segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

E O AZEITE PAROU


“Certa mulher, das mulheres dos discípulos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao SENHOR. É chegado o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos. Eliseu lhe perguntou: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então, disse ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia. Cheias as vasilhas, disse ela a um dos filhos: Chega-me, aqui, mais uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma. E o azeite parou.” (II Rs. 4:1-6) 

Esta história em que Eliseu multiplica o azeite da viúva ilustra um pouco da luta histórica que as mulheres passavam e do estigma religioso que recaía sobre elas.

Sobre a mulher pesavam os duros trabalhos do lar, a mulher trabalhava no campo, fazia pão, tecia e etc.

Mas a mulher não herdava de seu marido, nem as filhas de seu pai.

O voto de uma mulher casada não tinha validade, a não ser se fosse consentido por seu marido, que tinha o poder de anulá-lo.

Na família, a estima da mulher só aumentava quando ela se tornava mãe, sobretudo de um filho varão. 

O texto se refere ao episódio em que Eliseu multiplica o azeite da viúva.

Esta viúva havia sido mulher de um dos discípulos dos profetas.

Esta mulher se encontrava em uma situação de extrema penúria, de tal sorte que para pagar as dívidas teria que entregar os filhos como escravos.

A situação das viúvas naquela época, bem mais do que em nossos dias era uma situação difícil. 

A mulher ao ver Eliseu se aproximar faz a ele um relato de sua situação.

O profeta pergunta então o que é que ainda restou a mulher.

Ao que a mulher responde que lhe sobrara ainda um botija de azeite. 

Eliseu, então, pede que a mulher vá e junte todas as vasilhas que conseguisse, inclusive, aquelas que os vizinhos pudessem emprestar.

Depois entrasse em casa e fosse derramando o azeite e enchendo as vasilhas.

Até que o momento em que já não havia mais vasilhas e o azeite parou. 

Na Bíblia, o azeite, o óleo, são símbolos do Espírito Santo, de unção e quero fazer uma analogia do azeite da viúva que Eliseu multiplicou com o derramar do Espírito na vida da igreja e na vida dos crentes.

Pois, o imperativo de Deus para o crente é: "enchei-vos do Espírito.”

Podemos aprender algumas lições com o texto acima:


·         O azeite seria derramado ilimitadamente. 

Não percebemos nenhuma limitação de quantos litros de azeite a viúva poderia dispor.

Não havia limitação, não há uma quantia, não há uma porção estabelecida.

Isto nos faz lembrar a afirmação de Jesus, de que Deus não dá o seu Espírito por medida, com limitação.

“Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida.” (Jo. 3:34)

             ·         O azeite seria multiplicado milagrosamente. 

Isto é pelo poder de Deus.

Esta lição também é preciosa, porque nós pensamos que a técnica, a estratégia, o método, o momento, o local, podem produzir unção, derramamento do Espírito.

Mas, isso é um milagre de Deus que o homem não pode manipular nem tampouco dominar.

             ·         O azeite seria derramado misteriosamente. 

Era algo incompreensível à mente humana.

Nem hoje, nem amanhã, nem nunca, pela ciência, o homem poderá explicar como é que se multiplicam azeite, pães, peixes...

Quando Jesus se encontrou com Nicodemos, ele disse que ação do Espírito Santo é um mistério.

É somente pela fé que nós podemos aceitar a ação livre e soberana do Espírito Santo, nos enchendo a ponto de transbordar.

             ·         O azeite era para todos os vasos. 

Quantos vasos existissem naquela casa, quantos vasos estivessem ali disponíveis, seriam cheios pelo azeite que se multiplicava ilimitadamente.

Sabemos também pelas Escrituras, que Deus derramaria o seu Espírito sobre todos.

“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões;” (Jl. 2:28)

Esta promessa o Apóstolo Pedro se recorda no dia de Pentecostes.

Assim, podemos ter a certeza de que o Espírito Santo é para todo crente.

Para cada vaso, para cada servo de Deus.


·         O azeite era para o vaso todo. 

Quando a mulher fosse enchendo os vasos, ela deveria enchê-los completamente.

Ela não poderia, nem deveria perder aquela oportunidade que estava ao seu alcance de encher o vaso completamente.

Podemos também dizer com base na Palavra de Deus que o Seu propósito é de nos encher completamente do Seu Espírito Santo.

Deus não quer nos dar um pouco, nem uma parte.

Ele quer nos dar a plenitude do seu Espírito. 


·         O azeite seria derramado à medida da disponibilidade dos vasos. 

Se a mulher tivesse vasos, que já estivessem com qualquer outra coisa, não seria possível enchê-los com o azeite.

Da mesma maneira, enquanto nós não nos esvaziarmos, não será possível Deus nos encher com o óleo do Seu Espírito.

Para que Deus me encha é preciso que eu esteja vazio. 


·         O azeite só parou quando todos os vasos estavam cheios. 

Da mesma maneira, o propósito de Deus, hoje, é de só parar de derramar do seu Espírito quando todos os vasos estiverem cheios.

Muitas vezes nós ficamos a pensar que Deus resolveu privilegiar alguns dando a eles um enchimento, um transbordar do seu Espírito.

Mas Deus quer fazer isso a cada um dos vasos que fazem a sua igreja. 

A palavra de Deus tem promessas maravilhosas para o povo de Deus, mas a maior delas é do poder que Deus coloca à disposição da sua igreja para realizar a tarefa que Ele nos deu.

Às vezes, vemos a Igreja como o indivíduo, que prefere empurrar o carro a colocar combustível nele.

O Espírito Santo é o poder que move a Igreja a fim de realizar o seu ministério, sem Ele nos desgastamos desnecessariamente. 

Se ainda houver um pouquinho de azeite na nossa dispensa, Deus poderá usar para nos projetar em caminhos de vitórias. 

O azeite é o Espírito Santo, e Ele habita em você.

Deus pode multiplicar esse azeite, de forma a te ungir poderosamente, e te envolver com esse unguento Santo.

E o que você tem em casa? O que você sabe fazer?

Às vezes achamos que é pouco, que é desprezível o que sabemos.

Mas com a unção do Espírito Santo, esse pouco pode se transformar em abundância. 

A unção do Espírito Santo, enquanto houver vaso vazio o óleo não vai parar. 

Aleluia!!!

 

 

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