terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ARDOR NO CORAÇÃO

“E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc. 24:32)

Jesus havia ressuscitado dentre os mortos horas antes, mas poucos de seus discípulos acreditam no relatório das mulheres.
Agora, dois deles, Cleopas e outro, estão a caminho de Emaús, um povoado distante aproximadamente onze quilômetros de Jerusalém.
Jesus intervém na caminhada de dois dos seus seguidores, após ter ressuscitado, causando uma revolução em seus corações, transformando toda tristeza numa alegria para testemunhar.

Ao saírem de Jerusalém seus discípulos levavam em seus corações um sentimento de derrota, desânimo, uma tristeza profunda, cabisbaixos caminhavam enfraquecidos na fé e na esperança.
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam.” (Lc. 24:21)

Não conseguiam entender o que havia acontecido por mais que o Mestre tivesse ensinado.
Agora, aos seus olhos, Jesus morrera, era o fim de tudo, toda expectativa acabara num túmulo.

Prosseguindo em sua caminhada rumo a Emaús receberam a companhia de uma terceira pessoa que, mal sabiam eles, era de quem falavam.
Jesus, mais uma vez, mostra sua disposição de estar com os seus, pois não queria que nem um deles se perdesse.
Então, era a hora certa de reconduzi-los ao caminho da fé.

Por que eles demoram tanto a reconhecer Jesus?
Porque estavam preocupados, aflitos, descrentes, amedrontados.
A crucificação havia acabado com a fé deles.
A esperança do Messias Salvador, tinha se esvaído, como fumaça.
Eles foram capazes de descrever para Jesus todos os últimos acontecimentos de Jerusalém, da conversa sobre ressurreição, mas o coração estava endurecido.
Para eles, tudo já não passava de uma fábula, um engano.
Se Jesus fosse mesmo o Messias teria triunfado em vida, sobre a morte.
E Jesus começa exortá-los através da palavra.
“Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” (Lc. 24:25-27)

E o coração dos dois começa a arder pela autoridade de Jesus, pela verdade da Palavra. Essa palavra é viva, poderosa, eficaz, acertou o alvo e prosperou para o que foi designada.
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” (Hb. 4:12)

Ao chegarem a Emaús sentiram o bem que esse companheiro de viagem promovera em seus corações e insistiram para que ficasse com eles mesmo sem identificarem que era Jesus.
“Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.” (Lc. 24:29)
Estavam passando por um momento difícil na vida e encontraram consolo na companhia e nas palavras ainda que exortativas, e de alguém que estava confiante em sua missão.

A mesa foi o lugar escolhido por Jesus para se revelar a eles, pois afinal de contas Cristo sempre investiu numa boa comunhão, era o kairós de Deus para acender a paixão, fazer arder novamente o coração de pessoas tão preciosas.
“E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu;” (Lc. 24:30)

Reconheceram Jesus, então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles, e se renderam confessando a transformação sofrida em seus corações quando esse queimava pelas palavras recebidas do filho de Deus: “Porventura, não nos ardia o coração...?”

Ao retornarem para Jerusalém, uma viagem tão curta e rápida, levavam em suas bagagens uma experiência tão grande e rica que fez de corações tristes e fracos, agora fortes como brasas vivas e ardentes.

Voltar para Jerusalém era mais do que retornar a uma cidade, era voltar para a fé, para a esperança, aguardar o restante das promessas e também testemunhar para aquecer o coração dos discípulos.
“Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão.” (Lc. 24:35)

Jesus ressuscitou! Aleluia!
Ele vive e reina em nossos corações, e assim como ele fez na vida de Cleopas e seu amigo, pode aquecer o nosso coração todos os dias com a sua presença.

É isso que Deus tem procurado em nosso tempo, no meio da nossa geração: pessoas que tenham seus corações como vulcões de paixão e amor por Ele.
Corações tão inflamados com a chama de amor que não possam se conter e espalhem esse fogo por onde for.
Quando estamos inflamados de amor por Deus, começamos a viver o verdadeiro cristianismo.
Deus tem um coração abrasado.
Deus coloca paixão em tudo o que faz.
Quando a palavra de Deus fala sobre o Espírito Santo, nos é mostrado que Jesus viria e logo após Ele, o Espírito Santo, batizando com fogo.


Amém!!!

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