sábado, 19 de março de 2016

O SEGUNDO MANDAMENTO

“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” (Ex. 20:4-6)

O primeiro nos proíbe de termos outros deuses diante de Deus; o segundo proíbe a feitura de imagens esculpidas.
Não são ambas simples ordenanças a que não adoremos falsos deuses e, em vez disso, adoremos apenas o Deus vivo e verdadeiro?
De modo algum.
O primeiro mandamento, de modo mais do que suficiente, lança fora qualquer forma de adoração a qualquer outro além do Deus vivo.
Se você faz isso por meio de imagens esculpidas não importa.
O segundo mandamento explora uma questão diferente, ele proíbe a adoração ao Deus verdadeiro pelo uso de imagens.

Como protesto contra o culto a muitos deuses, o primeiro mandamento ressaltou o fato de que há apenas um único Deus.
No segundo mandamento, Deus põe ênfase em sua natureza espiritual.
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” Ex. 20:4)
Deus é espírito, portanto desaprova a idolatria e o materialismo.

Este mandamento condena a reverencia, a adoração ou semi-adoração que as multidões de muitos países rendem às imagens e pinturas religiosas.
Na idolatria vemos que os ídolos são meramente o produto da habilidade humana e, portanto, inferiores ao homem e submetidos a ele.
Portanto o homem deve render o verdadeiro culto dirigindo seus pensamentos unicamente a Aquele que é maior do que ele mesmo.

Este mandamento não tem nada a ver com as representações artísticas, embora as imagens esculpidas no mundo antigo fossem de fato, obras de arte.
A proibição está mais relacionada ao uso das imagens e ao poder conferido a elas.

O mandamento também proíbe que se façam imagens de qualquer coisa que exista no céu, na terra e no mar.
Portanto, do Senhor ou qualquer tipo de imagens, está bem claro.
Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade.

              I.        “Não te encurvarás a elas nem as servirás...” (Ex. 20:5a)

Deus continua atacando aqui a honra externa dada às imagens no mundo antigo.
As imagens não eram consideradas apenas como símbolos, mas como reais e verdadeiras encarnações de seus deuses.
Muitos acreditavam até que os deuses estabeleciam sua morada nessas imagens.

Contrariando os princípios bíblicos, nos dias de hoje, muitas pessoas veneram e cultuam os seres celestiais e, personagens humanos considerados santos e com capacidade de interceder junto a Deus, em favor dos homens.
Estes geralmente são representados através de imagens de esculturas, fotografias, figuras, etc

             II.        “...porque eu, o SENHOR teu Deus...” (Ex. 20:5b)

Deus recusa dividir sua glória.
Deus não aceita um culto ou serviço ofertado por um coração dividido.

            III.        “...sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” (Ex. 20:5c)

Colocar nossa afeição em deuses falsos de qualquer classe, colocar nossa confiança em qualquer coisa que não seja o Senhor, é "aborrecê-lo".

Os que fazem isso, inevitavelmente provocam dificuldades e sofrimentos não só sobre eles mesmos, mas também sobre os que vêm depois deles.
O uso da vigorosa palavra "aborrece", tipicamente oriental, serve para expressar a mais profunda desaprovação.
Tudo o que um homem precisa fazer para se classificar entre os que "aborrecem" a Deus, é amar a Deus menos do que ama a outras pessoas ou coisas.

           IV.        “E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” (Ex. 20:6)

O Senhor está dizendo: Eu sou bondoso com aqueles que me amam e obedecem aos meus mandamentos e abençôo os seus descendentes por milhares de gerações.
O verdadeiro amor a Deus se mostra mediante a obediência.
Deus não deseja que o obedeçamos como uma obrigação, mas porque escolhemos obedecê-lo.

Lembra-se de quando Arão fez o bezerro de ouro?
Então disseram: “Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito.” (Êx. 32:4)
Ele não disse ao povo: “Vocês sabem de Javé, o Deus com quem Moisés teve um encontro, aquele que pensávamos ter nos libertado da escravidão e aberto o Mar Vermelho? Acontece que não foi ele quem fez nada disso, antes, foi uma divindade diferente, esta aqui”.
De fato, no versículo seguinte, nós lemos que Arão na verdade disse: “Amanhã, será festa ao SENHOR.” (Ex. 32:5)
O bezerro de ouro era menos uma violação do primeiro mandamento e mais uma violação do segundo.

Nós chegamos à mesma distinção ao considerarmos as nossas próprias inclinações.
Uma vez que a maioria de nós ocidentais, crentes ou não, não somos dados a nos inclinar perante estátuas, podemos ser tentados a pensar que a idolatria ficou para trás.
Mas, em nossos momentos mais honestos, nós reconhecemos que temos construído os nossos próprios deuses das coisas que mais desejamos, para alguns, dinheiro, para outros, reputação, e assim por diante.
Tudo isso é verdade.
Mas, de novo, isso é mais um problema do primeiro mandamento do que um problema do segundo mandamento.

Considerando, então, que não somos tão inclinados a nos curvar perante estátuas, incluindo estátuas designadas para representar o Deus vivo e verdadeiro isso significa que nós superamos o segundo mandamento?
De modo algum.
Quebramos o segundo mandamento quando buscamos adorar o verdadeiro Deus por meio de imagens, incluindo imagens construídas em nossas próprias mentes.
Lembre-se de que poucas pessoas, se é que algumas, de fato creram que o deus por elas construído era um deus verdadeiro.
Mesmo as sociedades mais primitivas viam estátuas e imagens como auxílios para a adoração, ferramentas pelas quais um deus real recebia adoração, não como os próprios deuses.

As pessoas incrédulas, com frequência, são chocantemente honestas sobre sua própria idolatria.
Com efeito, a maioria delas deu um nome ao deus o qual creem existir e adora esse deus por meio de uma imagem que construíram.
Eles chamam o seu deus de “Deus para mim.”
Você certamente já ouviu gente dizendo: “Bem, Deus para mim é como uma força amorosa que me envolve” ou “Deus para mim deseja que eu faça o que achar melhor.”
Não deveria nos surpreender que o molde de Deus para mim, a forma a qual buscamos copiar ao construí-lo, somos nós mesmos.
De fato, se nossos vizinhos incrédulos fossem apenas um pouco mais honestos, eles confessariam que o nome do seu deus é “Deus sou eu.”

Os Dez Mandamentos, embora sejam universalmente obrigatórios, foram dados primariamente ao povo pactual de Deus.
E Deus nunca desperdiça seu fôlego.
Se o povo de Deus, então, precisava ser alertado contra a idolatria, pode apostar que é porque nós idolatramos também.
Às vezes, a nossa idolatria aparece em nossos debates teológicos.
Quantas vezes você ouviu alguém dizer ou você mesmo o disse: “Eu jamais poderia adorar um deus que…”?
Se o que vem em seguida for algo que de fato descreva o Deus da Bíblia, então essa é uma confissão de que eu jamais poderia adorar o verdadeiro Deus.
Quando dizemos: “Eu prefiro enfatizar o Deus mais gentil do Novo Testamento”, estamos cometendo idolatria e nos esquecendo de que Deus matou só um homem inocente uma única vez, e foi no Novo Testamento.
Nós temos “Deuses para mim” demais até mesmo na igreja evangélica.

O segundo mandamento ordena que adoremos a Deus como Ele é e que o façamos como Ele ordenou.
O nosso dever é crer e pregar o que a Bíblia diz e não o que nós gostaríamos que ela dissesse.
O segundo mandamento nos diz que o nosso dever é crer, aprender, amar e adorar o Deus que é não o deus que gostaríamos que ele fosse.


Amém!!!

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