segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ADORAÇÃO PROFANA

“Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mt. 15:7-8)

O que fazia dos líderes religiosos hipócritas era sua presunção de serem os modelos da espiritualidade, quando na verdade eles apenas cumpriam as formas, sem o coração.
O que Deus sempre quis foi um povo que o amasse de todo coração.
Não adianta honrar ou adorar a Deus com os lábios, com as formas certinhas, segundo os ditos padrões, quando nossos corações estão distantes d’Ele.

Mateus registra uma disputa entre o Senhor Jesus Cristo e os fariseus, sobre suas tradições e costumes antigos, que eles valorizavam acima dos mandamentos de Deus, como é habitual ocorrer com pessoas formais que amam as cadeias de sua própria criação, e que fazem da tradição a base da sua consciência religiosa.

A expressão “honra-me com os lábios” é denomina todos os gestos de culto externos e desprovidos de uma verdadeira piedade.
E quanto a expressão “mas o seu coração está longe de mim”, significa principalmente a aversão habitual a Deus, mas também pode compreender a vida negligente da mente quanto ao seu dever para com Deus.
Essa distração de pensamentos, ou a distância do coração em relação a Deus na adoração, é um grande pecado de hipocrisia.
Um dos alertas mais temerosos que Jesus pode dar é a possibilidade de acertar na forma e errar por completo no coração.
Quanto mais nós nos preocupamos com as formas, menos nós olhamos para o coração, e mais nos assemelhamos aos fariseus.
O que precisamos para encontrar Deus não é nenhum diploma, posição ou dom especial.
É algo simples e que está dentro de cada ser humano apenas um coração dedicado a buscá-Lo.

O texto fala de grosseira hipocrisia, ou um zelo pretensioso de culto exterior, sem qualquer inclinação sincera para Deus, como descrito por Ezequiel.
“Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro.” (Ez. 33:31)

Quando os filhos de Arão foram mortos pelo Senhor por terem oferecido fogo estranho no culto do tabernáculo, foi isto o que Ele declarou a Moisés acerca do modo pelo qual importa que seja adorado por aqueles que dele se aproximam.
“E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou.“ (Lv. 10:3)

Tudo o que for trazido à presença do Senhor deve estar santificado, e de outra forma, Ele santificará o seu santo nome naqueles que d’Ele se aproximam relaxadamente trazendo-lhes os juízos devidos para vindicar neles a sua justiça e santidade, de forma que eles e todos saibam que não estão procedendo do modo que lhe é devido.

Santificar-se a Deus é se separar do uso comum.

Deus será santificado, ou seja, quando não tratarmos com Ele como se fosse uma pessoa comum, mas com reverência e afeto especial da alma, exaltando a sua grande majestade, acima de tudo e de todos.
Certamente, Deus é muito sensível ao desprezo que lhe damos, pois ele tudo vê, de modo que não pode ter por inocente quem toma o seu nome em vão.

Doenças, fraquezas e mortes prematuras se sucederam na Igreja de Corinto pelo motivo de se desprezar ao Senhor em pleno culto solene.
E apesar de julgamentos não serem tão abundantes e visíveis presentemente em razão de nossa adoração profana, o Senhor já deixou patentemente registrado quão grande é o seu desagrado quando isto se sucede, de modo, que não raro deixa especialmente os líderes de tais reuniões entregues a si mesmos e sem qualquer direção e instrução do Espírito Santo.

Nosso Senhor nos ensinou expressamente que Deus deve ser adorado em espírito e em verdade.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo. 4:24)

Por isso é um grave erro quando embora saibamos isto, insistimos em disfarçar que estamos adorando a Deus com mero balbucio de palavras imitando orações ou cantorias como se fossem louvores, quando nada disso parte do coração por inspiração do Espírito Santo.
Isto se aplica a todos os demais atos de devoção que são pretensiosamente dirigidos ao Senhor.

Esta prática pode se prolongar por muito tempo a ponto de se pensar que se esteja de fato adorando a Deus com uma falsidade.
Tudo isto fica ainda mais agravado quando se proclama santidade com os lábios enquanto se abriga a iniquidade no coração.

Como pode o Espírito de Deus que é o Espírito da verdade e da santidade alegrar-se quando o que prevalece é este quadro?
Com poderá abençoar e aprovar quem vive na mentira e no pecado?
A cura disto passa obrigatoriamente pela ordenação do apóstolo: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tg. 4:8-10)

Tudo isto a que se refere o apóstolo pode ser resumido numa só palavra: Arrependimento.

Enquanto não nos arrependermos do mal não poderemos ser curado, porque esta enfermidade é espiritual, e o seu tratamento deve ser também espiritual.
Somente uma renovação genuína da graça de Jesus pode nos curar deste mal.

É abandonando o mal, orando com fé, com arrependimento e sinceridade que Deus nos dará o lavar renovador do Espírito Santo para que possamos de fato adorá-lo em espírito e em verdade.
Volte seu coração para encontrar o Senhor, que Ele há de enchê-lo de toda sua presença.

Que o Senhor d aos seus servos corações realmente voltados para o verdadeiro louvor.
Que o Senhor possa reinar primeiro em nossas mentes para daí ser mostrado em nossos cultos.
Que o Senhor possa viver em nós para daí atuar através de nós.
Que toda honra e glória sejam dadas ao Senhor de dentro de nós para fora, do fundo dos nossos corações para o resto do mundo.
Que Deus lhe abençoe.

Amém!!!



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