"Pela fé,
Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber
por herança; e partiu sem saber aonde ia.” (Hb. 11:8)
Abraão
obedeceu à chamada divina de sair a fim de possuir uma herança, embora não
soubesse para que terra estivesse indo, e muito menos, qual a aparência dessa
terra.
Sua
fé foi de modo marcante, uma evidência sobre o invisível e uma garantia sobre
algo que seria desfrutado no futuro
Abraão
e sua família são escolhidos por Deus, desta vez para nos ensinar o que é a fé.
Abraão,
quando chamado, obedeceu.
Obedecer
a alguém sem conhecer suas intenções é prova de inteira confiança.
Quando
é Deus que manda, a fé é capaz de ir, mas também de ficar.
A
palavra fé está conectada com a palavra obedeceu.
Viver
em submissão ao que Deus ordena é a essência da fé.
Isso
foi o que Abraão fez em grau profundo, pelo que ele é chamado o pai dos que
crêem.
Quando
Abraão ainda vivia no paganismo, Deus lhe apareceu e lhe fez a promessa de que
seria o pai de uma grande nação.
A
Bíblia nos diz que Abraão “creu no
Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.” (Gn. 15:6)
Paulo
desenvolveu o ensino de que Abraão representa o grande exemplo de uma pessoa
que é justificada pela fé e não pelas obras.
“Por pai de muitas nações
te constituí, perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e
chama à existência as coisas que não existem.” (Rm. 4:17)
Quando
uma pessoa aceita as promessas de Deus que estão em Cristo, essa pessoa é
instantaneamente justificada.
Foi
assim que Abraão foi contado, ou reputado, como justo por Deus, porque ele creu
na promessa de Deus.
À
medida que o tempo passava, Abraão demonstrava sua fé por meio de obediência.
Essa
é a razão por que, mais tarde, Tiago se refere, quando Abraão ofereceu Isaque
sobre o altar, demonstrando o fruto de sua fé por meio de obediência.
“Não foi por obras
que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o
próprio filho, Isaque?” (Tg. 2:21)
O
autor de Hebreus diz que foi pela fé que Abraão obedeceu, quando Deus o chamou
para ir a um lugar que ele não conhecia.
Pensemos
sobre isso.
Podemos
apresentá-lo de maneira sensacional e torná-lo mais piedoso do que real, mas a
verdade é que Abraão era um homem velho.
Ele
tinha suas raízes estabelecidas firmemente na Mesopotâmia.
Sua
família era desse lugar. Seus bens estavam ali. Sua herança estava ali.
Mas,
quando já era velho, Deus veio até ele e lhe disse: “Quero que você saia desta
terra. Saia do lugar em que você está culturalmente confortável. Farei de você
um forasteiro numa terra alheia e estranha. Eu lhe mostrarei onde fica essa
terra.”
Abraão
arrumou suas coisas e partiu.
Se
já houve uma aventura realizada tão somente pela fé, essa aventura foi a
imigração de Abraão para uma terra estranha.
É
por isso que a Bíblia nos diz: “Pela fé,
peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com
Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade
que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.” (Hb. 11:9-10)
Há
algo significativo a respeito do estilo de vida de Abraão como homem de fé, bem
como de seus filhos e de seus netos.
Abraão
teve uma vida de peregrino.
Ele
não tinha um endereço permanente.
Vivia
numa tenda; e essa foi também a experiência do povo de Israel.
Mudavam
para lugares diferentes quando a situação climática mudava, para garantir
sustento para seus rebanhos.
Tinham
de ir para onde havia grama crescendo, em tempos específicos.
Assim,
não havia um lugar permanente que podiam chamar de lar.
Abraão
esperava e procurava não uma cidade que era terrena, e sim uma cidade cujo
edificador era Deus.
No
entanto, Abraão procurava algo mais do que uma terra.
Lembre
as palavras de Jesus: “Disse, pois, Jesus
aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois
verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” (Jo. 8:31-32)
Os
fariseus se ofenderam com isso e responderam: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como
dizes tu: Sereis livres?” (Jo. 8:33)
Jesus
disse: “Se sois filhos de Abraão,
praticai as obras de Abraão.” (Jo. 8:39) e “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e
regozijou-se.” (Jo. 8:56)
Jesus
estava dizendo o mesmo que o autor de Hebreus disse.
Abraão
aguardava não somente a promessa da terra, ele aguardava a promessa do
Redentor, a qual se cumpriu na pessoa de Cristo.
Quando
Paulo ensinou a doutrina da justificação somente pela fé, em sua Epístola aos
Romanos, a pessoa que ele usou para ilustrar como a salvação opera foi Abraão.
Ele
formulou o ensino de que pessoas no Antigo Testamento eram redimidas exatamente
da mesma maneira como as pessoas são redimidas hoje.
Não
havia um meio de salvação em Israel e outro meio na comunidade cristã da nova
aliança.
A
justificação é pela fé agora, a justificação era pela fé naquele tempo.
As
bases meritórias de salvação no Antigo Testamento eram os méritos de Cristo, e
não os méritos de touros e de bodes.
Os
sangues de touros e de bodes não podiam, jamais, remover o pecado.
“Entretanto, nesses
sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que
o sangue de touros e de bodes remova pecados.” (Hb. 10:3-4)
“Ora, todo sacerdote
se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas
vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados.” (Hb. 10:11)
Aqueles
sacrifícios apontavam para além de si mesmos.
“Portanto, se o
sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os
contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue
de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus,
purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!” (Hb. 9:13-14)
Eles
prefiguravam ou prenunciavam a vinda do Messias, cujo sangue removeria o
pecado.
Jesus
foi sim o sacrifício derradeiro e, através deste sacrifício, não temos mais a
necessidade de nos purificar com o sangue de animais.
O
sangue de Jesus, através do Espírito eterno, purificará a nossa consciência de
obras mortas.
Isso
porque já somos vitoriosos e santificados pelo sangue de Cristo, então agora
precisamos tão somente de aceitar e compreender a nossa vitória.
Quando
a nossa mente é santificada pela compreensão do sangue eterno e poderoso de
Jesus Cristo, então nós teremos uma fé inabalável e serviremos com veemência um
Deus vivo e eficaz.
Nossa
vida terá um objetivo claro de servi-Lo e adorá-Lo.
A
única diferença entre Abraão e nós é a direção de tempo.
Abraão
olhava para frente, para a cruz e nós olhamos para trás, para a cruz.
A
fé de Abraão estava na promessa e nossa fé está no cumprimento da promessa.
Mas
o meio de salvação era o mesmo para Abraão, como o é para nós hoje.
Amém!!!
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