Texto Bíblico: Atos
27 e 28
Paulo
tinha ido preso em Jerusalém.
Como
seus inimigos cresciam na fúria, Festo decidiu encaminhá-lo para Roma, como o
apóstolo havia apelado.
Para
evitar riscos, enviou-o para o porto de Cesareia sob a guarda do centurião
Júlio.
Paulo
e outros prisioneiros são colocados a bordo de um navio saindo de Cesareia a
caminho da província da Ásia.
Fazem
a primeira parada em Sidom e Júlio permite Paulo visitar seus amigos.
De
lá, o navio segue pela costa de Chipre até o porto de Mira, na Lícia.
Os
ventos contrários sopram forte, e, lentamente o navio prossegue para Cnido e
depois para o sul de Creta, aportando em Bons Portos.
Neste
momento Paulo aconselha o centurião, o piloto e o capitão a ficarem ali.
Ninguém
o ouve e decidem seguir a viagem.
Ao
saírem da ilha de Creta, são surpreendidos por um tufão chamado Euroaquilão,
empurrando o navio na direção sudoeste.
Duas
semanas se seguem de tempestade.
O
apóstolo entendia muito bem de tempestade e mar, pois naufragou três vezes e
passou uma noite e um dia em mar aberto.
“Três vezes fui
açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma
noite e um dia passei no abismo.” (II Co. 11:25)
A
experiência do apóstolo nos ensina sobre a dinâmica da fé antes, durante e
depois da tempestade.
I.
Antes da tempestade
É
o tempo quando a fé é formada na consciência do propósito de Deus e da luta na
caminhada.
A
consciência do propósito havia sido formada após o tumulto no Sinédrio quando
Paulo estava ameaçado de morte e o Senhor lhe disse: “Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim
importa que testifiques também em Roma.” (At. 23:11)
Essa
palavra de Deus trouxe-lhe a confiança do alvo que Deus tinha para ele ir a
Roma.
Nada
impediria isso.
Fé
não vem em cápsulas, nem pode ser comprada em qualquer tipo de mercado.
A
fé que supera qualquer tempestade, é construída e desenvolvida no
relacionamento com o Senhor.
Paulo
sabia muito bem isso.
Talvez
daí tenha nascido sua declaração de que a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus.
“De sorte que a fé é
pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm. 10:17)
Sem
ouvir a voz de Deus, a fé não se forma.
Ouvir
a voz de Deus é o que constrói uma confiança inabalável.
Além
da palavra de Deus, Paulo sabia ler as circunstâncias, tendo muita consciência
da luta que se aproximava, pois naquela época do ano aumentava o risco da
navegação pelo inverno que se aproximava: “Varões,
vejo que a navegação há de ser incômoda e com muito dano, não só para o navio e
a carga, mas também para a nossa vida.” (At. 27:10)
II.
Durante a tempestade
É
o tempo quando a fé entra em operação diante do iminente risco de naufrágio.
Essa
hora da verdade exige que nos lancemos inteiramente nas mãos do Senhor,
economizando e ganhando energia.
A
economia de energia vem quando jogamos todo peso excedente ao mar, nos livramos
de tudo aquilo que consome tempo, atenção, energia para nos distrair do que
mais importa.
Perdem-se
os anéis, mas ficam os dedos. Lança-se a carga, mas ficam as pessoas.
Voltamo-nos
ao essencial, ao que mais importa, as pessoas ao redor.
O
barco precisa ficar leve para não nos afundar ainda mais.
O
ganho de energia vem quando novamente recordamos o propósito de Deus, ouvindo
nova voz dos céus, mas, agora, em meio à tempestade: “Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem
sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado
a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo.” (At.
27:23-24)
Compartilhando
essa palavra, sua alma foi fortalecida, assim como de todos ali.
Mas,
além desse alimento espiritual e emocional, Paulo exortou a todos que comessem
para terem forças para enfrentar o que viria adiante.
“Portanto, exorto-vos
a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo
cairá da cabeça de qualquer de vós. E, havendo dito isto, tomando o pão, deu
graças a Deus na presença de todos e, partindo-o, começou a comer. E, tendo já todos
bom ânimo, puseram-se também a comer. E éramos ao todo no navio duzentas e
setenta e seis almas. Refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o
trigo ao mar.”
(At. 27:34-38)
III.
Depois da tempestade
É
o tempo de colheita dos frutos da fé, mesmo em meio à luta que continua, mas
dentro do propósito do Senhor.
A
luta continua, mesmo depois de sobreviver à tempestade.
Isso
mesmo, depois da tempestade, vem a picada da cobra.
Mas
o Senhor traz livramento e Paulo a sacode e ela cai no fogo, não lhe causando
mal algum.
“Mas, sacudindo ele a
víbora no fogo, não padeceu nenhum mal.” (At. 28:5)
A
tempestade e o episódio da cobra trouxeram a Paulo autoridade espiritual.
Todos
passaram a ouvi-lo com muita atenção.
Seu
ministério cresce no meio daquele povo que passa a receber cura e salvação.
Depois
de Malta, finalmente chega a Roma onde, por dois anos completos, Paulo
permaneceu na casa que havia alugado, e recebia a todos quantos o procuravam.
Pregava
incansavelmente o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo,
com toda liberdade, sem o mínimo impedimento.
“E Paulo ficou dois
anos inteiros na sua própria habitação que alugara e recebia todos quantos
vinham vê-lo, pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as
coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.” (At. 28:30-31)
O
propósito de Deus na vida de Paulo foi cumprido integralmente na salvação e
edificação de vidas impactando profundamente muito além das fronteiras e do
tempo do império romano.
A
fé nasce antes da tempestade, cresce em meio a ela e traz grande satisfação
para toda a vida que vem depois dela.
Não
é qualquer tipo de fé, mas aquela que confia sem jamais desconfiar, espera sem
jamais desesperar, torna-se inabalável quando tudo se abala, entende o
inexplicável, crê no incrível, vê o invisível.
Vamos,
pois desenvolver um relacionamento de intimidade com o Senhor, antes mesmo da
tempestade.
Quando
ela chegar, estaremos fortalecidos na fé para experimentar o livramento do
Senhor e seguir ao destino que Ele tem preparado para nós.
Amém!!!
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