quinta-feira, 16 de junho de 2016

A FÉ QUE OBEDECE

"Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.” (Hb. 11:8)

Abraão obedeceu à chamada divina de sair a fim de possuir uma herança, embora não soubesse para que terra estivesse indo, e muito menos, qual a aparência dessa terra.
Sua fé foi de modo marcante, uma evidência sobre o invisível e uma garantia sobre algo que seria desfrutado no futuro
Abraão e sua família são escolhidos por Deus, desta vez para nos ensinar o que é a fé.
Abraão, quando chamado, obedeceu.
Obedecer a alguém sem conhecer suas intenções é prova de inteira confiança.
Quando é Deus que manda, a fé é capaz de ir, mas também de ficar.

A palavra fé está conectada com a palavra obedeceu.
Viver em submissão ao que Deus ordena é a essência da fé.
Isso foi o que Abraão fez em grau profundo, pelo que ele é chamado o pai dos que crêem.
Quando Abraão ainda vivia no paganismo, Deus lhe apareceu e lhe fez a promessa de que seria o pai de uma grande nação.

A Bíblia nos diz que Abraão “creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.” (Gn. 15:6)
Paulo desenvolveu o ensino de que Abraão representa o grande exemplo de uma pessoa que é justificada pela fé e não pelas obras.
“Por pai de muitas nações te constituí, perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem.” (Rm. 4:17)
Quando uma pessoa aceita as promessas de Deus que estão em Cristo, essa pessoa é instantaneamente justificada.
Foi assim que Abraão foi contado, ou reputado, como justo por Deus, porque ele creu na promessa de Deus.
À medida que o tempo passava, Abraão demonstrava sua fé por meio de obediência.
Essa é a razão por que, mais tarde, Tiago se refere, quando Abraão ofereceu Isaque sobre o altar, demonstrando o fruto de sua fé por meio de obediência.
“Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?” (Tg. 2:21)

O autor de Hebreus diz que foi pela fé que Abraão obedeceu, quando Deus o chamou para ir a um lugar que ele não conhecia.
Pensemos sobre isso.
Podemos apresentá-lo de maneira sensacional e torná-lo mais piedoso do que real, mas a verdade é que Abraão era um homem velho.
Ele tinha suas raízes estabelecidas firmemente na Mesopotâmia.
Sua família era desse lugar. Seus bens estavam ali. Sua herança estava ali.
Mas, quando já era velho, Deus veio até ele e lhe disse: “Quero que você saia desta terra. Saia do lugar em que você está culturalmente confortável. Farei de você um forasteiro numa terra alheia e estranha. Eu lhe mostrarei onde fica essa terra.”

Abraão arrumou suas coisas e partiu.
Se já houve uma aventura realizada tão somente pela fé, essa aventura foi a imigração de Abraão para uma terra estranha.
É por isso que a Bíblia nos diz: “Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.” (Hb. 11:9-10)

Há algo significativo a respeito do estilo de vida de Abraão como homem de fé, bem como de seus filhos e de seus netos.
Abraão teve uma vida de peregrino.
Ele não tinha um endereço permanente.
Vivia numa tenda; e essa foi também a experiência do povo de Israel.
Mudavam para lugares diferentes quando a situação climática mudava, para garantir sustento para seus rebanhos.
Tinham de ir para onde havia grama crescendo, em tempos específicos.
Assim, não havia um lugar permanente que podiam chamar de lar.
Abraão esperava e procurava não uma cidade que era terrena, e sim uma cidade cujo edificador era Deus.
No entanto, Abraão procurava algo mais do que uma terra.

Lembre as palavras de Jesus: “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo. 8:31-32)
Os fariseus se ofenderam com isso e responderam: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” (Jo. 8:33)
Jesus disse: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.” (Jo. 8:39) e “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.” (Jo. 8:56)
Jesus estava dizendo o mesmo que o autor de Hebreus disse.
Abraão aguardava não somente a promessa da terra, ele aguardava a promessa do Redentor, a qual se cumpriu na pessoa de Cristo.

Quando Paulo ensinou a doutrina da justificação somente pela fé, em sua Epístola aos Romanos, a pessoa que ele usou para ilustrar como a salvação opera foi Abraão.
Ele formulou o ensino de que pessoas no Antigo Testamento eram redimidas exatamente da mesma maneira como as pessoas são redimidas hoje.

Não havia um meio de salvação em Israel e outro meio na comunidade cristã da nova aliança.
A justificação é pela fé agora, a justificação era pela fé naquele tempo.
As bases meritórias de salvação no Antigo Testamento eram os méritos de Cristo, e não os méritos de touros e de bodes.

Os sangues de touros e de bodes não podiam, jamais, remover o pecado.
“Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados.” (Hb. 10:3-4)
“Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados.” (Hb. 10:11)

Aqueles sacrifícios apontavam para além de si mesmos.
“Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” (Hb. 9:13-14)
Eles prefiguravam ou prenunciavam a vinda do Messias, cujo sangue removeria o pecado.
Jesus foi sim o sacrifício derradeiro e, através deste sacrifício, não temos mais a necessidade de nos purificar com o sangue de animais.
O sangue de Jesus, através do Espírito eterno, purificará a nossa consciência de obras mortas.
Isso porque já somos vitoriosos e santificados pelo sangue de Cristo, então agora precisamos tão somente de aceitar e compreender a nossa vitória.
Quando a nossa mente é santificada pela compreensão do sangue eterno e poderoso de Jesus Cristo, então nós teremos uma fé inabalável e serviremos com veemência um Deus vivo e eficaz.
Nossa vida terá um objetivo claro de servi-Lo e adorá-Lo.

A única diferença entre Abraão e nós é a direção de tempo.
Abraão olhava para frente, para a cruz e nós olhamos para trás, para a cruz.
A fé de Abraão estava na promessa e nossa fé está no cumprimento da promessa.
Mas o meio de salvação era o mesmo para Abraão, como o é para nós hoje.

Amém!!!

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