segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O CHORO

Texto Bíblico: Gênesis 16:1-15

Qual seria um valor de uma lágrima?
Quantas vezes choramos e pouco de nós paramos para pensar que uma lágrima tem valor?
Deus tem um propósito na vida de cada um e muitas vezes as lágrimas derramada num lugar certo nos mostra, como ser sinceros não diante dos homens, mas diante de Deus.

Choro, pranto, choro em excesso ou ato de chorar ou lacrimejar é um efeito fisiológico dos seres humanos que consiste na produção em grande quantidade de lágrimas dos olhos, geralmente quando estão em estado emocional alterados como em casos de medo, tristeza, depressão, dor, saudade, alegria exagerada, raiva, aflição, etc.

Não há nada mais desolador do que ver alguém sofrendo e não poder fazer nada.
Um dos piores sentimentos é o de impotência em face do sofrimento de alguém.          
Qual foi a sua reação quando ouviu uma pessoa chorando pela última vez? 
O que acontece com você diante do choro de dor e desespero de alguém?
É muito triste, não é?

Agar era uma serva egípcia de Sara, mulher de Abraão, e que foi dada pela mesma para gerar um filho de Abrão a fim de cumprir a promessa de Deus, já que Sara era estéril.
Na verdade Sara quis dar uma ajudinha para Deus, na sua pequenina fé e deu a maior confusão e aí quem acabou levando a pior foi Agar, que acabou entrando nesta história.

Pela segunda vez Agar sai da casa de Abraão de forma conturbada.
Na primeira vez que isso aconteceu, ela ainda estava com seu filho Ismael no ventre, fruto das manipulações de Sara e Abraão para gerar um filho que fosse o filho da promessa.
Porém, Deus visitou Agar no deserto, a consolou e ordenou que Hagar voltasse para casa de sua senhora e se submetesse a ela.

Na segunda partida de Agar, Deus não dá a mesma ordem, afinal, ela agora foi expulsa, e continua errante no seu caminho, porém, dessa vez ela não está com seu filho no ventre, mas ele já nascera, é um menino, ele está com idade entre 11 a 13 anos, e, ambos estão em uma estrada cheia de perigos, armadilhas e incertezas.
Agar desiste da vida, a única água que lhe restara findou-se, então ela deixa o seu filho distante para não ver o fruto do seu ventre morrer sem nada poder fazer.
Agar chora.

Mas um fato ocorre nesse drama que não passa despercebido, o menino também chora, brada com desespero, o medo do oculto faz a criança derramar as lágrimas da alma.
A Bíblia Sagrada chama atenção para algo que ocorre na sequência, dizendo: “Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está.” (Gn. 21:17)

O menino do texto é Ismael, filho de Abraão com Agar, a serva de sua esposa Sara.
Esta, com ciúmes, pediu que a mãe e o filho fossem expulsos de casa.
O único caminho que restava era o deserto.
Depois que todas as provisões acabaram, a mãe deixou o menino em um canto para morrer.
Ismael entraria para as estatísticas de crianças que morrem desnutridas, caso não fosse um detalhe:
Deus ouviu o choro dele.
Ele não tinha condições nenhumas de pedir socorro.
Fraco, desidratado, faminto e vendo sua mãe que se afastava para não vê-lo sofrer.
Era um choro legítimo, não era de manha.

O choro do menino é algo que se destaca não pelo fato de uma criança estar apenas chorando, mas pelo fato do choro da criança não ter nada a ver com os choros dos adultos, ou quase nada.
Vez por outra, os nossos choros são carregados de amargura, autocomiseração, mácula, justiça própria. Choros que são mais marcados pela ira do que pelo quebrantamento ou pelo clamor legítimo da alma sedenta.

Agar certamente tinha seus motivos para ter saído da casa de Abraão, tendo em vista que sua senhora a maltratava e agora ela tinha um filho para cuidar e criar.
Mas além da criança, Agar está envolvida em um jogo de disputa, poder, paixão, herança, é um jogo de emoções afloradas, luta por conquista de um espaço que talvez nunca lhe pertencesse.
É o jogo que gostamos de chamar de vida, porque a fazemos assim.

Agar sai com seu filho, sem ter um destino certo, virou andante no deserto de Berseba.
Sabe-se apenas que ela estava em desespero, foi expulsa pela sua senhora, precisa ir, mas sem saber para onde.
Mãe e filho choram, choram porque na estrada da vida, ninguém é poupado das lágrimas, sejam elas justas aos nossos próprios olhos ou não.
Mas a verdade linda por trás da trama é que, Deus ouviu o choro do menino.

O choro do menino é o choro da sinceridade, é o choro de quem precisa de colo, de ajuda, é o choro desejoso de amparo, é o choro da nossa criança interior, clamando pelas necessidades reais da alma, do coração.
O choro do menino representa o choro das necessidades verdadeiras, assim como cada um de nós, quando choramos com o coração rasgado diante de Deus.

O choro de Ismael não está ligado ao sentimento ressentido pela vingança mal sucedida ou pela perca de poder, o choro dele não está atrelado ao grito daquele que chora com ira, mas sim do interior verdadeiro de cada um de nós que clama, Aba!

Ainda que canalizemos todas as nossas energias em coisas sem sentido real para a vida, o choro que está em nós é o choro do coração que precisa ser preenchido pelo amor do Deus misericordioso que não desampara os que têm um coração quebrantado e contrito.
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Sl. 51:17)

Quem tem um coração camuflado pelas fantasias da visão desse mundo, cheio de vaidades, disputa de poder e espaço, e não consegue se assumir como pessoa, viverá a vida com seus choros abafados pelo egoísmo e sem ter nenhum consolo.

O meu convite é para que deixemos a nossa alma chorar o choro verdadeiro, identificando que necessitamos mais e mais de Deus e não das coisas que supomos precisar.
Permita que a criança interior se derrame diante do Pai dizendo: Aba, Pai!

Somente n’Ele, somos acolhidos com amor e proteção, Ele e só Ele, é Aquele que disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mt. 18:3)

A provisão para o presente e a certeza de um futuro afasta o medo com certeza.
Dá segurança e esperança.
As lágrimas são enxugadas, o sorriso volta radiante.
Com certeza aquele menino, depois de comer e beber começou a dar gargalhas em pleno deserto.
A mãe deve ter feito “bilú bilú”, abraçado, beijado, afagado.
Ergueu os olhos porque conseguiu ver um futuro para si e para seu filho.
Deus é Deus sempre presente, atuante, confortador e atento a tudo o que passamos.
Ele pode ouvir o choro secreto de nossa alma carente e sedenta.

Hoje Deus conta conosco, somos o seu povo, temos o papel de ouvir de onde está vindo e de quem é o choro.
Choro de mulheres e crianças que precisam de ajuda.
É importante moderar o barulho que fazemos em torno de nós mesmos e prestar atenção no sofrimento do nosso próximo.
Não podemos perder a capacidade de ouvir.
Amar o próximo é também ouvir o seu choro e intervir na situação de sofrimento.
Onde estiver uma mulher ou criança com seus direitos aviltados, a Igreja tem um dever, se sensibilizar diante da necessidade, ouvir o choro de desespero, e intervir, ser a mensageira de Deus levando boas novas de esperança.

Paz seja convosco!


Amém!!!

2 comentários:

Zaqueu Lopes de disse...

Muito boa essa mensagens devemos deixar que a nossa criança interior chore nos pés do senhor pois esse choro o agrada pq vem com sinceridade

Zaqueu Lopes de disse...

Muito boa essa mensagem, devemos deixar nossas criança(interior) chora pois esse tipo agrada a Deus