“E chamando a si a
multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim,
negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser
salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de
mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo
o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma?
Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar
de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele,
quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” (Mc. 8:34-38)
Jesus
foi encravado em uma cruz.
Os
cravos não são em nada semelhantes aos pregos.
Os
cravos são verdadeiras cunhas, começam finos e vão se alargando.
Os
pregos são cilíndricos, fazem um furo onde são colocados.
Os
cravos não, eles não furam, eles rasgam.
Jesus
recebeu três cravos: um em cada mão e um nos dois pés atravessando-os
completamente.
Presume-se
que na crucificação foram usados três cavos: um para cada mão e outro nos dois
pés apoiados um sobre o outro.
Por
isso vamos usar estes três cravos como ilustração para falar sobre a
crucificação do eu.
“Já estou crucificado
com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora
vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a
si mesmo por mim.”
(Gl. 2:20)
A
doutrina da cruz é o Evangelho.
Precisamos
pregar mais sobre a cruz, mas para isso estamos expostos a estes pregos que nos
ferem e nos seguram pendurados na cruz.
Os
três cravos que nos prendem à cruz:
I.
O CRAVO DA NEGAÇÃO
“...a si mesmo se
negue...”
(Mc. 8:34)
A
primeira coisa que nos prende à cruz é a difícil tarefa de negar as vontades da
carne.
Este
negar a si mesmo é dizer não para o próprio querer.
Estamos
acostumados a dizer não para as pessoas, mas não é fácil dizer não para o eu.
Experimente
fazer isso: diante de uma vontade qualquer, diga a você mesmo que não vai
fazer.
Será
uma grande luta entre a carne e o espírito.
“Vigiai e orai, para
que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é
fraca.”
(Mc. 14:38)
Isso
dói como uma martelada.
Quando
resistimos ao pecado em prol da vontade de Deus estamos crucificando nossa
carne com o pecado. “Ainda não
resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” (Hb. 12:4)
Diga
não às suas vontades pecaminosas!
II.
O CRAVO DE SEGUIR
“...tome a sua cruz e
siga-me.”
(Mc. 8:34)
O
segundo cravo representa o discipulado.
Quando
seguimos Jesus estamos indo na mesma direção que Cristo rumo ao calvário.
Muitos
querem seguir pessoas famosas e bem sucedidas.
Mas
seguir a um condenado rumo à crucificação é algo que poucos fariam.
Contudo
Jesus foi à nossa frente levando o peso dos nossos pecados.
“Era desprezado, e o
mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos;
e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos
dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e
as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus,
e oprimido.”
(Is. 53:3-4)
Seguir
significa repetir os mesmos atos.
Ir
à mesma direção.
Ao
seguir Jesus estamos deixando de ir para onde queremos para ir onde Jesus está.
“Aquele que diz que
está nele, também deve andar como ele andou.” (I Jo. 2:6)
Como
Simão Cireneu que seguiu Jesus na crucificação e por isso teve que ajudar a
levar a cruz.
“E quando o iam
levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a
cruz às costas, para que a levasse após Jesus.” (Lc. 23:26)
Quando
seguimos a Jesus, estamos com os pés presos à cruz e de lá não podemos sair até
sermos ressuscitados para uma nova vida.
Siga
o exemplo de Cristo em tudo que fizer!
III.
O CRAVO DE PERDER
“Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer
que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que
aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” (Mc. 8:35-36)
A
terceira martelada é uma das mais dolorosas.
Estamos
acostumados a ganhar e receber.
Ninguém
gosta de perder.
Por
isso dói tanto quando passamos pela cruz nas perdas da vida.
Contudo
é preciso perder para ganhar.
“Mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é
sobre todo o nome.”
(Fp. 2:7-9)
A
mão perfurada pelo cravo da perda não tem forças para segurar suas opiniões e
desejos.
Este
cravo nos faz sentir incapazes de pegar qualquer coisa, com a mão vazada tudo
se escorre pelas feridas. Assim nos sentimos quando perdemos.
Quando
passamos pela crucificação abrindo mão de qualquer coisa em prol de nossa fé em
Jesus, ficamos presos à cruz como Cristo estava.
Mas
é neste momento que nossos braços estão abertos para Deus.
“Sepultados com ele
no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o
ressuscitou dentre os mortos.” (Cl. 2:12)
Não
importa o que você perdeu e sim o que ganhará na ressurreição.
“Não escrevo estas
coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados.” (I Co. 4:14)
Para
ganhar é preciso perder!
Não
deixe a sua cruz!
Os
cravos na cruz não seriam suficientes para prender Jesus, nem mesmo para matá-lo.
O
que o prendeu ali foi o seu amor pelas almas, que O fez morrer voluntariamente
por nós.
“Ninguém ma tira de
mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a
tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.” (Jo. 10:18)
O
que nos prende à cruz são estes cravos do negar a si mesmo, do seguir a Cristo
e perder as coisas do mundo.
Toda
vez que passamos por estas coisas ficamos mais presos à nossa cruz.
Embora
na cruz não conseguíssemos fazer nada, isso é ótimo, porque então Deus realiza
tudo em nós.
Abra
as mãos e leve sua cruz!
Amém!!!
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