“O que ouvimos e
aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos;
contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as
maravilhas que fez.”
(Sl. 78:3-4)
Quero
saudar a todos os pais e reconhecer perante Deus o esforço de todos os pais que
realmente têm se dedicado a cuidar bem dos seus filhos.
Cada
filho tem boas ou más lembranças de seu pai.
Alguns
pais foram bons e amorosos. Outros foram violentos, abusivos ou rudes.
Existem
aqueles filhos que não conheceram seu pai ou, se o conheceram, foi pouca a
convivência.
Hoje
me lembrei de um jovem que disse em certa ocasião que mal conheceu seu pai. Ele
dizia que só lembrava-se de seu pai em duas ocasiões. E estas duas ocasiões lhe
deixaram lembranças ruins. Assim, o dia
dos pais, é um dia de lembranças, que podem ser boas ou ruins.
Para
outros filhos, o dia dos pais, ao invés de ser um dia de comemoração e alegria,
pode significar um momento de saudade, pois apesar destas pessoas terem tido um pai que foi bom e muito amado, ele já
partiu para a eternidade.
Mas,
preciso dizer àqueles que sentem saudades, ou tristeza por que não têm boas
memórias dos seus pais, que mesmo assim há um sentido especial neste dia dos
Pais para cada um de nós.
Este
é um momento para você lembrar que tem um pai que sempre lhe amou.
Apesar
das experiências que teve nesta vida, você tem um pai que nunca lhe abandonou.
Você
tem um pai que tem trabalhado e operado a seu favor mesmo antes do seu
nascimento.
Este
pai é o nosso Deus.
João
falou sobre esta realidade com as seguintes palavras: “Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo
não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o
direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus
pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai
humano; o próprio Deus é que foi o Pai deles.” (Jo. 1:11-13)
Nesta
ocasião é também importante dizer a cada pai que nós estamos deixando marcas e construindo lembranças em nossos
filhos.
Tenho
filhos de sangue e filhos de coração, e amo a todos e sei que quando eu partir
desta Terra terão muitas lembranças dos momentos importantes de suas
vidas. E como será que meus filhos se
lembrarão de mim? Que tipo de lembranças terão da convivência que tiveram
comigo?
Tenho
consciência que só os meus filhos é que poderão responder a estas perguntas
daqui a alguns anos.
Porém,
sei que posso me esforçar como pai, para produzir boas lembranças na vida de
meus filhos.
Para
que sejamos lembrados por nossos filhos como bons pais precisamos ter cuidado
com algumas atitudes:
I.
Como pais, devemos
resistir à tentação de dar coisas ou presentes como uma forma de compensar a
nossa ausência e envolvimento pessoal com a vida dos nossos filhos.
Às
vezes, um pai deseja tentar compensar as longas horas que ele passa ausente com
coisas materiais, ao invés de estar presente quando os filhos mais precisam
dele.
É
importante que um pai compreenda, que a sua presença é insubstituível como pai,
em reuniões da escola, em ajudar no dever de casa, quando há necessidade e não
simplesmente estar por perto, quando um filho está jogando bola ou dando seus
primeiros passos.
O
Apóstolo Paulo diz a Timóteo, seu filho na fé: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria
casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.” (I Tm. 5:8)
Ser
um pai provedor para a família é uma obrigação bíblica conforme diz o apostolo,
mas a tentação à qual estou me referindo vai além das necessidades básicas
materiais.
Filhos
tem necessidade da presença da participação de seus pais em suas vidas.
Jesus
deu o exemplo, veio aqui nos mostrar o amor de Deus pelos seus filhos.
O
que foi que Jesus deu aos seus discípulos? Roupas? Bens? Dinheiro? Não!!!
O
que Jesus mais deu a seus discípulos foi seu tempo.
“...E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt. 28:20b)
Observem
meus amados irmãos, que Jesus tratou seus discípulos como nós pais devemos
tratar nossos filhos.
II.
Devemos evitar como
pais dar o melhor no trabalho e apenas o que sobrar em casa.
Todos
nós temos limites de energia, entusiasmo, idéias, humor, e paixão pela vida.
Alguns
pais usam toda a sua energia no trabalho, deixando quase nada para o final do
dia.
O
resultado é que a esposa e os filhos recebem só os restos.
Pais,
nossas famílias merecem mais!
Se
você não reservar parte da sua energia e força para sua família, você chega lá
no final do dia cansado, irritado e sem disposição para mais nada!
Vamos
ser homens que pensam primeiro no bem estar de nossas famílias.
Vamos
conservar nossas famílias como a prioridade nas nossas vidas.
Vamos
preservar o melhor que temos para nossas famílias.
Jesus
ensinou muitas pessoas, às vezes milhares.
Ele
teve que enfrentar inimigos decididos a matá-lo. Mas, Jesus sempre guardou o
melhor d'Ele mesmo para seu tempo com seus discípulos.
A
passagem mais famosa nos ensinamentos de Jesus, o “Sermão do Monte” é
direcionada não às multidões, mas aos discípulos.
"Vendo Jesus as
multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus
discípulos; e ele passou a ensiná-los." (Mt. 5:1-2)
Quando
Jesus viu o tamanho da tarefa diante d'Ele, quando Ele tinha muito trabalho a
fazer, Ele se dedicou a ensinar aqueles poucos que Deus tinha dado
especialmente a Ele.
Jesus tinha um apego especial para com esses
discípulos.
“Manifestei o teu
nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm
guardado a tua palavra. Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens
dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e
eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu
me enviaste. É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que
me deste, porque são teus.” (Jo. 17:6-9)
“Quando eu estava com
eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se
perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.” (Jo. 17:12)
Jesus
olhou para seus discípulos como uma dádiva preciosa de Deus.
E
nós ainda mais, devemos olhar nossos filhos assim!
Jesus
se esforçou para guardar, para preservar e para não perder nenhum.
Vemos
o carinho, a afeto que Jesus tinha para com seus discípulos.
É
assim também, que Deus quer que nós pais sintamos para com nossos filhos.
III.
Devemos ter como pais
o cuidado de ser um bom exemplo para os nossos filhos os escutando e ensinando-os, ao invés viver dando “sermões” sobre tudo que
precisa mudar em suas vidas.
Quando
as coisas fogem do controle em casa, temos a tendência natural de inverter a
ordem do que Tiago disse.
“Sabeis estas coisas,
meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para
falar, tardio para se irar.” (Tg. 1:19)
Primeiro,
ficamos com raiva. Daí gritamos, sempre a mesma coisa, por exemplo: ”Quantas
vezes eu tenho que lhe dizer para não mexer com a antena da televisão quando
estou vendo o jogo…!!!)
Quando
isso acontece, nós perdemos o mais importante. Nossos filhos podem parar. Pode
ser que eles olhem para nós. Mas eles
não estão ouvindo. Eles se calam. Eles param.
Eles
nos temem, mas, eles não nos respeitam.
Nossa
casa não é uma extensão do nosso escritório ou sala de trabalho.
Sua
esposa e filhos não são seus empregados.
Talvez
consigamos respeito automaticamente onde trabalhamos, mas em casa precisamos
ganhá-lo à moda antiga, ou seja, através de nosso exemplo.
O
difícil não é dominá-los, mas dominar a nós mesmos, e ganhar a luta contra
nosso próprio temperamento.
Jesus
viu os discípulos discutindo quem era maior. E Jesus nos dá o seu próprio
exemplo, a nos ensinar que o servo sempre deve ser aquele que tem maiores
responsabilidades.
"Levantou-se
entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, sabendo o
que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou-a junto a si e lhes
disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim
recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos,
esse é que é grande." (Lc. 9:46-48)
Como
pais, não podemos ter exemplo melhor do que Jesus.
Vamos
tratar nossos filhos com a mesma paciência com a qual Jesus tratou seus discípulos.
E,
quem sabe, eles acabam um dia sendo semelhantes aos discípulos de Jesus.
Como
pais devemos assumir o nosso papel de líder espiritual em nossa família.
Sua
esposa e filhos desejam que nós que somos pais os guiemos espiritualmente.
Os
filhos ficam realizados em saber que seu pai ama a Deus, anda com Deus e fala
sobre Deus.
Nunca
esqueça seu valor como líder espiritual da família.
O
Senhor diz aos pais: “Estas palavras que,
hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao
levantar-te.” (Dt. 6:6-7)
Você
está disposto para um desafio?
Então
comece a passar tempo com Deus, torne-se num homem de oração, ajude sua família
a saber o quanto você ama a Cristo e deseja honrá-lo.
Por
que não começar hoje?
Esse
é um dos maiores presentes que um homem pode dar a sua família.
E,
não há dia melhor para começar do que no dia dos pais.
Que
Deus abençoe a todos os pais, e nos faça ser vencedores na tarefa de conduzir
espiritualmente nossas famílias.
Amém!!!
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