"Eu, de muito
boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que,
amando-vos cada vez mais, seja menos amado." (II Co. 12:15)
Esta
frase, dita e escrita por Paulo, numa carta á igreja de Corintos, revela o
caráter e o sentimento de um homem de Deus cujo amor ultrapassou o ponto da
humana necessidade de reconhecimento, gratidão
ou retribuição, para amar incondicionalmente as vidas que o próprio Deus amou.
“Ainda que”
é uma expressão que usamos para indicar que embora tudo conduza para um lado,
iremos para o outro.
Sugere
que mesmo que as circunstâncias estejam contrárias não desistiremos.
O
apóstolo Paulo usa essa ideia ao dizer: “"Eu,
de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda
que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado." (II Co. 12:15)
Essas
palavras escritas pelo apóstolo Paulo revelam que sua doação aos homens, não
está atrelada a retribuição e reconhecimento dos mesmos.
Às
vezes parece que, quanto mais dedicamos amor a algumas pessoas, menos somos
amados por elas. Entretanto, Paulo não deixou de amar os coríntios, mesmo não
havendo aparente reciprocidade.
Precisamos
de uma geração que diga mais “ainda que”.
Necessitamos
decidir nos doar pelas pessoas ainda que não haja a gratidão das mesmas.
Precisamos
amar ainda que não sejamos amados.
Obedecer
ainda que sejamos apedrejados. Pois, quem condiciona sua obediência a Deus pela
aprovação do outro irá parar quando o mesmo o rejeitar.
Embora
fazer sem reciprocidade pareça ser uma tarefa difícil ela pode ser feita se
estivermos atentos ao foco que Cristo tinha na Terra.
O
Mestre amou ainda
que os outros o maltratassem, pois tinha como foco de obediência a
vontade de Deus e não a reação das pessoas.
Seu
objetivo era fazer o Pai feliz e não desistir pela rejeição dos homens.
Se
o foco for agradar a Deus, a traição de Judas, a negação de Pedro, as
chicotadas e até mesmo a Cruz não vão nos parar.
Quando
o Espírito Santo derrama o amor de Deus em nossos corações, e ficamos saturados
desse mesmo Espírito, começamos a ficar famintos, "esfomeados" de uma
comunhão profunda com Jesus, a ponto de não sermos mais nós, mas ser Cristo a
brilhar e a agir por nós e em nós. O nosso querer passa ser o de Jesus, os
nossos interesses os de Jesus, a nossa vida a ser a vida de Jesus em nós.
No
trabalho cristão não temos o direito de nos deixar conduzir por simpatias
pessoais. Temos que dar a luz, a água
viva e o pão do céu, começando na nossa casa, filhos, irmãos, esposa, marido,
parentes, na nossa rua, até aos confins da terra, sem olhar a estatuto social,
cor da pele, língua ou raça. Todos são almas por quem Cristo morreu e é preciso
que o saibam.
A
vida de Jesus consistia em levar a todos o conhecimento da vontade do Pai, e a
vontade do Pai era que todos O conhecessem como Único Deus verdadeiro e
conhecessem a Jesus, a quem tinha enviado para a salvação do mundo.
Nós
não podemos ser mais de nós mesmos, para servirmos à nossa vontade. Nós não
devemos ter outros objetivos além de servir a Jesus levando a Sua mensagem e o
Seu amor a todos os homens.
Neste
sentido, Paulo dizia: - "Eu de muito boa vontade me gastarei e me deixarei
gastar a favor das vossas almas, ainda mesmo que, amando-vos cada vez mais,
seja menos amado de vós."
Não
importa que venha a ser considerado "anátema", separado de Cristo,
contanto que vós sejais amados de Cristo e O ameis de todo o coração.
Parece
um contrassenso, mas é mesmo assim. Quando amamos de verdade, não é exagero
falar assim. Paulo amava realmente a Jesus e estava pronto a gastar-se, a
apagar-se para que os outros fossem salvos.
Contudo,
Deus jamais consentirá na morte, na perdição dos Seus filhos. Ninguém os
arrebatará da Sua mão. Esta forma de pensar, mostra bem quanto Paulo amava o
seu Senhor e a Sua Obra.
A
geração do “ainda que” é perseverante, pois tem
sua alegria em Deus e não nos resultados da terra como alvo maior.
Essa
geração é capaz de dizer: “Ainda que a
figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e
os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e
nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da
minha salvação.” (Hc 3.17-18)
Precisamos,
como Paulo, ter a consciência do que fomos vocacionados por nosso Deus a
realizar em Seu nome, coisas grandes ou pequenas, para a glória d’Ele. Por
isso, devemos aprender d’Ele, em sua Palavra, a observar os Seus preceitos
eternos para não desanimarmos nos “afadigando” desnecessariamente.
Sim,
teremos momento de crises, de depressão, e nestes momentos precisaremos sempre
de pessoas para nos ajudar, nos consolar e animar; contudo, precisamos também
que o Espírito Santo nos esclareça sobre nosso papel no Reino, na obra do
Senhor, para que como Paulo, possamos em Cristo Jesus assumir o nosso papel com
tamanha exatidão ao ponto de poder declarar com alegria no coração: “vou me
deixar desgastar em prol das almas!” (II Co. 12:15)
Responda
ao chamado de Deus e decida ser um adorador ainda que tudo esteja desabando ao
seu redor.
Quem
sabe se em ti Deus não estará chamando para o Seu ministério um novo Paulo?
A minha
oração de hoje e que seja a sua também:
Quero
ter o sentimento de Paulo. Quero amar sendo reconhecido ou não, quero me deixar
gastar pela consolidação da Igreja. Meu Deus!
Muitas
vezes minhas atitudes são louvadas, eu sei, mas que eu não me engane com estas
ocasiões nem me acostume com elas, pois
pode ser, como também já foi, que muitas outras vezes, sem que eu mereça, meu
excesso de amor incomode e seja acusado de ''estar atrapalhando.''
Que
Deus me dê forças, que me tire a cada dia a necessidade da gratidão dos homens,
até que eu fique bem parecida contigo meu Jesus, com Paulo, e cumpra meu ministério
até o fim. Oro em nome de JESUS o CRISTO, que tudo entregou por amor.
Amém!!!
Um comentário:
Pastor Alcir Marinho, que DEUS NOSSO PAI te instrua sempre para que o senhor possa esttar ajudando, através da Sã Doutrina, aqueles que como eu necessitam todos os dias de alimento para a alma. Obrigado por existir em minha caminhada cristã. Paz seja contigo.
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