“E disseram um ao
outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos
falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc. 24:32)
Jesus
havia ressuscitado dentre os mortos horas antes, mas poucos de seus discípulos
acreditam no relatório das mulheres.
Agora,
dois deles, Cleopas e outro, estão a caminho de Emaús, um povoado distante
aproximadamente onze quilômetros de Jerusalém.
Jesus
intervém na caminhada de dois dos seus seguidores, após ter ressuscitado,
causando uma revolução em seus corações, transformando toda tristeza numa
alegria para testemunhar.
Ao
saírem de Jerusalém seus discípulos levavam em seus corações um sentimento de
derrota, desânimo, uma tristeza profunda, cabisbaixos caminhavam enfraquecidos
na fé e na esperança.
“Ora, nós esperávamos
que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já
este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.” (Lc. 24:21)
Não
conseguiam entender o que havia acontecido por mais que o Mestre tivesse
ensinado.
Agora,
aos seus olhos, Jesus morrera, era o fim de tudo, toda expectativa acabara num
túmulo.
Prosseguindo
em sua caminhada rumo a Emaús receberam a companhia de uma terceira pessoa que,
mal sabiam eles, era de quem falavam.
Jesus,
mais uma vez, mostra sua disposição de estar com os seus, pois não queria que
nem um deles se perdesse.
Então,
era a hora certa de reconduzi-los ao caminho da fé.
Por
que eles demoram tanto a reconhecer Jesus?
Porque
estavam preocupados, aflitos, descrentes, amedrontados.
A
crucificação havia acabado com a fé deles.
A
esperança do Messias Salvador, tinha se esvaído, como fumaça.
Eles
foram capazes de descrever para Jesus todos os últimos acontecimentos de
Jerusalém, da conversa sobre ressurreição, mas o coração estava endurecido.
Para
eles, tudo já não passava de uma fábula, um engano.
Se
Jesus fosse mesmo o Messias teria triunfado em vida, sobre a morte.
E
Jesus começa exortá-los através da palavra.
“Então, lhes disse
Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E,
começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a
seu respeito constava em todas as Escrituras.” (Lc. 24:25-27)
E
o coração dos dois começa a arder pela autoridade de Jesus, pela verdade da
Palavra. Essa palavra é viva, poderosa, eficaz, acertou o alvo e prosperou para
o que foi designada.
“Porque a palavra de
Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta
para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hb. 4:12)
Ao
chegarem a Emaús sentiram o bem que esse companheiro de viagem promovera em
seus corações e insistiram para que ficasse com eles mesmo sem identificarem
que era Jesus.
“Mas eles o
constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E
entrou para ficar com eles.” (Lc. 24:29)
Estavam
passando por um momento difícil na vida e encontraram consolo na companhia e
nas palavras ainda que exortativas, e de alguém que estava confiante em sua
missão.
A
mesa foi o lugar escolhido por Jesus para se revelar a eles, pois afinal de
contas Cristo sempre investiu numa boa comunhão, era o kairós de Deus para
acender a paixão, fazer arder novamente o coração de pessoas tão preciosas.
“E aconteceu que,
quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes
deu;”
(Lc. 24:30)
Reconheceram
Jesus, então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu
da presença deles, e se renderam confessando a transformação sofrida em seus
corações quando esse queimava pelas palavras recebidas do filho de Deus: “Porventura, não nos ardia o coração...?”
Ao
retornarem para Jerusalém, uma viagem tão curta e rápida, levavam em suas
bagagens uma experiência tão grande e rica que fez de corações tristes e
fracos, agora fortes como brasas vivas e ardentes.
Voltar
para Jerusalém era mais do que retornar a uma cidade, era voltar para a fé,
para a esperança, aguardar o restante das promessas e também testemunhar para
aquecer o coração dos discípulos.
“Então, os dois
contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no
partir do pão.”
(Lc. 24:35)
Jesus
ressuscitou! Aleluia!
Ele
vive e reina em nossos corações, e assim como ele fez na vida de Cleopas e seu
amigo, pode aquecer o nosso coração todos os dias com a sua presença.
É
isso que Deus tem procurado em nosso tempo, no meio da nossa geração: pessoas
que tenham seus corações como vulcões de paixão e amor por Ele.
Corações
tão inflamados com a chama de amor que não possam se conter e espalhem esse
fogo por onde for.
Quando
estamos inflamados de amor por Deus, começamos a viver o verdadeiro
cristianismo.
Deus
tem um coração abrasado.
Deus
coloca paixão em tudo o que faz.
Quando
a palavra de Deus fala sobre o Espírito Santo, nos é mostrado que Jesus viria e
logo após Ele, o Espírito Santo, batizando com fogo.
Amém!!!
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