Esta
história em que Eliseu multiplica o azeite da viúva ilustra um pouco da luta
histórica que as mulheres passavam e do estigma religioso que recaía sobre
elas.
Sobre
a mulher pesavam os duros trabalhos do lar, a mulher trabalhava no campo, fazia
pão, tecia e etc.
Mas
a mulher não herdava de seu marido, nem as filhas de seu pai.
O
voto de uma mulher casada não tinha validade, a não ser se fosse consentido por
seu marido, que tinha o poder de anulá-lo.
Na família, a estima da mulher só aumentava quando ela se tornava mãe, sobretudo de um filho varão.
O
texto se refere ao episódio em que Eliseu multiplica o azeite da viúva.
Esta
viúva havia sido mulher de um dos discípulos dos profetas.
Esta
mulher se encontrava em uma situação de extrema penúria, de tal sorte que para
pagar as dívidas teria que entregar os filhos como escravos.
A situação das viúvas naquela época, bem mais do que em nossos dias era uma situação difícil.
A
mulher ao ver Eliseu se aproximar faz a ele um relato de sua situação.
O
profeta pergunta então o que é que ainda restou a mulher.
Ao que a mulher responde que lhe sobrara ainda um botija de azeite.
Eliseu,
então, pede que a mulher vá e junte todas as vasilhas que conseguisse,
inclusive, aquelas que os vizinhos pudessem emprestar.
Depois
entrasse em casa e fosse derramando o azeite e enchendo as vasilhas.
Até que o momento em que já não havia mais vasilhas e o azeite parou.
Na
Bíblia, o azeite, o óleo, são símbolos do Espírito Santo, de unção e quero
fazer uma analogia do azeite da viúva que Eliseu multiplicou com o derramar do
Espírito na vida da igreja e na vida dos crentes.
Pois,
o imperativo de Deus para o crente é: "enchei-vos
do Espírito.”
Podemos aprender algumas lições com o texto acima:
· O azeite seria derramado ilimitadamente.
Não
percebemos nenhuma limitação de quantos litros de azeite a viúva poderia
dispor.
Não
havia limitação, não há uma quantia, não há uma porção estabelecida.
Isto
nos faz lembrar a afirmação de Jesus, de que Deus não dá o seu Espírito por
medida, com limitação.
“Pois o enviado de Deus fala
as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida.” (Jo.
3:34)
Isto
é pelo poder de Deus.
Esta
lição também é preciosa, porque nós pensamos que a técnica, a estratégia, o
método, o momento, o local, podem produzir unção, derramamento do Espírito.
Mas,
isso é um milagre de Deus que o homem não pode manipular nem tampouco dominar.
Era
algo incompreensível à mente humana.
Nem
hoje, nem amanhã, nem nunca, pela ciência, o homem poderá explicar como é que
se multiplicam azeite, pães, peixes...
Quando
Jesus se encontrou com Nicodemos, ele disse que ação do Espírito Santo é um
mistério.
É
somente pela fé que nós podemos aceitar a ação livre e soberana do Espírito
Santo, nos enchendo a ponto de transbordar.
Quantos
vasos existissem naquela casa, quantos vasos estivessem ali disponíveis, seriam
cheios pelo azeite que se multiplicava ilimitadamente.
Sabemos
também pelas Escrituras, que Deus derramaria o seu Espírito sobre todos.
“E acontecerá, depois, que
derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões;” (Jl.
2:28)
Esta
promessa o Apóstolo Pedro se recorda no dia de Pentecostes.
Assim,
podemos ter a certeza de que o Espírito Santo é para todo crente.
Para cada vaso, para cada servo de Deus.
· O azeite era para o vaso todo.
Quando
a mulher fosse enchendo os vasos, ela deveria enchê-los completamente.
Ela
não poderia, nem deveria perder aquela oportunidade que estava ao seu alcance
de encher o vaso completamente.
Podemos
também dizer com base na Palavra de Deus que o Seu propósito é de nos encher
completamente do Seu Espírito Santo.
Deus
não quer nos dar um pouco, nem uma parte.
Ele quer nos dar a plenitude do seu Espírito.
· O azeite seria derramado à medida da disponibilidade dos vasos.
Se
a mulher tivesse vasos, que já estivessem com qualquer outra coisa, não seria
possível enchê-los com o azeite.
Da
mesma maneira, enquanto nós não nos esvaziarmos, não será possível Deus nos
encher com o óleo do Seu Espírito.
Para que Deus me encha é preciso que eu esteja vazio.
· O azeite só parou quando todos os vasos estavam cheios.
Da
mesma maneira, o propósito de Deus, hoje, é de só parar de derramar do seu
Espírito quando todos os vasos estiverem cheios.
Muitas
vezes nós ficamos a pensar que Deus resolveu privilegiar alguns dando a eles um
enchimento, um transbordar do seu Espírito.
Mas Deus quer fazer isso a cada um dos vasos que fazem a sua igreja.
A
palavra de Deus tem promessas maravilhosas para o povo de Deus, mas a maior
delas é do poder que Deus coloca à disposição da sua igreja para realizar a
tarefa que Ele nos deu.
Às
vezes, vemos a Igreja como o indivíduo, que prefere empurrar o carro a colocar
combustível nele.
O Espírito Santo é o poder que move a Igreja a fim de realizar o seu ministério, sem Ele nos desgastamos desnecessariamente.
Se ainda houver um pouquinho de azeite na nossa dispensa, Deus poderá usar para nos projetar em caminhos de vitórias.
O
azeite é o Espírito Santo, e Ele habita em você.
Deus
pode multiplicar esse azeite, de forma a te ungir poderosamente, e te envolver
com esse unguento Santo.
E
o que você tem em casa? O que você sabe fazer?
Às
vezes achamos que é pouco, que é desprezível o que sabemos.
Mas com a unção do Espírito Santo, esse pouco pode se transformar em abundância.
A unção do Espírito Santo, enquanto houver vaso vazio o óleo não vai parar.
Aleluia!!!
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