“Hipócritas! Bem
profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios,
mas o seu coração está longe de mim.” (Mt. 15:7-8)
O
que fazia dos líderes religiosos hipócritas era sua presunção de serem os
modelos da espiritualidade, quando na verdade eles apenas cumpriam as formas,
sem o coração.
O
que Deus sempre quis foi um povo que o amasse de todo coração.
Não
adianta honrar ou adorar a Deus com os lábios, com as formas certinhas, segundo
os ditos padrões, quando nossos corações estão distantes d’Ele.
Mateus
registra uma disputa entre o Senhor Jesus Cristo e os fariseus, sobre suas
tradições e costumes antigos, que eles valorizavam acima dos mandamentos de
Deus, como é habitual ocorrer com pessoas formais que amam as cadeias de sua
própria criação, e que fazem da tradição a base da sua consciência religiosa.
A
expressão “honra-me com os lábios” é
denomina todos os gestos de culto externos e desprovidos de uma verdadeira
piedade.
E
quanto a expressão “mas o seu coração
está longe de mim”, significa principalmente a aversão habitual a Deus, mas
também pode compreender a vida negligente da mente quanto ao seu dever para com
Deus.
Essa
distração de pensamentos, ou a distância do coração em relação a Deus na
adoração, é um grande pecado de hipocrisia.
Um
dos alertas mais temerosos que Jesus pode dar é a possibilidade de acertar na
forma e errar por completo no coração.
Quanto
mais nós nos preocupamos com as formas, menos nós olhamos para o coração, e
mais nos assemelhamos aos fariseus.
O
que precisamos para encontrar Deus não é nenhum diploma, posição ou dom
especial.
É
algo simples e que está dentro de cada ser humano apenas um coração dedicado a
buscá-Lo.
O
texto fala de grosseira hipocrisia, ou um zelo pretensioso de culto exterior,
sem qualquer inclinação sincera para Deus, como descrito por Ezequiel.
“Eles vêm a ti, como
o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas
palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas
o coração só ambiciona lucro.” (Ez. 33:31)
Quando
os filhos de Arão foram mortos pelo Senhor por terem oferecido fogo estranho no
culto do tabernáculo, foi isto o que Ele declarou a Moisés acerca do modo pelo
qual importa que seja adorado por aqueles que dele se aproximam.
“E falou Moisés a
Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se
cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou.“ (Lv. 10:3)
Tudo
o que for trazido à presença do Senhor deve estar santificado, e de outra
forma, Ele santificará o seu santo nome naqueles que d’Ele se aproximam
relaxadamente trazendo-lhes os juízos devidos para vindicar neles a sua justiça
e santidade, de forma que eles e todos saibam que não estão procedendo do modo
que lhe é devido.
Santificar-se
a Deus é se separar do uso comum.
Deus
será santificado, ou seja, quando não tratarmos com Ele como se fosse uma
pessoa comum, mas com reverência e afeto especial da alma, exaltando a sua
grande majestade, acima de tudo e de todos.
Certamente,
Deus é muito sensível ao desprezo que lhe damos, pois ele tudo vê, de modo que
não pode ter por inocente quem toma o seu nome em vão.
Doenças,
fraquezas e mortes prematuras se sucederam na Igreja de Corinto pelo motivo de
se desprezar ao Senhor em pleno culto solene.
E
apesar de julgamentos não serem tão abundantes e visíveis presentemente em
razão de nossa adoração profana, o Senhor já deixou patentemente registrado
quão grande é o seu desagrado quando isto se sucede, de modo, que não raro
deixa especialmente os líderes de tais reuniões entregues a si mesmos e sem
qualquer direção e instrução do Espírito Santo.
Nosso
Senhor nos ensinou expressamente que Deus deve ser adorado em espírito e em
verdade.
“Deus é espírito; e
importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo. 4:24)
Por
isso é um grave erro quando embora saibamos isto, insistimos em disfarçar que
estamos adorando a Deus com mero balbucio de palavras imitando orações ou
cantorias como se fossem louvores, quando nada disso parte do coração por
inspiração do Espírito Santo.
Isto
se aplica a todos os demais atos de devoção que são pretensiosamente dirigidos
ao Senhor.
Esta
prática pode se prolongar por muito tempo a ponto de se pensar que se esteja de
fato adorando a Deus com uma falsidade.
Tudo
isto fica ainda mais agravado quando se proclama santidade com os lábios
enquanto se abriga a iniquidade no coração.
Como
pode o Espírito de Deus que é o Espírito da verdade e da santidade alegrar-se
quando o que prevalece é este quadro?
Com
poderá abençoar e aprovar quem vive na mentira e no pecado?
A
cura disto passa obrigatoriamente pela ordenação do apóstolo: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós
outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o
coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a
vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos
exaltará.” (Tg. 4:8-10)
Tudo
isto a que se refere o apóstolo pode ser resumido numa só palavra: Arrependimento.
Enquanto
não nos arrependermos do mal não poderemos ser curado, porque esta enfermidade
é espiritual, e o seu tratamento deve ser também espiritual.
Somente
uma renovação genuína da graça de Jesus pode nos curar deste mal.
É
abandonando o mal, orando com fé, com arrependimento e sinceridade que Deus nos
dará o lavar renovador do Espírito Santo para que possamos de fato adorá-lo em
espírito e em verdade.
Volte
seu coração para encontrar o Senhor, que Ele há de enchê-lo de toda sua
presença.
Que
o Senhor d aos seus servos corações realmente voltados para o verdadeiro
louvor.
Que
o Senhor possa reinar primeiro em nossas mentes para daí ser mostrado em nossos
cultos.
Que
o Senhor possa viver em nós para daí atuar através de nós.
Que
toda honra e glória sejam dadas ao Senhor de dentro de nós para fora, do fundo
dos nossos corações para o resto do mundo.
Que
Deus lhe abençoe.
Amém!!!
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