"Judá gerou de Tamar a Perez
e a Zera; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; Arão gerou a Aminadabe;
Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de
Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a
Salomão, da que fora mulher de Urias." (Mt. 1:3-6)
O que fazer quando a lembrança do passado não nos deixa ser feliz?
Aonde ir
quando temos vergonha de nossas origens porque elas de certo modo são
grotescas?
Pode uma
vida ser restaurada quando a própria pessoa chega a conclusão de que não há
mais saída para ela?
Se você tivesse que fazer a sua árvore genealógica, tentaria talvez colocar as pessoas mais ilustres.
Tentaria
encontrar alguma pessoa de renome, algum herói nacional, alguma pessoa da
realeza.
Ninguém
gostaria de colocar em sua árvore genealógica pessoas de má reputação ou de
origem vergonhosa.
Um judeu nunca colocaria na sua árvore genealógica o nome de uma mulher.
Muito
menos se esta tivesse má reputação.
Mas na
genealogia de Cristo, são mencionadas quatro mulheres.
Tamar é a
primeira, Raabe a segunda e Rute, a terceira.
O nome da
quarta não é mencionado, mas se fala de Davi, que teve um filho chamado Salomão,
que nasceu da que fora mulher de Urias, e Bate-seba era o nome da esposa de
Urias.
Analisemos um pouco a vida destas mulheres.
I.
A história da primeira, Tamar,
está no capítulo 38 do livro de Gênesis.
Tamar era
nora de Judá, um dos filhos de Jacó.
Ela se
casou com o filho mais velho de Judá chamado Er, um homem que não temia a Deus.
Andava
pelos seus próprios caminhos e morreu cedo, deixando Tamar viúva.
Naquele
tempo existia uma lei em Israel: quando alguém deixava uma viúva jovem e sem
filhos, o irmão devia se casar com a viúva para dar descendência ao falecido.
Foi assim
que Tamar se casou com Onam.
Outro
homem que não temia a Deus e que andando por seus próprios caminhos também
morreu cedo.
Tamar ficou viúva pela segunda vez, jovem e sem filhos.
E a lei
civil de seu tempo dizia que ela devia se casar com o terceiro irmão.
Mas o
irmão era muito novo ainda.
Seu nome
era Selá.
Então
Judá prometeu a sua nora que quando Selá crescesse se cumpriria a lei.
Mas Selá
cresceu e Judá não o deu em casamento a Tamar.
Diante
disto, ela sentiu-se injustiçada, ferida e machucada.
Seus
direitos estavam sendo desrespeitados.
Tamar era daquele tipo de mulher que fazia valer os seus direitos e para defendê-los não media consequências.
Um dia,
disfarçou-se de prostituta, ficou na entrada da cidade e enganando seu próprio
sogro, deitou-se com ele e ficou grávida.
Segundo a lei, ela devia ser condenada à morte, mas jogou na cara do sogro a grande injustiça que ele tinha cometido com ela.
Judá
ficou perplexo, derrotado e sem argumentos.
Tamar
fizera justiça com suas próprias mãos.
Foi
ferida e injustiçada.
Partiu
para a luta e venceu, mas ficou carregando o sentimento de culpa.
Fez
justiça com suas próprias mãos, mas caiu na promiscuidade.
Fez
justiça, mas essa justiça tinha um sabor muito amargo e doloroso.
Depois de
vencer, descobriu que não tinha valido a pena descer tão baixo para conquistar
seus direitos.
Tamar é símbolo do ser humano que quando se sente machucado e ferido não pensa duas vezes para machucar a quem o feriu.
Tamar é símbolo do ser humano que quando se sente machucado e ferido não pensa duas vezes para machucar a quem o feriu.
Um dia Tamar, caiu diante de Deus e disse: “Senhor, não valeu a pena ter feito justiça com minhas próprias mãos. Não compensou ter caído no pecado, tentando golpear aquele que estava sendo injusto comigo. Eu me machuquei. Não valeu a pena, Senhor, sinto-me perdida, atormentada pela culpa. Por favor, tem compaixão de mim.”
E Tamar voltou aos braços de Deus e sentiu o beijo da paz, o abraço da reconciliação. E quando Deus perdoa, Ele esquece o passado.
E no
livro da genealogia de Cristo o nome de Tamar está escrito, porque ela não
tinha mais passado, ela nasceu quando voltou para Deus.
É isso que Jesus está dizendo pra você.
Não
importa onde você foi; nem quão baixo você caiu; não importa o que você fez;
pode ter errado, mas se você voltar passa a fazer parte da família de Deus; seu
nome integra a árvore genealógica de Jesus.
Não é
maravilhoso?
II.
A segunda mulher mencionada na
genealogia de Jesus é Raabe, a prostituta de Jericó.
Lá na
entrada de Jericó, Raabe vendia seu corpo por um punhado de dinheiro.
Pensava
que a sua grande necessidade era o dinheiro e não pensou duas vezes para vender
seu corpo.
Mas Raabe
simboliza muito mais do que uma pessoa que entrega seu corpo por dinheiro.
Prostituição não é somente vender o corpo por dinheiro.
É também
vender os princípios por cultura; os valores por status, o respeito próprio por
uma profissão, ou por um emprego.
A história bíblica diz que Raabe sentia-se completamente perdida.
Tinha
medo do futuro.
Sabia que
o povo de Israel estava vindo.
Sabia que
o Deus de Israel acompanhava seu povo, que a destruição estava chegando para
Jericó.
Vivia
apavorada, não tinha paz.
Tinha
medo do futuro, da morte, da destruição, do inferno.
Não podia
dormir.
A sua
consciência a atormentava. Conseguira dinheiro, mas a que preço?
Será que hoje você está conseguindo tudo que sempre sonhou? A pergunta é: a que preço? Seu negócio está crescendo? A que preço? Está alcançando a posição que você queria alcançar? A que preço? Quando chega a noite você tem medo do futuro, tem medo de que Cristo volte a qualquer momento porque você não está preparado? Tem medo de que a morte o surpreenda? Medo de ficar enfermo, de sofrer um acidente, tem medo de subir em um avião? Não está preparado para enfrentar a morte?
Então me
diga, de que vale a cultura? O dinheiro? O poder? De que vale tudo que
conseguiu se não tem paz no coração? De que vale o que conquistou na vida se
quando chega a noite não pode dormir com a consciência tranquila?
Um dia, chegaram a Jericó dois homens enviados pelo povo de Deus.
Raabe viu
que esta era a sua oportunidade.
Apesar de
não passar de uma prostituta que vendia seu corpo por dinheiro, se agarrou ao
único fio de esperança; o fio escarlate que foi pendurado na sua janela e que
simbolizava a graça maravilhosa de Cristo.
Raabe
pensou: não importa como estou, nem como vivo. Talvez Deus sinta misericórdia
de mim.
E
agarrou-se ao fio vermelho da misericórdia de Jesus.
A
destruição chegou. Jericó foi queimada, mas a destruição não tocou a casa de
Raabe.
Ela foi
poupada da morte.
Quando Deus perdoa, Ele esquece completamente o passado.
E é por
isso que Deus não teve vergonha de colocar o nome de Raabe na árvore
genealógica de Jesus.
Eu não
estou falando da prostituta de Jericó.
Ela não existe
mais, estou me referindo à Raabe, à mulher perdoada, transformada pelo poder de
Deus.
III.
A terceira mulher mencionada na
árvore genealógica de Jesus é Rute.
Você não
poderá ver algo errado na vida de Rute, mas as suas raízes são vergonhosas.
Rute foi
descendente da tribo de Moabe.
Sabe quem
foi Moabe?
Vou
contar-lhe a história.
Deus ia destruir Sodoma e Gomorra.
Ló, sua
esposa e suas duas filhas saíram antes que a destruição chegasse.
A esposa
de Ló olhou lá de cima para a cidade e a Bíblia diz que ela foi transformada
numa estátua de sal.
Ló e suas
filhas conseguiram chegar no topo da montanha e lá se esconderam numa cova.
As filhas
de Ló pensaram que todos os homens do mundo tinham sido destruídos e que elas
não teriam mais descendência.
Então,
deram origem a um capítulo vergonhoso da humanidade.
Embebedaram
seu pai Ló e cometeram incesto com ele.
O fruto
deste relacionamento imoral foi Moabe, o pai dos moabitas e Rute foi uma das
filhas da tribo de Moabe.
Rute, a
moabita.
Não encontramos na Bíblia que Rute tivesse feito alguma coisa errada como Raabe ou Tamar.
Mas
encontramos em Rute uma origem incestuosa.
Ela vinha
de raízes imorais.
Rute era
a típica pessoa que sentia vergonha de seus antepassados.
Pergunto: você nunca conheceu o seu pai porque foi fruto de uma aventura pecaminosa e não fruto do amor que uniu duas pessoas? Isso tem incomodado sua vida? Tem lhe atormentado? Tem lhe criado traumas? Você olha e todo mundo tem pai e você nunca conheceu o covarde que não teve coragem de assumir você! Isso lhe dói?
Então olhe para Rute, porque se alguém devia ter vergonha de seus antepassados, era ela.
Mas um
dia chegou à sua vida um homem temente a Deus.
E a vida
deste jovem foi a inspiração que Rute precisava para sair da vida de idolatria
do povo moabita.
Aqui está o exemplo de um rapaz que em lugar de contagiar-se com a idolatria dos moabitas, levou Rute ao conhecimento do Deus eterno.
Infelizmente
esse rapaz morreu.
E a mãe,
Noemi, decidiu voltar para sua terra.
Foi então
que encontramos Rute diante da maior decisão de sua vida.
Ficou por
um instante olhando para a sua cidade, suas tradições, seus costumes, seus
pais, seus amigos, seus avós, seus bisavós, sua igreja, seu povo.
E de
outro lado, Noemi, que ia embora para a terra do Deus verdadeiro, para a
família de Deus, para a igreja de Deus, o povo das verdades bíblicas.
Rute
ficou indecisa.
O que
devia fazer? Era muito difícil, mas decidiu deixar sua cidade e partir para a
terra do Deus Eterno.
Todos nós
alguma vez temos que tomar a grande decisão.
E não é
fácil porque toda mudança envolve dor e sofrimento.
Muitas
vezes você tem que abandonar tradições, tudo aquilo em que você acreditou
durante anos e anos, aquilo em que seus pais e seus avós acreditaram.
Muitas
vezes você receberá a contradição de seus amigos e a rejeição da família.
Outras
vezes, será caçoado pelos seus princípios e pelas verdades bíblicas que você
começa a aceitar.
Todos
nós, um dia, teremos que nos confrontar com as verdades da Bíblia e teremos que
tomar nossa decisão.
Você quer aceitar a Jesus agora?
Se o
fizer, Deus fará com você o que fez com Rute.
Não
importa a sua origem, não importa a sua raça, o lugar onde você nasceu, ou o
nome da sua família.
Não
interessa se você é pobre ou rico, você passa a fazer parte da família de
Cristo.
Ele
declara o seu nome diante do mundo.
Não tem
vergonha de você.
Porque
quando Deus aceita, Ele transforma.
Não há
mais passado que o atormente, não existe mais origem vergonhosa que o
traumatize.
Você é
livre de complexos, de traumas, da incapacidade de perdoar, do ódio que você
sente por aquela pessoa, enfim, livre de tudo.
Você faz
parte da família de Deus.
Que coisa
extraordinária!
IV.
A última mulher que é mencionada
na genealogia de Cristo é Bate-Seba, a mulher de Urias.
Um dia, o
rei começou a cobiçar Bate-Seba, apesar dela ser uma mulher casada, o rei
começou a aproximar-se dela e pressioná-la.
Talvez,
no início, Bate-Seba revoltou-se com a ideia de ser infiel a seu marido, mas
com o tempo passou a sentir-se lisonjeada.
Poucas
mulheres seriam capazes de despertar a atenção do rei.
Alguma vez você já foi pressionada pelo seu chefe e de repente caiu?
E agora
tenta se justificar dizendo: "eu não tive culpa, é que se eu não cedesse,
perderia o emprego; ou não conseguiria aquela mudança de status; ou se eu não
cedesse, não poderia ingressar na faculdade; não conseguiria aquela
carreira". Tive que ceder porque a pressão era muito grande?
Bate-Seba é a típica mulher que se sentiu pressionada pelo chefe, mas por favor não pense que ela caiu por causa da pressão.
Talvez,
imperceptivelmente, mas ela entrou no jogo.
Houve uma
mistura de desejo pecaminoso e pressão que acabou em pecado.
Um pecado
que trouxe dor à sua família.
Ficou
grávida do rei e com tristeza viu como o rei mandou matar seu marido.
Sofreu as
consequências de seu erro.
Sentiu-se
miserável, acabada, sem perdão.
Sentiu
que não havia esperança para ela.
Seu
primeiro filho ficou doente e ela pensava: é a consequência de meu erro.
Há porventura em sua vida um homem e filhos inocentes que estão sofrendo vergonha pelo seu pecado?
E você
não sabe aonde ir.
E sua
vida transformou-se numa noite que não acaba?
Então veja, Bate-Seba descobriu um dia o perdão de Deus e caiu aos Seus pés, não justificou o seu pecado.
Não
disse: "Deus, caí porque o chefe pressionava e pressionava."
Não! Ela
reconheceu, como Davi, seu erro.
“Senhor,
sou a única culpada. Não necessito explicar, não necessito justificar. Só
preciso ser perdoada e estou aqui. Sou uma pecadora, por favor, me perdoe.”
E Deus
abriu os braços e a recebeu.
Quando
Deus perdoa, Ele esquece.
Nunca
mais se lembra do passado.
E na
árvore genealógica de Cristo, Deus não tem vergonha de colocar o nome de Bate-Seba.
Que grande amor!
Enquanto
as pessoas daquele tempo teriam vergonha de colocar o nome de uma mulher na sua
árvore genealógica, Deus coloca quatro mulheres na família de Jesus.
E não são
quatro fontes de virtude.
Três
delas conheceram o outro lado da vida.
E uma
delas vivia atormentada pela sua origem.
Nascera
do incesto.
Jesus agora se dirige a você e diz:
"Filho,
não me importa quem é você, não importa como você viveu, não me importa como
você pode estar agora nem os traumas que você carrega, não importa os complexos
que podem estar deturpando o seu caráter, não importa quão infeliz você se
sinta, nem quão sozinho ou perdido você possa estar, não importa quão
atormentado pelo complexo de culpa você viva ou quanto medo do inferno, do
juízo final e da condenação você tenha. Neste momento você pode vir a mim."
Jesus está com os braços abertos esperando você.
E
lembre-se: quando Deus perdoa Ele esquece e transforma.
Por isso,
o receberá.
Não tenha
vergonha de declarar ao mundo que você ama a Jesus porque Ele também não terá
vergonha de declarar diante do Universo que você é parte da família de Deus.
Abra seu coração a Jesus e diga:
-
Pai
querido, aceita-me como sou e me transforma pelo Teu poder.
-
Apaga meu
passado e mostra-me as belezas de um futuro sem fim.
-
Em nome
de Jesus.
Amém!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário