quarta-feira, 10 de agosto de 2016

CHEGANDO À CASA DE DEUS

“Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.  Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.” (Lc. 10:30-37)

A parábola é a resposta de Jesus a um mestre da Lei que tem a intenção de colocá-lo à prova.
Após mencionar que a Lei se resumia em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, o homem pergunta a Jesus: “Quem é o meu próximo?”

Muitas pessoas, antes de chegarem à casa de Deus, passaram por diversos lugares e situações que a machucaram profundamente.
Estão acuados, feridos pela vida e sujos no lamaçal do pecado. É exatamente como a parábola do bom samaritano.

Este é um quadro que acontece muitas vezes todos os dias:

“Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.” (Lc. 10: 30)

A palavra de Deus é impressionante e perfeita.
Este é o quadro de muitas pessoas que chegam até a igreja.
Cai nas mãos de salteadores (Satanás e seus demônios) que lhes roubam tudo o que possuem: família, casamento, filhos, emprego, saúde, paz, confiança, amor-próprio, esperança, sonhos e etc..., e as arrastam de um lugar para o outro, espancando-as, enganando-as e por fim as deixam meio mortas.

Jesus continua a parábola:
Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.” (Lc. 10:31-32)

Quando o Senhor chegou neste ponto da parábola, as pessoas que estavam com Ele, provavelmente, imagino, quando ouviram estas duas palavras, sacerdote e levita, pensaram que o problema do homem estaria resolvido.
Um dos dois ou mesmo os dois o ajudariam.

Pessoas meio mortas cruzam as nossas vidas quase que diariamente e será que passamos de largo?
Será que viramos o rosto e pensamos que não é problema nosso?
Ou pensamos que outra pessoa poderá ajudá-lo?

Existe uma pergunta muito intrigante que Caim fez ao Senhor Deus e que ecoa pelos séculos e muitos a fazem.
“Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?” (Gn. 4: 9)

Deus sempre vai nos perguntar:
Lembra-se daquele irmãozinho que eu coloquei perto de você?
Onde ele está?
Muitas vezes nós respondemos a Deus da mesma forma que Caim respondeu.
“Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?” (Gn. 4:9b)

Deus está te respondendo que sim.
Você é o tutor do seu irmão!
Você é responsável pelo seu irmão, e por ajudar aqueles que te cercam.
Para isso você é chamado por Deus.

Lembre-se daquelas pessoas que ao longo da sua vida, Deus colocou perto de você para que esteja sendo o seu tutor.
Onde elas estão?
Estão todas na casa de Deus?
Pense nisso, pois é muito sério! Para que, quando tivermos que comparecer ao tribunal de Cristo, Deus não tenha que te cobrar pelo sangue do irmão.
Uma alma pode ir para o inferno e tudo por causa de nossa negligência.
Isto é tão precioso aos olhos de Deus que Ele mesmo vai cobrar de nós o sangue de cada pessoa nessa situação.
“Mas, se o atalaia vir que vem a espada e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo; se a espada vier e abater uma vida dentre eles, este foi abatido na sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei do atalaia.” (Ez. 33: 6)

Quando Jesus disse que nenhum deles ajudou ao homem, uma pergunta deve ter pairado pela cabeça dos ouvintes: Se o sacerdote e o levita não ajudaram aquele homem; então quem o fez?

Quando o Senhor citou a palavra samaritano, os seus ouvintes devem ter ficado bem assustados.
É necessário que você saiba quem são os Samaritanos para poder entender.

Quando do cerco de Sargão II, rei da Assíria, a Samaria e o consequente cativeiro, ele trouxe para a terra de Israel gentios que não conheciam ao Senhor e começaram a adorá-lo junto com os seus deuses.
O resultado da mistura desses gentios, com o povo que ficou, deu origem aos Samaritanos.

Quando Judá voltou do seu cativeiro, eles começaram a odiar os samaritanos por causa dessa mistura de Israel com os gentios.
Este ódio atingiu o seu ápice na época de Jesus.
Veja o conceito que os Judeus tinham a respeito dos samaritanos.
“Responderam, pois, os judeus e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?” (Jo. 8:48)

Jesus é chamado de endemoninhado e samaritano.
Chamar alguém de samaritano está no mesmo nível de chamar alguém de endemoninhado.
Isto é impressionante!
Você deve estar percebendo, agora, como viviam os samaritanos à margem da sociedade judaica.

É fácil explicar porque o samaritano quando viu aquele homem à beira do caminho meio morto moveu-se de íntima compaixão.
Ele mesmo já estivera meio morto várias vezes.
Talvez, não fisicamente como aquele homem, mas nos seus sentimentos.
Quantas vezes o samaritano escutou xingamentos, foi desprezado, insultado, humilhado.
Somente ele poderia entender a dor daquele homem à beira do caminho.
Somente ele poderia sentir o que aquele homem estava sentindo.
O levita e o sacerdote nunca poderiam agir assim, pois eles nunca haviam passado por nada disso, pois sempre foram honrados pela sociedade judaica, sempre foram aclamados pelo povo.

É interessante quando nós analisamos a fundo o amor que este samaritano demonstrou.
Ele moveu-se e comoveu-se de íntima compaixão por uma pessoa que muito provavelmente nunca iria falar com ele.

“Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?” (Jo 4: 9).

Se fosse ao contrário, muito provavelmente ele nunca seria ajudado.
Que tipo de amor é esse?
É o amor que é derramado em nossos corações pelo Espírito.
Mas o samaritano não apenas moveu-se e comoveu-se de íntima compaixão, mas atou-lhe as feridas.
Não devemos ficar apenas na vontade, nas palavras, mas devemos partir para as atitudes.
“...assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses.” (II Co. 8:11b)

·         Deus nos convida não apenas a pensar em ajudar, mas a concretizar o nosso pensamento e ajudar.
·         Deus está nos convidando não apenas a sentir pena, mas a agir, realizar, colocar em prática o sentimento pelo qual estamos sendo comovidos.
·         Deus está nos convidando a passar dos pensamentos e das palavras, para as atitudes.

Todos os dias pessoas com as mais diversas feridas cruzam os nossos caminhos e Deus nos intima a que estejamos atando-lhes as feridas.
É possível que você esteja se perguntando: como eu posso atar a ferida de alguém?
A resposta é: ame, ame, ame, ame!

“Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico?” (Jr. 8:22ª)
Aleluia!
·         Há ungüento em Gileade!
·         Há médico!
·         Há solução!
·         Há restauração!
·         Há vida!
Somos convocados a demonstrar o bálsamo do amor de Deus e alvoroçarmos um mundo carente de tudo, mas principalmente de amor!

Aquele que ama a Deus sobre todas as coisas ama o verdadeiro Samaritano da parábola, Jesus, e somente um amor assim pode transbordar e se derramar sobre aqueles que entram em contato com um verdadeiro cristão.
Jesus conclui dizendo ao mestre da Lei: “Vá e faça o mesmo.”
Mas antes de fazer como fez o samaritano ele precisava confiar totalmente nele e se deixar curar, reconhecendo-se perdido e ferido pelo pecado.


Amém!!!

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