“O SENHOR Deus é a
minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente.” (Hc.
3:19)
Habacuque
estava se perguntando por que Deus estava permitindo que seu povo escolhido
sofresse nas mãos de seus inimigos.
Deus
responde e a fé de Habacuque é restaurada.
Habacuque
termina o seu livro de profecias de uma forma triunfante declarando que o
Senhor Deus era a sua fortaleza e que Ele faria os seus pés como os da corça e
o faria andar sobre os lugares altos.
A
Corça não suporta o confinamento.
Estar
confinado a algum lugar significa estar preso ou sentir-se limitado.
O
sentimento de Habacuque no final do seu livro expressa justamente a alegria por
haver se livrado desse tipo de prisão.
Tratava-se
de uma limitação da sua alma devido à forma como ele estava encarando as
situações que o cercavam.
Depois
de um tempo com Deus, ouvindo e refletindo, Habacuque experimentou tremenda
libertação.
Quais
eram as situações que tiveram poder de confinar sua alma, e de que forma ele
conseguiu livramento?
I.
FATORES DE
CONFINAMENTO
a. Perda da Esperança no Triunfo da Justiça.
Os
quatro primeiros versículos do livro revelam o que o profeta pensava e o motivo
da sua angústia.
Iniquidade,
opressão, destruição, violência, contenda, litígio, demanda judicial, a lei que
se afrouxa, a justiça que nunca se manifesta, o perverso que cerca o justo, a
justiça que é torcida.
Habacuque
estava extremamente desgastado com o que via diariamente.
Ele
havia perdido a esperança de justiça.
Sendo
ele um homem justo, isso representava uma violência à sua própria natureza.
É
como se não houvesse lugar para ele no mundo, sentindo-se, na linguagem mais
popular, um peixe fora d’água.
Quando
vivemos em um lugar onde nos sentimos violentados, não respeitados, não amados,
precisamos de uma experiência semelhante à de Habacuque.
Quando
ele disse após ouvir a Deus que os seus pés seriam como os da corça, não estava
dizendo que os usaria para fugir das situações opressoras, pois, nem sempre
isso é possível, além de poder não representar exatamente o que Deus quer que
aconteça.
Ter
os pés como os da corça, portanto, significa libertar-se dos sentimentos
destrutivos, mesmo quando os motivos continuam sendo os mesmos.
Significa
não se permitir tornar-se prisioneiro das circunstâncias.
Você
já aprendeu a lidar com os seus aborrecimentos?
Se
pequenas ou grandes coisas o chateiam, procure viver a experiência de Habacuque
e comece a desprender-se, subindo aos lugares altos.
b. Falta de entendimento acerca de como Deus trabalha.
Saber
que o homem é pecador e falho, Habacuque bem sabia, mas o que ele não
compreendia é como Deus podia ver todo o mal e não fazer nada?
A
crise do profeta era dupla.
Sua
decepção era na direção dos homens e também em relação a Deus.
Ele
sabia que o Senhor se importava com os homens, mas não entendia porque Ele
aparentemente não agia em favor deles.
Aqui
estamos diante de um grande desafio: subir aos lugares altos, como a corça,
para não mais pensar ou ver as coisas como o homem natural pensa ou vê.
O
desafio é subir para começar a enxergar as situações da vida a partir de outro
ponto de vista.
É
disso que o Senhor nos fala através do profeta Isaías: “Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os
meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais
altos do que os vossos pensamentos.” (Is. 55:9)
II.
FATORES DE LIBERTAÇÃO
DO CONFINAMENTO
A
libertação dessa prisão emocional também é ilustrada em mais uma das
características da corça.
Como
parte da sua natureza de não suportar o confinamento, ela sai correndo à busca
das águas, livremente, com intensidade e expressando-se até com gritos.
“Como suspira a corça
pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma.” (Sl. 42:1)
Habacuque,
mesmo em crise, também buscou.
Buscou
respostas com toda a intensidade do seu ser e foi atendido.
Deus
lhe respondeu dizendo que no devido tempo a justiça seria feita e que Ele não
estava alheio aos acontecimentos terrenos.
Foi
então que o profeta tomou as seguintes decisões para sair do seu confinamento
emocional:
1. Viver pela fé.
É
a decisão de viver não firmado no que se vê, mas no que se crê.
“Eis o soberbo! Sua
alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.” (Hc. 2:4)
2. Alegrar-se em qualquer situação.
É
a decisão de subir acima das circunstâncias e encontrar motivo de alegria em
Deus.
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na
vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as
ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu
me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.” (Hc. 3:17-18)
3. Refugiar-se em Deus.
É
a decisão de encontrar n’Ele proteção, segurança e força que não encontramos no
mundo.
“O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés
como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” (Hc. 3:19)
É
a confiança na força de Deus e não na nossa que mudará as perspectivas de
nossas vidas.
É
o modo como olhamos para a vida que nos fará perceber a alegria da salvação.
O
Senhor Jesus disse que: “se nossos olhos
forem bons nossa própria vida será iluminada.”
Existem
pessoas que perderam a capacidade de crer, que já não conseguem perceber o
poder do Senhor de transformar o medo em confiança, a destruição em
possibilidade de reconstrução.
Mas
o Deus que responde mesmo em meio à dor e à perda nos convida a confiar
novamente no seu braço forte.
Qual
é a figueira da sua vida que não dá mais flores?
Qual
é o fruto que foi arrebatado da sua videira existencial?
É
tempo de redescobrir a fé que nos capacita a ver o mundo pelo avesso, na
perspectiva de Deus.
Não
aceitar o confinamento, além de buscar respostas e novas saídas, o ajudarão a
manter-se sempre nos lugares altos da fé, da alegria, da proteção e do
fortalecimento em Deus.
Amém!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário