Texto Bíblico: II
Crônicas 21
No
dicionário, saudade é um sentimento mais ou menos melancólico de incompletude,
ligado pela memória a situações de privação da presença de alguém ou de algo,
de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas
experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em
causa como um bem desejável.
A
trágica história de Jeorão serve-nos de advertência.
Jeorão
foi o quinto rei de Judá, e por causa da influência perniciosa da sua perversa
esposa Atalia, obscureceu grande parte das boas realizações do seu pai Josafá.
“Era ele da idade de
trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. E
se foi sem deixar de si saudades; sepultaram-no na Cidade de Davi, porém não
nos sepulcros dos reis.” (II Cr. 21:20)
Houve
razões para isso.
O
modo de proceder diante de Deus e em relação próximo dirá se seremos saudosos
ou não.
- NÃO
SOUBE VALORIZAR DEVIDAMENTE A HERANÇA DO PAI.
“Teve este irmãos, filhos de Josafá: Azarias, Jeiel,
Zacarias, Azarias, Micael e Sefatias; todos estes foram filhos de Josafá, rei
de Israel. Seu pai lhes fez muitas dádivas de prata, ouro e coisas preciosas e
ainda de cidades fortificadas em Judá; porém o reino deu a Jeorão, por ser o
primogênito.”
(II Cr. 21:2-3)
A
gratidão de Jeorão deveria ter sido sem limites.
Os
demais irmãos receberam bens, e ele, o domínio do reino.
- MATOU
SEUS IRMÃOS À ESPADA.
“Tendo Jeorão assumido o reino de seu pai e havendo-se
fortificado, matou todos os seus irmãos à espada...” (II Cr. 21:4a)
Os
maiores infortúnios entre famílias se dão por serem seus membros egoístas e
ambicionarem tudo para si.
Há
um espírito de frieza e indiferença de uns para com os outros tentando
insistentemente adentrar aos lares.
O
ciúme e o medo de membros da família ser mais carismáticos e conquistarem a
liderança familiar conduzem a erros os invejosos.
Caim
pecou nisso.
A
Bíblia ensina que é suave a unidade familiar, o respeito mútuo.
“Oh! Como é bom e
agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o
qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É
como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR
a sua bênção e a vida para sempre.” (Sl. 133:1-3)
- MATOU
PRÍNCIPES DE ISRAEL.
“Como
também alguns dos príncipes de Israel.” (II Cr. 21:4b)
Na
vida política do estado existem os arrogantes e soberbos.
Descartam
as oportunidades de igualdade, são ditadores, querem estar no domínio dos
demais, com interesses escusos.
Não
lhes pesa na consciência a discriminação disfarçada e nem o respeito com os
sentimentos alheios.
O
medo de outros serem mais hábeis e a insegurança de não estar correspondendo à
expectativa do cargo, levam pessoas a atitudes desnecessárias e condenáveis.
A
história universal tem mostrado quão terrível é o final dos ditadores.
- PRATICOU
A IDOLATRIA.
“Era Jeorão da idade de trinta e dois anos quando começou a
reinar e reinou oito anos em Jerusalém. Andou nos caminhos dos reis de Israel,
como também fizeram os da casa de Acabe, porque a filha deste era sua mulher; e
fez o que era mau perante o SENHOR.” (II Cr. 21:5-6)
O
casamento de Jeorão com Atalia, filha de Jezabel, causou a ruína de Judá, pois
Atalia levou consigo a péssima influência de sua mãe, e fez com que a nação se
esquecesse de Deus e voltasse a adorar Baal.
A
idolatria é um câncer mundial.
A
adoração de pessoas ou objetos inanimados insulta a soberania de Deus.
A
prática da idolatria se dá por não conhecerem as Sagradas Escrituras ou
torcerem seus ensinos.
Jeorão foi influenciado por sua mulher que era
de linhagem idólatra.
A
não fabricação de imagens de escultura para adoração é um mandamento de Deus.
“Não farás para ti
imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem
embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes
darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me
aborrecem.”
(Ex. 20:4-5)
- FOI
ADVERTIDO E SENTENCIADO A UM CASTIGO TERRÍVEL.
“Então, lhe chegou às mãos uma carta do profeta Elias, em
que estava escrito: Assim diz o SENHOR, Deus de Davi, teu pai: Porquanto não
andaste nos caminhos de Josafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de
Judá, mas andaste nos caminhos dos reis
de Israel, e induziste à idolatria a Judá e os moradores de Jerusalém, segundo
a idolatria da casa de Acabe, e também mataste a teus irmãos, da casa de teu
pai, melhores do que tu, eis que o SENHOR castigará com grande flagelo ao teu
povo, aos teus filhos, às tuas mulheres e todas as tuas possessões. Tu terás
grande enfermidade nas tuas entranhas, enfermidade que aumentará dia após dia, até
que saiam as tuas entranhas.” (II Cr. 21:12-15)
O
salário do pecado é a morte.
Ninguém
conseguiu e nem conseguirá ficar impune praticando atos de rebeldia contra
Deus, e nem maldosos contra o próximo.
O
juízo é a parte dolorosa reservada aos impenitentes e de coração duro.
- TEVE
OS BENS SAQUEADOS E A FAMÍLIA RAPTADA.
“Despertou, pois, o SENHOR contra Jeorão o ânimo dos
filisteus e dos arábios que estão do lado dos etíopes. Estes subiram a Judá, deram contra ele e
levaram todos os bens que se acharam na casa do rei, como também a seus filhos
e as suas mulheres; de modo que não lhe deixaram filho algum, senão Jeoacaz, o
mais moço deles.”
(II Cr. 21:16-17)
Realmente
Jeorão se foi sem deixar de si saudades.
Por
sua culpa, inocentes foram feridos e serviram de escravos para outros povos.
Seu
reino foi devastado economicamente.
O
erro de pessoa comum traz-lhe inúmeros prejuízos, mas o erro do rei prejudica
todo o reino.
- NÃO
FOI SEPULTADO COM AS DEVIDAS HONRAS REAIS.
“Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a
reinar e reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem deixar de si saudades;
sepultaram-no na Cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.” (II Cr. 21:20)
Serviria
de consolo para a própria família ver seu ente querido ser homenageado após a
morte.
Jeorão,
porém, não fez jus.
É
o que se entende pela narrativa.
Os
erros do rei Jeorão, se afastando de Deus, desprezando a Palavra profética,
odiando e matando irmãos e estabelecendo uma aliança casando-se com a filha de
Jezabel, resultou em enfermidade, morte e desonra.
Alguém
escreveu que devemos viver de tal modo que o pregador não precise mentir em
nossa cerimônia fúnebre.
Todos
gostam de saber que sua ausência foi sentida.
Anelamos
ser necessários e queridos.
Isso,
porém, tem elevado preço.
Precisamos
servir bem uns aos outros.
Amar,
perdoar e acolher.
Dividir
as vitórias e ser solidários nas dificuldades.
Dorcas
não foi rainha, mas agiu pelo bem-estar dos outros e ficou na história como
mulher santa e carismática.
Ela
deixou saudades.
“Havia em Jope uma
discípula por nome Tabita, nome este que, traduzido, quer dizer Dorcas; era ela
notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Ora, aconteceu, naqueles dias,
que ela adoeceu e veio a morrer; e, depois de a lavarem, puseram-na no
cenáculo. Como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava
ali, enviaram-lhe dois homens que lhe pedissem: Não demores em vir ter conosco.
Pedro atendeu e foi com eles. Tendo chegado, conduziram-no para o cenáculo; e
todas as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que
Dorcas fizera enquanto estava com elas. Mas Pedro, tendo feito sair a todos,
pondo-se de joelhos, orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita,
levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se. Ele, dando-lhe a
mão, levantou-a; e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a
viva. Isto se tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor.” (At. 9:36-42)
Se
não conseguirmos plantar marca de amor nas pessoas com quem nos relacionamos, o
que elas vão pensar sobre Jesus de Nazaré, Nosso Senhor?
O maior desafio para o cristão é fazer
diferença, é marcar sua geração, é deixar saudades boas de como vivemos, do
testemunho cristão, exemplos para a família, irmãos, amigos e inimigos.
O
maior legado que alguém pode deixar neste mundo é a saudade.
Amém!!!
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