quinta-feira, 17 de março de 2016

OS CRAVOS QUE NOS PRENDE A CRUZ

“E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” (Mc. 8:34-38)

Jesus foi encravado em uma cruz.
Os cravos não são em nada semelhantes aos pregos.
Os cravos são verdadeiras cunhas, começam finos e vão se alargando.
Os pregos são cilíndricos, fazem um furo onde são colocados.
Os cravos não, eles não furam, eles rasgam.
Jesus recebeu três cravos: um em cada mão e um nos dois pés atravessando-os completamente.

Presume-se que na crucificação foram usados três cavos: um para cada mão e outro nos dois pés apoiados um sobre o outro.
Por isso vamos usar estes três cravos como ilustração para falar sobre a crucificação do eu.
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”  (Gl. 2:20)

A doutrina da cruz é o Evangelho.
Precisamos pregar mais sobre a cruz, mas para isso estamos expostos a estes pregos que nos ferem e nos seguram pendurados na cruz.

Os três cravos que nos prendem à cruz:

             I.        O CRAVO DA NEGAÇÃO
“...a si mesmo se negue...” (Mc. 8:34)

A primeira coisa que nos prende à cruz é a difícil tarefa de negar as vontades da carne.
Este negar a si mesmo é dizer não para o próprio querer.
Estamos acostumados a dizer não para as pessoas, mas não é fácil dizer não para o eu.
Experimente fazer isso: diante de uma vontade qualquer, diga a você mesmo que não vai fazer.
Será uma grande luta entre a carne e o espírito.
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mc. 14:38)
Isso dói como uma martelada.
Quando resistimos ao pecado em prol da vontade de Deus estamos crucificando nossa carne com o pecado. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” (Hb. 12:4)
Diga não às suas vontades pecaminosas!

            II.        O CRAVO DE SEGUIR
“...tome a sua cruz e siga-me.” (Mc. 8:34)

O segundo cravo representa o discipulado.
Quando seguimos Jesus estamos indo na mesma direção que Cristo rumo ao calvário.
Muitos querem seguir pessoas famosas e bem sucedidas.
Mas seguir a um condenado rumo à crucificação é algo que poucos fariam.
Contudo Jesus foi à nossa frente levando o peso dos nossos pecados.
“Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.” (Is. 53:3-4)
Seguir significa repetir os mesmos atos.
Ir à mesma direção.
Ao seguir Jesus estamos deixando de ir para onde queremos para ir onde Jesus está.
“Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” (I Jo. 2:6)
Como Simão Cireneu que seguiu Jesus na crucificação e por isso teve que ajudar a levar a cruz.
“E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.” (Lc. 23:26)
Quando seguimos a Jesus, estamos com os pés presos à cruz e de lá não podemos sair até sermos ressuscitados para uma nova vida.
Siga o exemplo de Cristo em tudo que fizer!

           III.        O CRAVO DE PERDER
Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” (Mc. 8:35-36)

A terceira martelada é uma das mais dolorosas.
Estamos acostumados a ganhar e receber.
Ninguém gosta de perder.
Por isso dói tanto quando passamos pela cruz nas perdas da vida.
Contudo é preciso perder para ganhar.
“Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome.” (Fp. 2:7-9)
A mão perfurada pelo cravo da perda não tem forças para segurar suas opiniões e desejos.
Este cravo nos faz sentir incapazes de pegar qualquer coisa, com a mão vazada tudo se escorre pelas feridas. Assim nos sentimos quando perdemos.
Quando passamos pela crucificação abrindo mão de qualquer coisa em prol de nossa fé em Jesus, ficamos presos à cruz como Cristo estava.
Mas é neste momento que nossos braços estão abertos para Deus.
“Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” (Cl. 2:12)
Não importa o que você perdeu e sim o que ganhará na ressurreição.
“Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados.” (I Co. 4:14)
Para ganhar é preciso perder!
Não deixe a sua cruz!

Os cravos na cruz não seriam suficientes para prender Jesus, nem mesmo para matá-lo.
O que o prendeu ali foi o seu amor pelas almas, que O fez morrer voluntariamente por nós.
“Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.”  (Jo. 10:18)
O que nos prende à cruz são estes cravos do negar a si mesmo, do seguir a Cristo e perder as coisas do mundo.
Toda vez que passamos por estas coisas ficamos mais presos à nossa cruz.
Embora na cruz não conseguíssemos fazer nada, isso é ótimo, porque então Deus realiza tudo em nós.
Abra as mãos e leve sua cruz!

Amém!!!

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