segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FICAR COMO QUEM SONHA

“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.” (Sl. 126:1)

A calamidade de Jerusalém foi tão grande que quando os exilados chegaram lá, acharam que a aflição não tinha fim. Eles estavam diante das ruínas de uma cidade, cada um procurando sua casa, a de sua parentela; quem sabe sonhando com uma sorte melhor; mas o que fazer? comprar e vender onde? bons tempos passaram ali, mas e agora o que fazer? Estavam agradecidos pelos feitos do Senhor, mas e agora.

Sonhar é um verbo que tem inspirado poetas e filósofos.
Não foi muito diferente no caso do salmista que captou o coração do povo em um momento muito importante da história e lançou essa linda expressão ao ar: ficamos como quem sonha.
Mas a história diz que os sonhos tinham sido roubados pelo inimigo, foram restaurados pelo Senhor e, finalmente, compartilhados por todo o povo.

  1. Sonhos roubados 
Sonhos roubados pelo inimigo, quando Nabucodonosor entrou em Jerusalém e trouxe grande destruição tanto à cidade quanto ao povo.
O Livro de Lamentações registra esse ocorrido e as suas consequências de forma muito vívida.
Jeremias nesse livro registra não somente o exílio do povo, mas também as mortes, as humilhações, os estupros, a fome que se seguiu a ponto de mães matarem os próprios filhos para os comerem.
A cidade ficou em ruínas, os muros foram derrubados e o templo destruído. O que se instalou na cidade tão populosa foi a ruína e a miséria.
O povo foi deportado (II Rs. 17:6) e humilhado (Sl. 137)
O cativeiro roubou os sonhos. Foram setenta anos não somente de sonhos roubados, mas de terríveis pesadelos.
Qual o tipo de cativeiro pode estar roubando seus sonhos hoje?

  1. Restaurar os sonhos 
Sonhos são restaurados pelo Senhor, quando cumpre todas as suas promessas de libertação. Isso mesmo: promessas.
O mesmo profeta que havia escrito suas lamentações havia profetizado com precisão que o cativeiro tinha prazo contado de setenta anos.
“E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.” (Jr. 25:11)
“Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.” (Jr. 29:10)
Também o profeta Isaías havia predito com exatidão 150 anos antes do ocorrido o nome do governante da Babilônia que seria usado por Deus para libertar o povo.
“que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado.” (Is. 44:28)
Essas profecias revelam a soberania da regência de Deus na história do seu povo.
Mais ainda, a expressão “sorte restaurada” não é uma simples misericórdia da volta ao lar, mas um quadro de labuta coroada com bênçãos incontáveis e abundantes.
Essa é a mesma figura que aconteceu na vida de Jó: “Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.” (Jó. 42:10)
Ora, quando o Senhor restaurou a sorte desta maneira generosa e abundante, todo o povo voltou a sonhar.
Somente a libertação de Deus em nossas vidas restaura nossa capacidade de sonhar.
Você conhece as promessas do Senhor sobre sua vida?

  1. Sonhos compartilhados 
Sonhos são compartilhados pelo povo de Deus e o salmista insiste em usar termos coletivos.
A sorte restaurada não foi somente de um indivíduo ou de uma família, mas de Sião.
O sentido mais importante dessa expressão é que Sião significa a totalidade do povo de Deus, desde aqueles tempos até o futuro glorioso da Jerusalém Celestial.
Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às plantas dos teus pés todos os que te desdenharam e chamar-te-ão Cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel.” (Is. 60:14)
“Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia.” (Hb. 12:22)
“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” (Ap. 14:1)
De igual maneira, o sentido coletivo é percebido ao usar a primeira pessoa do plural, ficamos como quem sonha, ao invés do singular, fiquei como quem sonha.
Quando o Senhor restaura a sorte de todo um povo, a alegria torna-se incontida e transbordante.
Quais sonhos temos sonhado juntos como povo de Deus?

Quando o Senhor entra em nossa história, nos liberta de todo tipo de cativeiro e toma as rédeas de nossa vida. Sua intervenção torna-se transformadora e Ele nos faz sonhar sonhos relevantes, como Ele mesmo sonha para nós.


Amém!!!

Nenhum comentário: