“Quando o Senhor
restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.” (Sl. 126:1)
A
calamidade de Jerusalém foi tão grande que quando os exilados chegaram lá,
acharam que a aflição não tinha fim. Eles estavam diante das ruínas de uma
cidade, cada um procurando sua casa, a de sua parentela; quem sabe sonhando com
uma sorte melhor; mas o que fazer? comprar e vender onde? bons tempos passaram
ali, mas e agora o que fazer? Estavam agradecidos pelos feitos do Senhor, mas e
agora.
Sonhar
é um verbo que tem inspirado poetas e filósofos.
Não
foi muito diferente no caso do salmista que captou o coração do povo em um
momento muito importante da história e lançou essa linda expressão ao ar:
ficamos como quem sonha.
Mas
a história diz que os sonhos tinham sido roubados pelo inimigo, foram
restaurados pelo Senhor e, finalmente, compartilhados por todo o povo.
- Sonhos roubados
Sonhos
roubados pelo inimigo, quando Nabucodonosor entrou em Jerusalém e trouxe grande
destruição tanto à cidade quanto ao povo.
O
Livro de Lamentações registra esse ocorrido e as suas consequências de forma
muito vívida.
Jeremias
nesse livro registra não somente o exílio do povo, mas também as mortes, as
humilhações, os estupros, a fome que se seguiu a ponto de mães matarem os
próprios filhos para os comerem.
A
cidade ficou em ruínas, os muros foram derrubados e o templo destruído. O que
se instalou na cidade tão populosa foi a ruína e a miséria.
O
povo foi deportado (II Rs. 17:6) e humilhado (Sl. 137)
O
cativeiro roubou os sonhos. Foram setenta anos não somente de sonhos roubados,
mas de terríveis pesadelos.
Qual
o tipo de cativeiro pode estar roubando seus sonhos hoje?
- Restaurar os sonhos
Sonhos
são restaurados pelo Senhor, quando cumpre todas as suas promessas de libertação.
Isso mesmo: promessas.
O
mesmo profeta que havia escrito suas lamentações havia profetizado com precisão
que o cativeiro tinha prazo contado de setenta anos.
“E toda esta terra
virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia
setenta anos.”
(Jr. 25:11)
“Porque assim diz o
SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e
cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.” (Jr. 29:10)
Também
o profeta Isaías havia predito com exatidão 150 anos antes do ocorrido o nome
do governante da Babilônia que seria usado por Deus para libertar o povo.
“que digo de Ciro:
Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém:
Será edificada; e do templo: Será fundado.” (Is. 44:28)
Essas
profecias revelam a soberania da regência de Deus na história do seu povo.
Mais
ainda, a expressão “sorte restaurada” não é uma simples misericórdia da volta
ao lar, mas um quadro de labuta coroada com bênçãos incontáveis e abundantes.
Essa
é a mesma figura que aconteceu na vida de Jó: “Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o
SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.” (Jó. 42:10)
Ora,
quando o Senhor restaurou a sorte desta maneira generosa e abundante, todo o
povo voltou a sonhar.
Somente
a libertação de Deus em nossas vidas restaura nossa capacidade de sonhar.
Você
conhece as promessas do Senhor sobre sua vida?
- Sonhos compartilhados
Sonhos
são compartilhados pelo povo de Deus e o salmista insiste em usar termos
coletivos.
A
sorte restaurada não foi somente de um indivíduo ou de uma família, mas de
Sião.
O
sentido mais importante dessa expressão é que Sião significa a totalidade do
povo de Deus, desde aqueles tempos até o futuro glorioso da Jerusalém Celestial.
“Também virão a ti, inclinando-se, os
filhos dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às plantas dos teus pés todos
os que te desdenharam e chamar-te-ão Cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel.” (Is. 60:14)
“Mas tendes chegado
ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis
hostes de anjos, e à universal assembleia.” (Hb. 12:22)
“Olhei, e eis o
Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil,
tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” (Ap. 14:1)
De
igual maneira, o sentido coletivo é percebido ao usar a primeira pessoa do
plural, ficamos como quem sonha, ao invés do singular, fiquei como quem sonha.
Quando
o Senhor restaura a sorte de todo um povo, a alegria torna-se incontida e
transbordante.
Quais
sonhos temos sonhado juntos como povo de Deus?
Quando
o Senhor entra em nossa história, nos liberta de todo tipo de cativeiro e toma
as rédeas de nossa vida. Sua intervenção torna-se transformadora e Ele nos faz
sonhar sonhos relevantes, como Ele mesmo sonha para nós.
Amém!!!
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