quarta-feira, 5 de outubro de 2016

SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.  Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;  nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt. 5:13-16)

Jesus nos mostra a grande necessidade do crente exercer sua influência no mundo, tentando evitar a deterioração da sociedade e, positivamente, brilhando como testemunho fiel de Cristo.
As bem-aventuranças que descrevem o caráter do cristão.
Agora Jesus enfatiza a necessidade do cristão exercer influência para o bem no mundo ao seu redor.
Que influência devemos exercer num mundo tão cheio de mal, corrupção e violência?
Para definir a natureza dessa influência, Jesus usa duas figuras comuns do lar, o sal e a luz.
Qual é o lar, por mais pobre que seja, que não usa tanto o sal como a luz?
Sal e luz são itens indispensáveis em qualquer lar.

      I.                                        VOCÊS SÃO O SAL DA TERRA
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens."  (Mt. 5:13)

  1. A função do sal
           
No mundo antigo, o sal era algo de muito valor.
O sal tem, pelo menos, três características.

a. Sal é tempero que dá sabor à comida

Essa é a característica mais conhecida.
Já pensou comida sem sal?
É tão insípida, como o próprio Jó reconheceu.
"Comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá sabor na clara do ovo?" (Jó. 6:6)

A influência do crente no mundo deve ser como o sal para a comida.
A presença do crente dá um novo sabor ao ambiente no escritório, na faculdade, na fábrica, etc.
Será que a nossa presença tem essa influência positiva?
Infelizmente, muitas pessoas consideram que o crente tira o sabor da vida.

b. Sal é preservador, evita a putrefação

No mundo antigo o sal era o preservador mais comum.
Antes da invenção da geladeira, o sal era usado para preservar a carne e o peixe do apodrecimento.
Até hoje é usado na tão conhecida carne-de-sol do Nordeste.

Assim, se o crente vai ser “o sal da terra”, deve ter uma influência anti-séptica no mundo.
A presença do crente deve evitar o progresso do mal, derrotando a podridão ao seu redor.
É uma tragédia que a igreja evangélica, representando 20-25% da população brasileira, não tem exercido influência maior para o bem no meio político, sindical e social, como o verdadeiro “sal da terra”.
Os cristãos foram colocados por Deus numa sociedade secular para retardar esse processo de podridão.
Deus pretende que penetremos no mundo.
O sal cristão não tem nada de ficar aconchegado em elegantes e pequenas despensas eclesiásticas.
Nosso papel é o de sermos esfregados na comunidade secular, como o sal é esfregado na carne para impedir que apodreça.

c. Sal é ligado à pureza

Não há dúvida que sua brancura brilhante fez essa ligação fácil.
Os romanos diziam que o sal era a coisa mais pura de todas as coisas, porque veio das coisas mais puras, o sol e o mar.

Se o crente vai ser o sal da terra, tem de ser um exemplo de pureza.
Uma das características da sociedade em que vivemos é o rebaixamento dos padrões de pureza.
Não há mais restrições na área moral, sexo antes de casamento é normal, e infidelidade no casamento é comum.
Os filmes com cenas de sexo explícito na TV e no cinema, as piadas sujas na fábrica e no escritório são áreas nas quais o crente tem de demonstrar sua pureza.
Quando o crente está presente, os colegas param de contar as piadas duvidosas, a TV é desligada.
Em outras palavras, o crente deve ser mais corajoso na condenação do mal.
Às vezes, os padrões de uma comunidade afrouxam-se por falta de um explícito protesto cristão.

O crente não pode se retirar do mundo, mas deve a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.
"A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo." (Tg. 1:27)
E isso não é nada fácil.
O crente é chamado a ser um purificador moral em um mundo onde os padrões morais são baixos, instáveis, ou mesmo inexistentes.

  1. A eficácia do sal  
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens."  (Mt. 5:13)

A eficácia do sal é condicional.
Para continuar a ser útil, o sal tem de conservar a sua salinidade.
É um fato que o sal não pode perder sua qualidade de salinidade.
O cloreto de sódio é um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques.
Mas provavelmente Jesus está alertando Seus discípulos de que o sal pode se tornar adulterado por impurezas e, quando isso acontece, para nada mais presta.
A mesma coisa pode acontecer aos discípulos.
A salinidade do crente vem do seu caráter descrito nas oito bem-aventuranças, se não servem ao Senhor pelas suas boas obras, se tornarão inúteis e serão rejeitados.
O problema, muitas vezes, é que o crente se deixa contaminar pelas impurezas do mundo, e, por isso, perde a sua capacidade de influenciar.

a)     É irrecuperável: "como lhe restaurar o sabor?" Não há remédio para o sal sem sua salinidade.
b)    É inútil: “para nada mais presta.”
c)     É condenado à destruição: “lançado fora, ser pisado pelos homens.”

Não há dúvida a respeito da verdade que Jesus está ensinando.
Se não estamos sendo úteis, então seremos jogados fora.
Inutilidade sempre traz desastre.
E não se esqueça! O crente é sal, e não açúcar!

  1. VOCÊS SÃO A LUZ DO MUNDO
"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte;  nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se          encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas        boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt. 5:14-16)

Luz é uma figura muito importante nas Escrituras.
  • Deus é luz.
"Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não      há nele treva nenhuma." (I Jo. 1:5)
  • Isaías fala da vinda de Jesus.
“O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.” (Is. 9:2)
  • A missão de Israel era ser luz para os gentios.
"Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da          aliança com o povo e luz para os gentios." (Is. 42:6)
"Atendei-me, povo meu, e escutai-me, nação minha; porque de mim sairá a lei, e estabelecerei o meu direito como luz dos povos." (Is. 51:4-5)

Paulo nos lembra que o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo.
"O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus." (II Co. 4:4)

1)     A função da luz
"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se          encontram na casa." (Mt. 5:14-15)

É interessante que Jesus convoca Seus seguidores a ser aquilo que Ele mesmo é, a luz do mundo.
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (Jo. 8:12)
Aqueles que permanecem em Cristo, a verdadeira Luz, são também luz.
A luz de Jesus, brilhando neles, aparece em cada rosto, nas palavras, nas ações, e ilumina o mundo ao redor.

a. A luz deve ser vista  

As casas na Palestina eram bastante escuras, com uma abertura pequena que servia de janela.
A posse da luz de Cristo faz com que Seus discípulos sejam visíveis, como uma cidade edificada sobre um monte, que pode ser claramente vista a quilômetros de distância.
Os crentes não podem se esconder e deixar de brilhar para Cristo.

Esse texto enfatiza que não pode haver discípulos secretos.
A nossa fé deve ser vista na maneira pela qual tratamos o balconista na loja, a doméstica em casa, o porteiro no prédio, o empregado no serviço.

b. A luz dissipa as trevas

Paulo, ao escrever aos filipenses, enfatiza sua função: “Inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.” (Fp. 2:15)
O mundo não pode permanecer nas trevas.

c. A luz avisa do perigo

A luz revela os perigos que nos cercam neste mundo tenebroso.

d. A luz é um guia

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.” (Sl. 119:105)
Pelo nosso testemunho brilhante, dirigimos muitos no caminho certo.

e. A luz deve brilhar no Mundo

É bom observar que o lugar onde devemos brilhar para Jesus é o mundo, onde as trevas dominam.
Jesus não disse: “Vós sois a luz da igreja”, mas “Vós sois a luz do mundo.”

2)     O resultado da luz
            "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e   glorifiquem a vosso Pai que está nos céus." (Mt. 5:16)

a. Outros podem ver as nossas boas obras

Jesus esclarece que as nossas boas obras são essa luz.
Essa expressão abrange tudo o que o crente faz e diz, demonstrando sua fé cristã. Em outras palavras, refere-se ao seu testemunho diário.

b. Outros podem glorificar ao nosso Pai nos céus

Nossas boas obras não devem chamar a atenção para nós, mas para Deus.
Quando os homens vêem tais obras, disse Jesus, glorificam a Deus, pois elas encarnam as boas novas do Seu amor que nós proclamamos.

Não há dúvida que Jesus está enfatizando que deve haver uma diferença fundamental entre o crente e o não crente, entre a igreja e o mundo.
Este tema é básico no Sermão do Monte.
O Sermão foi elaborado na pressuposição de que os cristãos são por natureza diferentes, e convoca-nos a sermos diferentes na prática.
Provavelmente, a maior de todas as tragédias da igreja ao longo de sua história, tem sido a sua constância de conformar-se à cultura prevalecente, em lugar de desenvolver uma contracultura cristã.

Fomos colocados no mundo com este papel duplo: como sal, para interromper, ou pelo menos retardar este processo da corrupção moral e espiritual, e como luz, para desfazer as trevas.

Jesus chama os Seus discípulos para exercerem uma influência dupla na comunidade secular: uma influência negativa, de impedir a sua deterioração, e uma influência positiva, de produzir a luz nas trevas.
Impedir a propagação do mal, é uma coisa; e promover a propagação da verdade, da beleza e da bondade é outra.


Amém!!!

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