“Em tudo somos
atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos,
porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos.” (II Co. 4:8-9)
“Por isso, não
desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa,
contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda
comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem;
porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (II Co. 4:16-18)
O
maior desejo do inimigo de nossas vidas é nos deixar abatidos. Ele se aproveita
das nossas vulnerabilidades e promove uma batalha intensa com a finalidade de
fazer-nos desistir de tudo, principalmente da fé em Deus. Uma coisa importante
a ser ressaltada é que todos nós estamos sujeitos a todos os tipos de
problemas, lutas e intempéries da vida. Estamos em um mundo caído, onde a
bíblia diz que ele jaz no maligno.
Porém,
Deus não nos deixa desamparados. Suas promessas são sementes que nunca morrem
no coração daqueles que confiam nele. Por causa da sua misericórdia, Ele não
permite que passemos por lutas que não sejamos capazes de suportar. O apóstolo
Paulo diz uma coisa interessante: “Temos,
porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus, e não de nós.” (II Co. 4:7)
O
homem é apenas um vaso de barro, frágil, quebradiço e barato. Seu valor não é
intrínseco. Mas dentro deste vaso existe um tesouro de inestimável valor. Esse
tesouro é o evangelho! O vaso é perecível, mas o evangelho nunca perece. O vaso
é frágil, mas o evangelho é poderoso. O vaso não tem beleza em si mesmo, mas o
evangelho traz o fulgor da glória de Deus na face de Cristo. O vaso se quebra e
precisa ser substituído, mas o evangelho é eterno e jamais pode ser mudado.
A
fraqueza do vaso ressalta a excelência do poder de Deus. Deus é glorificado por
meio de vasos frágeis. A glória não está no vaso, mas no tesouro. É preciso
concentrar-se no tesouro, não no vaso. Por isso, o apóstolo Paulo não temia o
sofrimento nem as tribulações, pois sabia que Deus guardava o vaso, enquanto
este guardasse o tesouro. Somos vasos de barro para que possamos depender do
poder de Deus, não de nossas forças.
Não
seremos abalados se a nossa vida estiver concentrada no tesouro e não no vaso.
Então, que lições podemos aprender sobre as lutas e os problemas que
enfrentamos na vida?
I.
Mesmo que ATRIBULADOS
não seremos ANGUSTIADOS
“Em tudo somos atribulados,
porém não angustiados
…” (II Co. 4:8)
A
palavra, no original para “atribulados” significa afligir, sujeitar a pressões
ou aquilo que oprime o espírito. A palavra “angustiados” traz a ideia de
comprimir em lugar apertado.
A
tribulação é uma prova externa, enquanto a angústia é um sentimento interno. A
tribulação produz angústia, mas Paulo mesmo enfrentando circunstâncias tão
adversas era fortalecido pelo Senhor. Paulo sofreu prisões, açoites,
apedrejamento, fome, frio e pressão de todos os lados. Contudo, Deus o assistiu
não o deixando sucumbir diante de tantas adversidades.
II.
Mesmo que PERPLEXOS
não ficaremos DESANIMADOS
“Em tudo somos…
perplexos, mas não desanimados...” (II Co. 4:8)
A
perplexidade é uma encruzilhada mental que nos exige uma decisão pronta e
imediata. A palavra usada no original para “perplexos” significa estar em
dúvida. A palavra usada para “desanimados” significa estar completamente em
desespero.
Às
vezes somos tomados pela dúvida no meio das tempestades. Não somos capazes de
entender que elas não duram para sempre.
O
apóstolo Paulo não fugia a essa regra, porém, ele não se permitia entrar em
desespero. Ele poderia até ficar perplexo, em dúvida, mas nunca desanimado.
O
desespero não nos permite vencer a dúvida e paralisa a nossa vida por completo!
No meio da dúvida, somos convidados a olhar para o tesouro que carregamos
dentro de nós: o evangelho! Evangelho é o poder de Deus! E o poder de Deus
nunca nos deixará desanimar na jornada da vida.
III.
Mesmo que PERSEGUIDOS
não estaremos DESAMPARADOS
“Em tudo somos…
perseguidos, mas não desamparados...” (II Co. 4:9)
A
palavra grega usada para “perseguidos” traz a ideia de perseguir e caçar como a
um animal, enquanto a palavra “desamparados” significa desertar, abandonar
alguém em dificuldades.
Paulo
se descreve como um fugitivo caçado por seus adversários, contudo, na última
hora, Deus lhe dava um escape.
Paulo
sofreu duras perseguições desde o começo da sua conversão até o último dia da
sua vida na terra. Não teve folga nem alívio. No entanto, o servo de Deus
jamais se sentiu desamparado.
Quando
foi apedrejado em Listra, levantou-se para prosseguir o projeto missionário.
Quando foi preso em Filipos, cantou e orou à meia-noite. Quando foi preso em
Jerusalém, deu testemunho diante do Sinédrio. Quando foi levado para Roma como
prisioneiro de Cristo, testemunhou ousadamente aos membros da guarda
pretoriana. Mesmo quando ficou só em sua primeira defesa, em Roma, foi
assistido pelo Senhor: “Na minha primeira
defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes
seja posto em conta! Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para
que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os
gentios a ouvissem; e fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também
de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele,
glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (II Tm. 4:16-18)
IV.
Mesmo que ABATIDOS
não seremos DESTRUÍDOS
“Em tudo somos…
abatidos, porém não destruídos.” (II Co. 4:9)
A
palavra “abatidos” no original significa lançar abaixo, derrubar violentamente.
A palavra era usada para falar da derrubada de um oponente na luta ou de
derrubar uma pessoa com a espada ou qualquer outra arma. Já a palavra usada no
original para “destruídos” significa destruir e perecer.
Paulo
enfrentou circunstâncias desesperadoras, acima das suas forças. Foi acusado,
perseguido, açoitado, aprisionado, mas jamais sucumbiu. Mesmo quando foi
decapitado na guilhotina romana, não foi destruído, porque sabia que sua morte
não era uma derrota, mas uma vitória, uma vez que o morrer é lucro, é deixar o
corpo habitar com o Senhor, o que é muito melhor.
Esse
texto pode ser aplicado aos duros, rudes e esmagadores golpes que parecem vir
do nada sobre a nossa vida, como um câncer, um acidente fatal, um ataque
cardíaco, uma guerra medonha, um terremoto avassalador. Pelo poder do tesouro
que habita em nós, o poder de Deus, somos capacitados e reagimos de forma
transcendental a fim de que Deus seja glorificado e as pessoas sejam impactadas
pelo nosso testemunho. Podemos ser abatidos, mas nunca seremos destruídos!
Nos
últimos versos deste Capítulo 4, o apóstolo Paulo diz que não desanima porque,
embora as aflições afetem o seu corpo, o homem exterior, o seu espírito, o
homem interior, se renova a cada dia. Ele fala de três contrastes que enaltecem
sua maravilhosa convicção:
1. Corpo FRACO, mas o Espírito RENOVADO
“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o
nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de
dia em dia.”
(II Co. 4:16)
O
nosso homem exterior é o nosso corpo. O nosso homem interior é o nosso
espírito.
O
corpo fica cansado, doente e envelhecido, mas o espírito fica mais maduro, mais
forte, mais renovado. O corpo enfraquece, mas o espírito renova-se. O tempo vai
esculpindo em nossa face rugas profundas, mas não há rugas em nosso espírito.
Não há fraqueza em nossa alma.
Enquanto
o homem exterior se corrompe, o nosso homem interior se renova. Enquanto um
caminha para a morte, o outro deslancha em direção da vida plena. Não seremos
abalados porque mesmo com o corpo fraco, temos a certeza de que nosso espírito
é renovado dia após dia. Um famoso teólogo disse o seguinte: “Os mesmos
sofrimentos que podem debilitar o corpo do homem, fortalecem as fibras da sua alma.”
2. Presente DOLOROSO, mas um Futuro GLORIOSO
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para
nós eterno peso de glória, acima de toda comparação.” (II Co. 4:17)
As
aflições são pesadas e contínuas, mas vistas sob a perspectiva da eternidade são
leves e momentâneas. Na verdade, as aflições deste tempo presente são
precursoras da glória. No presente enfrentamos tribulação, mas no futuro
estaremos na glória. Agora, há choro e dor, mas, então, Deus enxugará dos
nossos olhos toda lágrima. Agora, a dor esmaga o nosso corpo, aperta o nosso
peito e nos tira o fôlego, mas, então, a dor não mais existirá. Agora, gememos
sob o peso da tribulação, mas, então, entraremos no gozo do Senhor.
A
tribulação por mais pesada e constante posta sob a ótica da eternidade torna-se
leve e momentânea, passageira. Essa glória supera o sofrimento, tanto em
intensidade quanto em duração, acima de toda comparação.
Deus
não desperdiça sofrimento na vida de seus filhos. Ele nunca fica em dívida com
ninguém.
As
aflições de Paulo não foram leves e momentâneas, mas ele as viu dessa maneira.
Não seremos abalados ainda que o presente seja doloroso, porque temos a certeza
de que o nosso futuro será glorioso.
3. Coisas Visíveis TEMPORAIS, Coisas Invisíveis ETERNAS
“Não atentando nós
nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são
temporais, e as que se não veem são eternas.” (II Co. 4:18)
As
coisas reais são as invisíveis. Essas são permanentes e eternas. Não vivemos
pelo que vemos, mas pela fé, e a fé é a certeza de que nossa cidade permanente
não é daqui. A fé é a convicção de que a nossa Pátria está no céu. A fé não se
apega às glórias do mundo porque vê um mundo invisível superior a este. Foi por
isso que Abraão não se encantou com a planície de Sodoma, porque via uma cidade
superior. A bíblia diz: “Pela fé,
peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com
Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade
que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.” (Hb. 11:9-10)
Da
mesma forma, Moisés abandonou as glórias do Egito para receber uma recompensa
muito superior. Diz assim a Palavra de Deus: “Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera
do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível.” (Hb.
11:27)
Não
seremos abalados quando trocarmos as coisas visíveis e temporais deste mundo
pelas coisas invisíveis e eternas que Deus preparou para nós. Isso acontece
pela fé, somente pela fé.
Quais
são as coisas que têm abalado a sua vida hoje? Que sentimentos têm trazido
desequilíbrio emocional, físico e espiritual a você? O que é que está mexendo
com as estruturas do seu viver?
Deus
está aqui hoje, nesta noite, para dizer a cada um de nós: vocês não precisam
ficar abalados. Vocês são meus vasos de barro que guardam o meu tesouro. O meu
poder se aperfeiçoa na sua fraqueza!
Se
você estiver atribulado, não precisa ficar angustiado. Se você estiver
perplexo, em dúvida, não precisa ficar desanimado. Se você está sendo
perseguido, saiba que nunca ficará desamparado. Se você estiver abatido, não
será destruído.
Não
seremos abalados se olharmos para as tribulações sob a ótica da eternidade:
corpo fraco, mas espírito renovado; presente doloroso, mas futuro glorioso;
coisas visíveis e temporais que se acabam, mas, pela fé, conseguimos enxergar
as coisas invisíveis e eternas preparadas pelo Senhor!
Permaneça
firme!
Amém!!!
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