanas colocam na Palavra de Deus o que Ele não diz e por isso geram decepção e apostasia.
O entendimento das Escrituras em seu verdadeiro sentido revelado pelo Espírito Santo tornam viva e produtiva a fé.
Hoje é o tempo de fazermos morrer em nós tudo o que é somente aparência e, pela fé, removermos todas as montanhas que nos impedem de vivermos a vida abundante e frutífera conquistada por Cristo.


Amém!!!

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