“Então, Jesus
proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua
vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há
três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para
que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor,
deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha
estrume. Se vier a dar fruto, bem está;
se não, mandarás cortá-la.” (Lc. 13.6-9)
No
Antigo Testamento, uma árvore frutífera frequentemente era usada como um
símbolo de uma vida reta.
“Ele é como árvore
plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.” (Sl. 1:3)
Jesus
indicou o que aconteceria com o outro tipo de árvore, a que tomou tempo e
espaço valioso e nada produziu para o paciente jardineiro.
Jesus
advertiu seus ouvintes de que Deus não toleraria para sempre a falta de
produtividade de uma pessoa.
Todo
aquele que se aproxima de uma figueira espera encontrar nela figo.
O
fruto não só alimenta aquele que se aproxima, mas também reproduz sua espécie.
Daí
ser natural à figueira produzir figos.
De
igual modo, todo aquele que se aproxima de alguém que se declara cristão espera
encontrar nele o fruto do Espírito cujas propriedades são: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. (Gl.
5:22-23)
Acontece
que nem sempre a figueira produz figo, assim como nem sempre o cristão produz o
fruto do Espírito.
Pessoas
chegam até nós e podem encontrar tristeza amarga, ansiedade profunda,
impaciência irritante, fel maligno, maldade incontida, agressividade hostil,
desequilíbrio generalizado no corpo e na alma.
Ao
invés de uma solução por amputação, corte a árvore, quando matar parece ser
solução para um mundo melhor, o agricultor da figueira faz a opção por pedir um
tempo, mais um ano.
O
jardineiro de nossa vida sabe o que é necessário fazer quando estamos infrutíferos.
I.
É necessário afofar a
terra.
“Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao
redor dela e lhe ponha estrume”. (Lc. 13:8)
As
experiências adversas da vida podem produzir um terreno batido, cansado,
traumatizado, pisoteado, endurecido em nosso coração.
Terra
assim torna-se impermeável, incapaz de receber a água da chuva e se
revitalizar.
É
necessário revolver a terra, relembrar nossa vida, recontar nossas experiências
em outro ângulo, em uma nova perspectiva de análise, pensar diferente a
respeito de nós mesmos e de nossas vivências e relacionamentos.
Por
isso o salmista clamou a Deus que ensinasse a contar seus dias, narrar sua
história, para que alcançasse coração sábio e equilibrado.
(Salmo 90.12).
II.
É necessário cavar ao
redor.
“Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao
redor dela e lhe ponha estrume”. (Lc. 13:8)
Para
uma restauração de nossa fertilidade é necessário ir ao ponto, ser mais
incisivo, específico, cortante, penetrante.
Precisamos
discernir e afastar nossos fracassos, falências, desgostos, frustrações.
É
necessário identificar para combater as marcas que sugaram os ingredientes e
nos deixaram amargos, indiferentes, desapaixonados.
Uma
terra revolvida e cavada ao redor de nossas raízes está apta a receber água
pura que vem das chuvas dos céus.
O
jardineiro que cuida do nosso coração sabe como fazer isso de maneira
respeitosa, amigável, desafiadora.
Ele
não machuca arrancando pedaços, mas cava, cuidadosamente, ao redor.
III.
É necessário colocar
esterco.
“Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao
redor dela e lhe ponha estrume”. (Lc. 13:8)
O
esterco parece não servir para nada, além de não ter cheiro agradável.
Contudo,
ele serve para corrigir, compensar, complementar, fertilizar, recondicionar,
nutrir.
Igualmente
pode parecer inútil e difícil enfrentar a necessária liberação de perdão, ou o
desafiador pedido de perdão.
Importante
será reatar, reconciliar, ter ajuda de outras pessoas, submeter-se,
humilhar-se, tolerar, silenciar, aquietar-se.
“Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem...” (Lc. 23:34a)
Esta
é a expressão usada por Cristo na cruz, como que dizendo: calma, dê um tempo,
espere, atenue, perdoe.
Definitivamente,
Deus decidiu dar esse tempo para nós.
“Não retarda o Senhor
a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo
para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento.” (II
Pe. 3:9)
Estamos
vivendo esse momento especial para que o Jardineiro do nosso coração complete a
boa obra que começou.
“Estou plenamente
certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de
Cristo Jesus.”
(Fp. 1:6)
Vamos
nos entregar desejosos de receber esse cuidado, enquanto clamamos: dá mais um
tempo, por favor!
Você
tem desfrutado do tratamento especial de Deus sem dar qualquer coisa em troca?
Neste caso, responda
ao cuidadoso e paciente Jardineiro, produzindo os frutos que Deus lhe destinou
a produzir.
Eu e você somos esta figueira
que Deus tem plantado em meio a Sua grande vinha.
Já pensou porque numa plantação
de vinha alguém teria uma única figueira?
Será que esta figueira seria
particular, dele, para que ele desfrutasse dos figos desta figueira?
Os cristãos devem, como
escolhidos por Deus, ser santos, diferentes e exemplos no mundo, que é a grande
plantação de vinha.
Nós somos a figueira que o
Senhor escolheu para dar frutos a Ele.
Deus
está sendo paciente para conosco, apesar de todos os nossos pecados.
Se você
ficou desanimado com algum pecado grave, se ficou frustrado com sucessivas
quedas no seu caminhar com Cristo, ou até desistiu de tentar, escute essas
palavras de Jesus.
Deus
ainda está esperando por você.
Ele não
desistiu de lhe chamar.
Enquanto
estiver vivo, você ainda está dentro do alcance da graça d’Ele.
Seja
qual for sua fraqueza ou pecado, Jesus pode lhe dar a força para vencer.
Basta
voltar para ele.
Amém!!!
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