segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FICAR COMO QUEM SONHA

“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha.” (Sl. 126:1)

A calamidade de Jerusalém foi tão grande que quando os exilados chegaram lá, acharam que a aflição não tinha fim. Eles estavam diante das ruínas de uma cidade, cada um procurando sua casa, a de sua parentela; quem sabe sonhando com uma sorte melhor; mas o que fazer? comprar e vender onde? bons tempos passaram ali, mas e agora o que fazer? Estavam agradecidos pelos feitos do Senhor, mas e agora.

Sonhar é um verbo que tem inspirado poetas e filósofos.
Não foi muito diferente no caso do salmista que captou o coração do povo em um momento muito importante da história e lançou essa linda expressão ao ar: ficamos como quem sonha.
Mas a história diz que os sonhos tinham sido roubados pelo inimigo, foram restaurados pelo Senhor e, finalmente, compartilhados por todo o povo.

  1. Sonhos roubados 
Sonhos roubados pelo inimigo, quando Nabucodonosor entrou em Jerusalém e trouxe grande destruição tanto à cidade quanto ao povo.
O Livro de Lamentações registra esse ocorrido e as suas consequências de forma muito vívida.
Jeremias nesse livro registra não somente o exílio do povo, mas também as mortes, as humilhações, os estupros, a fome que se seguiu a ponto de mães matarem os próprios filhos para os comerem.
A cidade ficou em ruínas, os muros foram derrubados e o templo destruído. O que se instalou na cidade tão populosa foi a ruína e a miséria.
O povo foi deportado (II Rs. 17:6) e humilhado (Sl. 137)
O cativeiro roubou os sonhos. Foram setenta anos não somente de sonhos roubados, mas de terríveis pesadelos.
Qual o tipo de cativeiro pode estar roubando seus sonhos hoje?

  1. Restaurar os sonhos 
Sonhos são restaurados pelo Senhor, quando cumpre todas as suas promessas de libertação. Isso mesmo: promessas.
O mesmo profeta que havia escrito suas lamentações havia profetizado com precisão que o cativeiro tinha prazo contado de setenta anos.
“E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.” (Jr. 25:11)
“Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.” (Jr. 29:10)
Também o profeta Isaías havia predito com exatidão 150 anos antes do ocorrido o nome do governante da Babilônia que seria usado por Deus para libertar o povo.
“que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado.” (Is. 44:28)
Essas profecias revelam a soberania da regência de Deus na história do seu povo.
Mais ainda, a expressão “sorte restaurada” não é uma simples misericórdia da volta ao lar, mas um quadro de labuta coroada com bênçãos incontáveis e abundantes.
Essa é a mesma figura que aconteceu na vida de Jó: “Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.” (Jó. 42:10)
Ora, quando o Senhor restaurou a sorte desta maneira generosa e abundante, todo o povo voltou a sonhar.
Somente a libertação de Deus em nossas vidas restaura nossa capacidade de sonhar.
Você conhece as promessas do Senhor sobre sua vida?

  1. Sonhos compartilhados 
Sonhos são compartilhados pelo povo de Deus e o salmista insiste em usar termos coletivos.
A sorte restaurada não foi somente de um indivíduo ou de uma família, mas de Sião.
O sentido mais importante dessa expressão é que Sião significa a totalidade do povo de Deus, desde aqueles tempos até o futuro glorioso da Jerusalém Celestial.
Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às plantas dos teus pés todos os que te desdenharam e chamar-te-ão Cidade do SENHOR, a Sião do Santo de Israel.” (Is. 60:14)
“Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia.” (Hb. 12:22)
“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” (Ap. 14:1)
De igual maneira, o sentido coletivo é percebido ao usar a primeira pessoa do plural, ficamos como quem sonha, ao invés do singular, fiquei como quem sonha.
Quando o Senhor restaura a sorte de todo um povo, a alegria torna-se incontida e transbordante.
Quais sonhos temos sonhado juntos como povo de Deus?

Quando o Senhor entra em nossa história, nos liberta de todo tipo de cativeiro e toma as rédeas de nossa vida. Sua intervenção torna-se transformadora e Ele nos faz sonhar sonhos relevantes, como Ele mesmo sonha para nós.


Amém!!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A CRUZ É A DIVISA ENTRE O CRISTÃO E O MUNDO

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo.” (Gl. 6:14)

A cruz faz separação entre duas linhagens: o cristão e o mundo.
Quando o Apóstolo Paulo declarou: “o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” entendemos que “estar crucificado” é estar morto.
Portanto ele afirma: “o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo”.
Ele olhava para o mundo e o via crucificado e da mesma forma o mundo quando olhava para ele, o via crucificado, ou seja, morto.

O mundo, cosmos, como é encontrado em Gálatas, é um termo sociológico, que corresponde às pessoas que compõem um sistema mundial, que se recusam a estar debaixo do Governo de Deus em Jesus.
Jesus ilustra esse sistema com a Parábola das dez minas nos contando à respeito de um homem nobre que foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar.
“Então, disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte. Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.” (Lc. 19:12-14)
O homem nobre voltou, e chamou seus servos para prestarem conta do investimento, e acertar contas com seus inimigos.

Jesus é esse homem nobre, que subiu aos céus, após sua ressurreição para ser coroado e assentar-se no trono de Seu Pai, e como está escrito, certamente voltará para aqueles que são seus.
Nós somos seus servos, a quem foi confiado a cada um uma mina, ou seja, uma parte do Seu grande tesouro nessa terra, para que seja multiplicado e posteriormente entregue nas mãos do Rei.

Uma linha divisória foi traçada através da cruz de Jesus entre o cristão verdadeiro e o mundo, que é a submissão a Jesus como Senhor.

Se observarmos bem, veremos que o mundo não se opõe ao Reino, pois não há uma só pessoa que não queira desfrutar de todos os benefícios.
Quantos não querem ir para o céu?
Quantos não querem receber bênçãos, paz, saúde, curas, etc.?
Mas essas mesmas pessoas rejeitam e não se submetem ao Rei, e se organizam entre si para proclamarem: “Não queremos que este reine sobre nós.”

“Quanto, porém, a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença.” (Lc. 19:27)

As três tentações no mundo de maior importância, que são:

·         Os desejos da carne:
“Então o tentador, aproximando-se lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.” (Mt. 4:3)
·         Os desejos dos olhos:
“Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se prostrado me adorares.” (Mt. 4:8-9)
·         A soberba, orgulho da vida:
“Se és Filho de Deus atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito; que te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos para não tropeçares nalguma pedra.” (Mt. 4:6)

“Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (I Jo. 2:17)

O inimigo tentará convencê-lo a ceder em muitas áreas de sua vida, não lhe dê ouvidos, ele é mentiroso, não recue, pelo contrário, avance e entregue nas mãos do Pai toda forma de insegurança e desconfiança, porque certamente Ele cuidará de você!

Jesus responde a seus irmãos, dizendo: “Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que suas obras são más.” (Jo. 7:7)

Jesus fortalece seus discípulos dizendo: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.” (Jo. 15:18-19)

O grande problema da igreja contemporânea é que o mundo não nos odeia.
Esta reflexão precisa ser levada em conta, pois somos amigos de Deus ou do mundo?

“Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.” (Jo. 3:18-19)

De onde vêm seus valores?
De onde você tira seus modelos?
Suas normas?
De onde vêm suas prioridades?
Seus sonhos?

Há espíritos de feitiçaria, que não cessam de agir, atraem, tentam e manipulam, estabelecendo controle espiritual.
Tal domínio se manifesta através dos desejos da carne, dos olhos e da soberba da vida como vimos anteriormente e dessa mesma forma, seremos tentados a desejar o que não necessitamos; a comprar coisas que não temos como pagar; lançará tristeza, insatisfação.
Fará refém a muitos diante da mídia, TV, internet, etc., para que de alguma forma façamos parte desse sistema mundial.

É você quem escolhe seu estilo de vida, lembre-se disso!

A saída está no arrependimento, que consiste em abandonar sua rebeldia.
Não faça suas próprias normas, nem apenas o que quer, nem tão pouco, siga seu próprio caminho.
Dê as costas a tudo isso, e se submeta sem reservas ao Governo de Deus, em Jesus.
Depois do arrependimento, vem a fé, seguida de uma conversão genuína, caracterizada por uma mudança de vida, que fará toda a diferença e causará divisa em sua vida, na terra.

Deus te abençoe!


Amém!!!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O CHORO

Texto Bíblico: Gênesis 16:1-15

Qual seria um valor de uma lágrima?
Quantas vezes choramos e pouco de nós paramos para pensar que uma lágrima tem valor?
Deus tem um propósito na vida de cada um e muitas vezes as lágrimas derramada num lugar certo nos mostra, como ser sinceros não diante dos homens, mas diante de Deus.

Choro, pranto, choro em excesso ou ato de chorar ou lacrimejar é um efeito fisiológico dos seres humanos que consiste na produção em grande quantidade de lágrimas dos olhos, geralmente quando estão em estado emocional alterados como em casos de medo, tristeza, depressão, dor, saudade, alegria exagerada, raiva, aflição, etc.

Não há nada mais desolador do que ver alguém sofrendo e não poder fazer nada.
Um dos piores sentimentos é o de impotência em face do sofrimento de alguém.          
Qual foi a sua reação quando ouviu uma pessoa chorando pela última vez? 
O que acontece com você diante do choro de dor e desespero de alguém?
É muito triste, não é?

Agar era uma serva egípcia de Sara, mulher de Abraão, e que foi dada pela mesma para gerar um filho de Abrão a fim de cumprir a promessa de Deus, já que Sara era estéril.
Na verdade Sara quis dar uma ajudinha para Deus, na sua pequenina fé e deu a maior confusão e aí quem acabou levando a pior foi Agar, que acabou entrando nesta história.

Pela segunda vez Agar sai da casa de Abraão de forma conturbada.
Na primeira vez que isso aconteceu, ela ainda estava com seu filho Ismael no ventre, fruto das manipulações de Sara e Abraão para gerar um filho que fosse o filho da promessa.
Porém, Deus visitou Agar no deserto, a consolou e ordenou que Hagar voltasse para casa de sua senhora e se submetesse a ela.

Na segunda partida de Agar, Deus não dá a mesma ordem, afinal, ela agora foi expulsa, e continua errante no seu caminho, porém, dessa vez ela não está com seu filho no ventre, mas ele já nascera, é um menino, ele está com idade entre 11 a 13 anos, e, ambos estão em uma estrada cheia de perigos, armadilhas e incertezas.
Agar desiste da vida, a única água que lhe restara findou-se, então ela deixa o seu filho distante para não ver o fruto do seu ventre morrer sem nada poder fazer.
Agar chora.

Mas um fato ocorre nesse drama que não passa despercebido, o menino também chora, brada com desespero, o medo do oculto faz a criança derramar as lágrimas da alma.
A Bíblia Sagrada chama atenção para algo que ocorre na sequência, dizendo: “Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está.” (Gn. 21:17)

O menino do texto é Ismael, filho de Abraão com Agar, a serva de sua esposa Sara.
Esta, com ciúmes, pediu que a mãe e o filho fossem expulsos de casa.
O único caminho que restava era o deserto.
Depois que todas as provisões acabaram, a mãe deixou o menino em um canto para morrer.
Ismael entraria para as estatísticas de crianças que morrem desnutridas, caso não fosse um detalhe:
Deus ouviu o choro dele.
Ele não tinha condições nenhumas de pedir socorro.
Fraco, desidratado, faminto e vendo sua mãe que se afastava para não vê-lo sofrer.
Era um choro legítimo, não era de manha.

O choro do menino é algo que se destaca não pelo fato de uma criança estar apenas chorando, mas pelo fato do choro da criança não ter nada a ver com os choros dos adultos, ou quase nada.
Vez por outra, os nossos choros são carregados de amargura, autocomiseração, mácula, justiça própria. Choros que são mais marcados pela ira do que pelo quebrantamento ou pelo clamor legítimo da alma sedenta.

Agar certamente tinha seus motivos para ter saído da casa de Abraão, tendo em vista que sua senhora a maltratava e agora ela tinha um filho para cuidar e criar.
Mas além da criança, Agar está envolvida em um jogo de disputa, poder, paixão, herança, é um jogo de emoções afloradas, luta por conquista de um espaço que talvez nunca lhe pertencesse.
É o jogo que gostamos de chamar de vida, porque a fazemos assim.

Agar sai com seu filho, sem ter um destino certo, virou andante no deserto de Berseba.
Sabe-se apenas que ela estava em desespero, foi expulsa pela sua senhora, precisa ir, mas sem saber para onde.
Mãe e filho choram, choram porque na estrada da vida, ninguém é poupado das lágrimas, sejam elas justas aos nossos próprios olhos ou não.
Mas a verdade linda por trás da trama é que, Deus ouviu o choro do menino.

O choro do menino é o choro da sinceridade, é o choro de quem precisa de colo, de ajuda, é o choro desejoso de amparo, é o choro da nossa criança interior, clamando pelas necessidades reais da alma, do coração.
O choro do menino representa o choro das necessidades verdadeiras, assim como cada um de nós, quando choramos com o coração rasgado diante de Deus.

O choro de Ismael não está ligado ao sentimento ressentido pela vingança mal sucedida ou pela perca de poder, o choro dele não está atrelado ao grito daquele que chora com ira, mas sim do interior verdadeiro de cada um de nós que clama, Aba!

Ainda que canalizemos todas as nossas energias em coisas sem sentido real para a vida, o choro que está em nós é o choro do coração que precisa ser preenchido pelo amor do Deus misericordioso que não desampara os que têm um coração quebrantado e contrito.
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Sl. 51:17)

Quem tem um coração camuflado pelas fantasias da visão desse mundo, cheio de vaidades, disputa de poder e espaço, e não consegue se assumir como pessoa, viverá a vida com seus choros abafados pelo egoísmo e sem ter nenhum consolo.

O meu convite é para que deixemos a nossa alma chorar o choro verdadeiro, identificando que necessitamos mais e mais de Deus e não das coisas que supomos precisar.
Permita que a criança interior se derrame diante do Pai dizendo: Aba, Pai!

Somente n’Ele, somos acolhidos com amor e proteção, Ele e só Ele, é Aquele que disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mt. 18:3)

A provisão para o presente e a certeza de um futuro afasta o medo com certeza.
Dá segurança e esperança.
As lágrimas são enxugadas, o sorriso volta radiante.
Com certeza aquele menino, depois de comer e beber começou a dar gargalhas em pleno deserto.
A mãe deve ter feito “bilú bilú”, abraçado, beijado, afagado.
Ergueu os olhos porque conseguiu ver um futuro para si e para seu filho.
Deus é Deus sempre presente, atuante, confortador e atento a tudo o que passamos.
Ele pode ouvir o choro secreto de nossa alma carente e sedenta.

Hoje Deus conta conosco, somos o seu povo, temos o papel de ouvir de onde está vindo e de quem é o choro.
Choro de mulheres e crianças que precisam de ajuda.
É importante moderar o barulho que fazemos em torno de nós mesmos e prestar atenção no sofrimento do nosso próximo.
Não podemos perder a capacidade de ouvir.
Amar o próximo é também ouvir o seu choro e intervir na situação de sofrimento.
Onde estiver uma mulher ou criança com seus direitos aviltados, a Igreja tem um dever, se sensibilizar diante da necessidade, ouvir o choro de desespero, e intervir, ser a mensageira de Deus levando boas novas de esperança.

Paz seja convosco!


Amém!!!

domingo, 11 de dezembro de 2016

NÃO DEIXOU SAUDADES

Texto Bíblico: II Crônicas 21

No dicionário, saudade é um sentimento mais ou menos melancólico de incompletude, ligado pela memória a situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável.

A trágica história de Jeorão serve-nos de advertência.
Jeorão foi o quinto rei de Judá, e por causa da influência perniciosa da sua perversa esposa Atalia, obscureceu grande parte das boas realizações do seu pai Josafá.

“Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem deixar de si saudades; sepultaram-no na Cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.” (II Cr. 21:20)
Houve razões para isso.
O modo de proceder diante de Deus e em relação próximo dirá se seremos saudosos ou não.

  • NÃO SOUBE VALORIZAR DEVIDAMENTE A HERANÇA DO PAI.
“Teve este irmãos, filhos de Josafá: Azarias, Jeiel, Zacarias, Azarias, Micael e Sefatias; todos estes foram filhos de Josafá, rei de Israel. Seu pai lhes fez muitas dádivas de prata, ouro e coisas preciosas e ainda de cidades fortificadas em Judá; porém o reino deu a Jeorão, por ser o primogênito.” (II Cr. 21:2-3)

A gratidão de Jeorão deveria ter sido sem limites.
Os demais irmãos receberam bens, e ele, o domínio do reino.

  • MATOU SEUS IRMÃOS À ESPADA.
“Tendo Jeorão assumido o reino de seu pai e havendo-se fortificado, matou todos os seus irmãos à espada...” (II Cr. 21:4a)

Os maiores infortúnios entre famílias se dão por serem seus membros egoístas e ambicionarem tudo para si.
Há um espírito de frieza e indiferença de uns para com os outros tentando insistentemente adentrar aos lares.
O ciúme e o medo de membros da família ser mais carismáticos e conquistarem a liderança familiar conduzem a erros os invejosos.
Caim pecou nisso.
A Bíblia ensina que é suave a unidade familiar, o respeito mútuo.
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre.” (Sl. 133:1-3)

  • MATOU PRÍNCIPES DE ISRAEL.
“Como também alguns dos príncipes de Israel.” (II Cr. 21:4b)

Na vida política do estado existem os arrogantes e soberbos.
Descartam as oportunidades de igualdade, são ditadores, querem estar no domínio dos demais, com interesses escusos.
Não lhes pesa na consciência a discriminação disfarçada e nem o respeito com os sentimentos alheios.
O medo de outros serem mais hábeis e a insegurança de não estar correspondendo à expectativa do cargo, levam pessoas a atitudes desnecessárias e condenáveis.
A história universal tem mostrado quão terrível é o final dos ditadores.

  • PRATICOU A IDOLATRIA.
“Era Jeorão da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. Andou nos caminhos dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque a filha deste era sua mulher; e fez o que era mau perante o SENHOR.” (II Cr. 21:5-6)

O casamento de Jeorão com Atalia, filha de Jezabel, causou a ruína de Judá, pois Atalia levou consigo a péssima influência de sua mãe, e fez com que a nação se esquecesse de Deus e voltasse a adorar Baal.
A idolatria é um câncer mundial.
A adoração de pessoas ou objetos inanimados insulta a soberania de Deus.  
A prática da idolatria se dá por não conhecerem as Sagradas Escrituras ou torcerem seus ensinos.
Jeorão foi influenciado por sua mulher que era de linhagem idólatra.                             
A não fabricação de imagens de escultura para adoração é um mandamento de Deus.
“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.” (Ex. 20:4-5)

  • FOI ADVERTIDO E SENTENCIADO A UM CASTIGO TERRÍVEL.
“Então, lhe chegou às mãos uma carta do profeta Elias, em que estava escrito: Assim diz o SENHOR, Deus de Davi, teu pai: Porquanto não andaste nos caminhos de Josafá, teu pai, e nos caminhos de Asa, rei de Judá,  mas andaste nos caminhos dos reis de Israel, e induziste à idolatria a Judá e os moradores de Jerusalém, segundo a idolatria da casa de Acabe, e também mataste a teus irmãos, da casa de teu pai, melhores do que tu, eis que o SENHOR castigará com grande flagelo ao teu povo, aos teus filhos, às tuas mulheres e todas as tuas possessões. Tu terás grande enfermidade nas tuas entranhas, enfermidade que aumentará dia após dia, até que saiam as tuas entranhas.” (II Cr. 21:12-15)

O salário do pecado é a morte.
Ninguém conseguiu e nem conseguirá ficar impune praticando atos de rebeldia contra Deus, e nem maldosos contra o próximo.
O juízo é a parte dolorosa reservada aos impenitentes e de coração duro.

  • TEVE OS BENS SAQUEADOS E A FAMÍLIA RAPTADA.
“Despertou, pois, o SENHOR contra Jeorão o ânimo dos filisteus e dos arábios que estão do lado dos etíopes.  Estes subiram a Judá, deram contra ele e levaram todos os bens que se acharam na casa do rei, como também a seus filhos e as suas mulheres; de modo que não lhe deixaram filho algum, senão Jeoacaz, o mais moço deles.” (II Cr. 21:16-17)

Realmente Jeorão se foi sem deixar de si saudades.
Por sua culpa, inocentes foram feridos e serviram de escravos para outros povos.
Seu reino foi devastado economicamente.
O erro de pessoa comum traz-lhe inúmeros prejuízos, mas o erro do rei prejudica todo o reino.

  • NÃO FOI SEPULTADO COM AS DEVIDAS HONRAS REAIS.
“Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem deixar de si saudades; sepultaram-no na Cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis.” (II Cr. 21:20)

Serviria de consolo para a própria família ver seu ente querido ser homenageado após a morte.
Jeorão, porém, não fez jus.
É o que se entende pela narrativa.

Os erros do rei Jeorão, se afastando de Deus, desprezando a Palavra profética, odiando e matando irmãos e estabelecendo uma aliança casando-se com a filha de Jezabel, resultou em enfermidade, morte e desonra.

Alguém escreveu que devemos viver de tal modo que o pregador não precise mentir em nossa cerimônia fúnebre.

Todos gostam de saber que sua ausência foi sentida.
Anelamos ser necessários e queridos.
Isso, porém, tem elevado preço.
Precisamos servir bem uns aos outros.
Amar, perdoar e acolher.
Dividir as vitórias e ser solidários nas dificuldades.

Dorcas não foi rainha, mas agiu pelo bem-estar dos outros e ficou na história como mulher santa e carismática.
Ela deixou saudades.
“Havia em Jope uma discípula por nome Tabita, nome este que, traduzido, quer dizer Dorcas; era ela notável pelas boas obras e esmolas que fazia. Ora, aconteceu, naqueles dias, que ela adoeceu e veio a morrer; e, depois de a lavarem, puseram-na no cenáculo. Como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, enviaram-lhe dois homens que lhe pedissem: Não demores em vir ter conosco. Pedro atendeu e foi com eles. Tendo chegado, conduziram-no para o cenáculo; e todas as viúvas o cercaram, chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas fizera enquanto estava com elas. Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pondo-se de joelhos, orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se. Ele, dando-lhe a mão, levantou-a; e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva. Isto se tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor.” (At. 9:36-42)

Se não conseguirmos plantar marca de amor nas pessoas com quem nos relacionamos, o que elas vão pensar sobre Jesus de Nazaré, Nosso Senhor?
O maior desafio para o cristão é fazer diferença, é marcar sua geração, é deixar saudades boas de como vivemos, do testemunho cristão, exemplos para a família, irmãos, amigos e inimigos.
O maior legado que alguém pode deixar neste mundo é a saudade. 


Amém!!!

sábado, 10 de dezembro de 2016

NO CALVÁRIO

“Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.” (Lc. 23:33)

No Calvário havia três cruzes.
As três cruzes mostram que um homem morre no pecado, outro para o pecado e o outro pelo pecado.
Um morreu como perdido, outro como salvo e o outro o da cruz do meio como salvador da humanidade.
Jesus continua nomeio e está de braços abertos para salvar, o mais vil pecado.

Quando viajamos de carro, numa perigosa estrada, ficam impressionadas com tantas cruzes ao longo do caminho.
Cada uma destas cruzes representa alguém que morreu.
Em cada cruz do calvário tem uma mensagem com posições definidas diante do juízo de Deus, com repercussão eterna para toda humanidade.
As três cruzes mostram que um homem morre no pecado, outro para o pecado e o outro pelo pecado.
Um morreu como perdido, outro como salvo e o outro o da cruz do meio como salvador da humanidade.

O profeta Isaias já tinha previsto que Jesus seria contado com os transgressores na Sua morte, então, esse acontecimento tem importante significado na crucificação de Jesus no monte do calvário!
"...derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu." (Is. 53:12b)
Em cada cruz do calvário existe uma mensagem com posições definidas diante do juízo de Deus, com repercussão eterna para toda humanidade.

Depois de ter sido julgado injustamente e condenado, Jesus foi crucificado, como criminoso comum, entre outros criminosos.
Uma grande multidão formada por autoridades, soldados e povo comum, presenciou a cena.
Havia três cruzes no Calvário, e na cruz central estava um Homem especial, o Senhor Jesus Cristo.

Parece que a multidão não estava muito preocupada com os outros dois criminosos.
É certo, eles haviam cometido delitos e mereciam pagar o preço de suas faltas.
As atenções, no entanto, estavam voltadas ao homem Jesus, na cruz do centro.

Vamos dar um nome à cada cruz.
A cruz central chamará de Redenção; à da esquerda de Rejeição e à da direita de Aceitação.
Na cruz central, Jesus Cristo morria como oferta pelo pecado; na cruz da direita, um ladrão morria para o pecado, e na cruz da esquerda, outro ladrão morria; mas em seus pecados.

  • NA CRUZ DA REDENÇÃO

Nela estão representados todos os que buscam alcançar sua salvação por esforços pessoais.
Nela estão aqueles que como as autoridades dizem:
“O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.” (Lc. 23:35)
Lá também estão outros, como o soldado, e dizem: “Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.” (Lc. 23:36-37)

  • NA CRUZ DA REJEIÇÃO

Ali estão aqueles que como o ladrão dizem: “Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.”  (Lc. 23:39)

Todos aqueles que buscam a salvação pelos seus próprios esforços, estão nesta cruz, a cruz da Rejeição.

A parte mais triste da história do ladrão que estava sobre a cruz, ao lado de Jesus, é que ele se perdeu, tendo a salvação ao alcance de suas mãos, bem ao seu lado.
Tão perto de Jesus e da Salvação, mas ainda assim, totalmente perdido.

  • NA CRUZ DA REDENÇÃO

Jesus Cristo, o Homem perfeito, oferecia um sacrifício perfeito para redimir todos os pecadores.

À direita de Jesus estava o “bom ladrão”, como é chamado, e é muito estranho dizer: “bom ladrão”.
Pois bem, se este não era, tornou-se um “bom ladrão”, isto é, deixou de ser ladrão para ser um homem bom.
Enquanto as horas passavam, ele procurou sair do tempo e avançar rumo à eternidade.
Ele teve uma antecipação do juízo final e sentiu-se perdido diante de Deus.
Tomou tempo para reflexionar sobre sua vida de pecado e chegou à conclusão de que merecia a “pena capital.”  

Impressionado com a postura, o equilíbrio e o controle de Jesus sentindo tanta dor, sofrimento e tortura, ao ver seu colega zombar dizendo: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.”  (Lc. 23:39b)
Ele não suportou o peso da consciência e disse: ”Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.” (Lc. 23:40-41)

O “bom ladrão”, aceitava e reconhecia a pena de seus crimes, mas não estava preparado para além da morte.
Agora não mais temia os parentes, amigos, juízes nem a nação toda.
Estava preso, crucificado, não podia fazer nada a não ser pensar e falar.
Naquelas horas de sofrimento ele teve um lampejo do Altíssimo na pessoa do Senhor Jesus, e espontaneamente clamou: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.” (Lc. 23:42)

Como estas palavras devem ter tocado o coração de Jesus.
Em meio à zombaria, ao escárnio e irreverência, alguém o chamou Senhor.
Era a sua última esperança, sua última oportunidade. 

O “bom ladrão”, não podia ir à sinagoga confessar seus pecados, não podia procurar aqueles de quem furtara para pedir perdão e devolver o furtado.
Não podia ser batizado.
Nada podia fazer senão exercer a fé, e fé em Deus.
Isto ele fez, e graças a Deus, foi salvo.

O ladrão esperou ansioso por uma resposta, e esta veio de pronto.
Então Jesus disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc. 23:43)
E assim somente por crer, o ladrão convertido recebeu a certeza da vida eterna.

Naqueles últimos momentos de sua vida recebeu o perdão de todos os pecados e a certeza da salvação.

No calvário havia três cruzes

  • No centro

Jesus Cristo com seus braços abertos, como que abraçava o mundo todo.
Todos os pecadores, num gesto de convite, amor e salvação. 
O homem, Jesus Cristo, morria para pagar o preço dos pecados de todos os homens.
O seu corpo estendido entre o Céu e a Terra bem significava que Ele era e é o elo entre Deus e o homem.

O pecado trouxera a separação, ruína e morte.
Jesus Cristo restabeleceu a ligação entre o céu e a terra, fazendo com que o homem e o seu Deus pudessem estar reconciliados e unidos de novo.

No Calvário havia outras duas cruzes além da de Jesus.

  • Em um dos lados

Um homem pendurado na cruz da Rejeição morria sem fé, sem esperança e sem Deus. Morria perdido, em seus pecados, sem perdão, estava perdido para sempre.
Este homem tivera as mesmas oportunidades que o outro, mas não aproveitou, e finalmente morreu, completamente perdido.

  • Na outra cruz

Um homem lutava com a consciência.
Todo o mal de sua vida lhe era patente e conhecido.
Ele se sentia perdido e desesperadamente só, abandonado por todos.
Então teve certeza de que aquele que estava ao seu lado era o Messias, o Salvador do Mundo, sua única esperança.
Ele creu no Messias, entregou-se a Ele, pediu-lhe perdão e foi aceito.

Cada um de nós é colocado hoje numa posição de escolha: ou aceitamos a salvação que nos é oferecida em Cristo ou rejeitamos este oferecimento.
Tudo depende de nossa escolha, mas sobre nós repousam as consequências de vida eterna ou perdição.

No Calvário havia três cruzes: Uma da Redenção onde Jesus deu Sua vida por nós.
Nas outras duas, dois homens lutavam.
Um aceitou a salvação, entregando-se a Jesus.
Outro rejeitou a Cristo e perdeu a Salvação.

A mensagem da cruz permanece imutável, eternamente, objetivando a salvação do pecador, sendo proclamada em todo o mundo, afirmando que todo aquele que em Jesus crer e for batizado, será salvo.
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” (Mc. 16:15-16)

Então, quem crer como o malfeitor à direita da cruz de Jesus, será salvo; mas quem não crer como o fez o malfeitor à esquerda da cruz de Jesus, será condenado.
Creia em Jesus como teu suficiente Salvador.
"Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa." (At. 16:31b)

Que Deus nos ajude a escolhermos a Cristo hoje, agora mesmo para podermos herdar a vida eterna.

Amém!!!