sábado, 5 de novembro de 2016

UMA VIDA FRUTÍFERA

“No dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se nela, porventura, acharia alguma coisa. Aproximando-se dela, nada achou, senão folhas; porque não era tempo de figos. Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto.” (Mc. 11:12-14)

Nos Evangelhos há somente dois registros de que Jesus teve fome: o primeiro foi depois dos 40 dias de jejum e oração no deserto; o segundo, quando voltava de Betânia para Jerusalém.

Na primeira vez, Jesus foi servido pelos anjos.
“Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.” (Mt.  4:11)
Podemos imaginar que banquete foi aquele.
Mas aqui em Betânia, Jesus queria um lanche rápido, um break-fast, só para forrar o estômago.

Aquela figueira está à beira do caminho.
O Mestre do Universo, o Criador de todos os seres vivos, o divino Agricultor com fome, e no caminho d’Ele, uma figueira, cheia de folhas verdinhas, promissora, bem à mão, como que dizendo, chegue mais perto, faça o seu pedido, pegue o que precisa e mate a sua fome.

De repente, o inesperado acontece.
Jesus chega à figueira, olha de um lado, olha de outro, bate num galho aqui, noutro acolá e nada, não acha nada, nenhum fruto.
Jesus reage com justa indignação e ali mesmo pronuncia o seu julgamento: Que nunca mais ninguém coma das suas frutas!
Na mesma hora a figueira secou.

Mas há um detalhe.
O evangelista Marcos disse que não era tempo de figos.

Então por que Jesus foi tão radical com aquela pobre figueira?
Por que procurar figos fora de época?
O problema dessa figueira não era o de não ter figos, mas dar a aparência de tê-los.
Ela atraía pessoas com uma imagem bonita, folhas verdes, parecendo saudável, mas o que parecia ser uma promessa acabou numa frustração.
Todas as suas energias eram usadas para alimentar a sua beleza exterior, mas era uma figueira estéril.

A figueira enganou Jesus? A Ele não. Jesus sabe todas as coisas.
Mas havia um princípio que Jesus queria ensinar aos seus apóstolos.

O princípio é esse: você não precisa ser o que não é, não precisa dar o que não tem, mas não pode mostrar a outros o que você não é, não pode prometer o que não pode cumprir.

Na carta de Judas, há várias figuras que ilustram esse comportamento.
Ali, o Apóstolo fala de rochas submersas, nuvens sem água, árvores em plena estação frutífera, sem nenhum fruto, etc.

Jesus disse: “Nunca jamais coma alguém fruto de ti!” (Mc.11:14ª)
O que aconteceu àquela figueira é um alerta a cada um de nós.
Deus espera de nós frutos dignos de arrependimento, dignos do investimento que ele fez em nossas vidas.

Se aquela figueira pudesse falar, provavelmente diria:
Olhem! Eu era apenas uma figueira, mas você é uma criatura à imagem e semelhança de DEUS.
O que você está fazendo por aquele que deu a vida por você?

Há muita gente fazendo como a figueira de Betânia.
Vamos chamá-los de crentes-figueira.
Eles estão cheios de folhas verdes.
Estão à beira do caminho.
Você pode vê-los facilmente.
Eles vêm ao culto, cantam, gesticulam, batem palma, mas se você chegar perto, balançar seus galhos, não achará nada. Não há fruto algum em suas vidas.
Quantas chuvas de bênçãos os cobriram, quanto orvalho de graça caiu sobre eles, mas tudo foi usado em proveito próprio, nenhum fruto produzido, nenhum serviço oferecido.

Como galhos da Videira Verdadeira, eles sorvem toda a seiva, toda a vida, todos os nutrientes que a Raiz envia aos ramos, mas chega ali e para.
Nunca o alimento é transformado em fruto. Ninguém lucra com isso.

Certa vez Jesus afirmou:
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (Jo. 15:16)

Aqui vemos: Quem escolhe, quem é escolhido, a responsabilidade de quem é escolhido e o alcance da responsabilidade.

Jesus ensina sobre como eu posso servir ao meu SENHOR, caso ele tenha fome e precise de mim.
Ora, é claro que Jesus não sente fome de nada. É somente uma analogia.
Mas caso Ele precise de mim, o que posso oferecer a Ele?
Como posso oferecer a Deus uma vida frutífera?

Como posso ser uma pessoa frutífera?

             I.        Firme suas raízes junto às águas.

Se você quer ser uma pessoa frutífera para Deus, você precisa fazer suas raízes chegarem ao ribeiro de águas.
O rei Davi escreveu:
“Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.” (Sl. 1:3)
A equação é: Folha verde + fruto maduro = sucesso.

Esta é a imagem da raiz à procura de nutrientes. Deus inventou isso.
A raiz é atraída pela água, assim como a alma humana é atraída pela Presença de Deus.
Deus intencionalmente nos criou dependentes d’Ele.
E se você quer ser útil a Deus, firme suas raízes, busque alimento, seja saudável, e você será uma pessoa frutífera.

Mas a raiz é uma analogia, uma figura de linguagem.
Como trazer isso para a nossa vida diária?
Que raízes são essas?

            II.        Firme a raiz da sua Devoção.

Uma pessoa é conhecida por sua paixão.
Devoção, adoração é a paixão no lugar certo, em Deus.
Idolatria é paixão no lugar errado.
Há crentes sem paixão espiritual.
Eles amam seu trabalho, levam à sério o seu divertimento, mas brincam com a sua devoção.

Devoção é a raiz que nos alimenta de Deus mesmo. Mas devoção requer tempo.
Hoje nós vivemos a cultura do “fast-food”.
Fast-Food é um termo inglês usado para designar uma refeição rápida. Você faz o pedido e em questão de minutos a comida está pronta.
Nessa onda foi inventado o fast-crente, que vive atrás de um fast-culto, uma fast-pregação, uma fast-oração, uma fast-devoção.
Não é surpresa não encontrar fruto algum nessas figueiras.

Quando Deus estava preparando Josué para suceder Moisés na liderança do povo de Israel, o Senhor Deus lhe ordenou duas coisas: a primeira, que ele fosse um homem corajoso, sem medo, e a segunda foi: “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.” (Js. 1:8)

O segredo de ser bem-sucedido é meditar, e meditar é pensar com o coração. Isso requer tempo, e estamos sempre ocupados demais.

Devoção é o amor no lugar certo.
Você só ama a quem conhece, e só conhece a Deus quando lê e medita na Escritura. Jesus disse:
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” (Jo. 5:39)

Firme sua devoção, alimente-se de Deus, entre no seu quarto, feche a porta, abra a sua bíblia, leia uma passagem, espere a Palavra entrar em você, deixe sua mente ser purificada pela Escritura, medite, então comece a orar.
Haverá muito fruto na sua vida.

           III.        Firme a raiz de seus Valores

A outra raiz da nossa vida são nossos valores.
Valores determinam o que é importante para cada um de nós.
Eles estão por trás de cada atitude que tomamos.
Valores explicam o que fazemos, como fazemos, porque fazemos, a pressa ou demora do que fazemos, o interesse e a dedicação utilizados.
Se você quer ser uma pessoa frutífera para Deus, você terá que adotar valores eternos.

Firme suas raízes, firme seus valores, porque são eles que determinam quem você é, e o que você vai acumular nesse mundo.

De onde vem os nossos valores? Há várias fontes.

A fonte primária e original de todos os valores é a Palavra de Deus.
Nela, princípios eternos geram valores genuínos:
“Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?” (Dt. 10:12)

Todos os genuínos valores da pessoa bem-sucedida nascem desse versículo.
Tudo que você fizer na vida, tudo que você buscar, tudo em que você estiver envolvido, precisa se encaixar nesses quatro verbos vitais: Temer, andar, amar e servir.
Temer: define a quem prestamos contas dos nossos atos.
Andar: estabelece o como fazer as coisas.
Amar: explica porque fazer.
Servir: indica o propósito da nossa vida.

O temor de Deus é mais sábio, e me ensina a viver na presença de Deus, o tempo todo.
Por isso Temer e Andar estão coligados.
Deus disse a Abraão: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.” (Gn. 17:1)

Se houver temor no seu coração, você não vai trabalhar pra sua companhia, vai trabalhar pra DEUS.
Você não vai vender um produto fraudulentamente, porque está andando na presença de DEUS.
E isso muda tudo.

Se houver amor a Deus no seu coração, você não vai roubar ninguém, matar ninguém, trair ninguém, mentir a ninguém, prejudicar ninguém.
Porque o cumprimento da Lei é o Amor.

Se tudo que você fizer, quer seja em palavra, quer seja em ação, você fizer para servir a DEUS, não haverá mesquinhez na sua vida, e tudo que você fizer vai abençoar alguém.

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo. 15:2-5)

“Tende fé em Deus.”
É assim que podemos dar fruto em todas as estações, sem nos deixarmos prender pelas aparências que pretendemos transmitir, nem nos fecharmos em práticas puramente exteriores.
Por toda a parte, nos lugares mais precários e nas circunstâncias mais inesperadas, Deus continuará a fazer maravilhas.


Amém!!!

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