quinta-feira, 2 de março de 2023

O DESEJO DO CORAÇÃO DE JESUS


“Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.”
(Jo. 17:20-23) 

Vivemos num mundo marcado por diferenças e divisões de todos os tipos, mas quando nos voltamos para Deus em Cristo, todas as diferenças são anuladas e todas as divisões são derrubadas, pois “para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm. 2:11) e “o Senhor não vê como vê o homem.” (I Sm. 16:7)

Em sua oração por nós, Jesus pediu enfaticamente que fossemos unidos, pois sabia que separados estaríamos vulneráveis. Precisamos seguir o exemplo de Barnabé quando conheceu os irmãos de Antioquia “viu a graça de Deus e se alegrou.” (At. 11:23) A unidade cristã ensina a nos alegrar ao ver a graça de Deus em outros irmãos, como disse Paulo que “se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos.” (II Co. 10:7) 

Jesus sempre foi a favor que houvesse união entre os irmãos, durante o tempo em que durou o seu ministério. Ele pregou aos seus discípulos a importância de estarem unidos, e isso seria contado a favor do Reino de Deus, e a plena certeza que Jesus foi verdadeiramente enviado por Deus.

A glória de Cristo tem origem na união d’Ele com o Pai “como tu, ó Pai, o és em mim...”

O capítulo 17 de João registra a chamada oração sacerdotal de Jesus. Nessa oração, Jesus pede pelos seus discípulos, pois o tempo de sua partida havia chegado. O grande clamor com o qual Jesus finaliza sua oração é pela unidade dos seus discípulos, na verdade a sua Igreja. Por três vezes, ele pede ao Pai que eles sejam um.

Só existe outra situação em que Jesus repetiu por três vezes a sua oração: foi quando agonizava no Getsêmani, pedindo que a vontade do Pai se cumprisse.

O fato de ter repetido por três vezes a mesma súplica sugere algo de vital importância e de significado extraordinário. 

O padrão de unidade estabelecido por Jesus para a Igreja foi: “assim como nós somos um.”

A nossa unidade tem que ser como a de Jesus e o Pai: santa e perfeita, expressando a perfeição de Deus.

A unidade é inerente à natureza divina e precisa ser enxertada na natureza da igreja.

O Princípio da Unidade diz que, embora sejamos diferentes, devemos compreender que fazemos parte do Corpo de Cristo, e precisamos aprender a conviver uns com os outros, respeitando o jeito de ser de cada um e que, na hora que precisar, devemos estar prontos a ajudar, socorrer e trabalhar juntos para o benefício de todos. 

Essa é uma das poucas áreas em que Jesus exige uma perfeição. No versículo 23, “aperfeiçoados na unidade” também pode ser entendida por “perfeitos em unidade”.

Sabemos que a perfeição é praticamente impossível em muitas situações e condições da vida humana. Porém, acerca da unidade, o padrão requerido por Jesus é a perfeição.

Assim sendo, moralmente falando, as motivações que norteiam nossos relacionamentos podem e devem estar cem por cento purificadas de todo ressentimento, malícia e egoísmo.

Jesus afirmou que uma casa dividida não subsistirá. “Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá.” (Mt. 12:25)

Isso vale para qualquer instituição: famílias, empresas e igrejas. A unidade é fundamental para a igreja. Por isso, esta tem sido uma das áreas em que satanás mais trabalha; ele tenta trazer divisão e enfraquecer a Igreja do Senhor Jesus. 

Vamos considerar quais são as promessas de Deus para a igreja que caminha em unidade: 

Porque Satanás trabalha tanto para dividir a Igreja? Se buscarmos na palavra, o que acontece quando há unidade entre os irmãos fica muito claro. 

      I.                               A unidade traz orações respondidas

“Digo-lhes a verdade: Tudo o que vocês ligarem na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que vocês desligarem na terra terá sido desligado no céu. Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus. Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles.” (Mt. 18:18-20) 

Existe poder na oração em concordância. A oração em concordância dá a dimensão de unidade, de se ter um só coração e um só propósito.

Quando isso acontece, as orações são respondidas. A igreja recebe poder para ligar e desligar.

Quando oramos juntos, somos “contaminados” pela necessidade da oração; o amor pelos irmãos e a unidade são intensificados; a fé é fortalecida e o poder espiritual se multiplica.

Quando Jesus utiliza a expressão “digo-lhes a verdade”, ou em outra tradução “em verdade, em verdade vos digo”, Ele está usando a mesma força do amém. Amém não é apenas assim seja e sim uma expressão muito mais forte que significa que o que foi dito é firme e confiável.

Os princípios ensinados podem ser aplicados à nossa vida prática e às atividades do reino na terra, à igreja e aos membros do corpo. E como dissemos, somente é alcançado pela oração conjunta e requer total UNIDADE! 

A palavra concordar, no grego “symphoneo”, significa soar juntos, fazer sinfonia. É como em uma orquestra, cada um toca um instrumento, todos entram no momento exato e o som é perfeito. Quando concordamos em unidade estamos fazendo sinfonia e as nossas orações são respondidas e fazem o braço de Deus se mover. 

Vamos concordar que o Brasil é do Senhor Jesus e é uma nação missionária. Vamos concordar que ganharemos a cidade de Salvador para Jesus. Vamos concordar que atingiremos o nosso alvo. Vamos concordar que os nossos G100 são uma bênção, verdadeiras maternidades de novas criaturas. Vamos concordar em dar a Deus toda glória! A Ele seja a glória para todo sempre, amém!

    II.                               A unidade traz derramamento do Espírito

“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união! É como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes. É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o SENHOR concede a bênção da vida para sempre.” (Sl. 133:1-3)

O salmista Davi usa duas lindas figuras para declarar a consequência de os irmãos viverem em união. 

A primeira delas é o ÓLEO sendo derramado sobre Arão, o sumo sacerdote.

A Palavra de Deus afirma que somos sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus. (I Pe. 2:9)

Arão representa a igreja do Senhor, aqueles que fazem parte do corpo de Cristo. O óleo na Bíblia é símbolo do Espírito Santo. Quando Samuel apanhou o chifre cheio de óleo e ungiu a Davi na presença de seus irmãos, o Espírito do SENHOR apoderou-se dele, (1 Sm 16.12-13) 

A segunda figura, o ORVALHO, refere-se ao orvalho que desce do monte Hermom para os montes de Sião.

O monte Hermom, com 2.814 metros de altitude, está quase sempre coberto de neve, enquanto as terras ao redor queimam pelo sol de verão.

À noite, ele libera um orvalho que rega a terra aos seus pés, e os montes mais baixos da cadeia de Sião, proporcionando fertilidade contínua. Isaías profetizou sobre o derramamento do Espírito sobre a igreja usando uma figura semelhante: “Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole, e minha bênção sobre seus descendentes.” (Is. 44:3) O Espírito de Deus faz-nos férteis, dando fruto para a glória de Deus.

Assim, as duas figuras apontam para o derramamento do Espírito sobre a Igreja; e a unidade entre os irmãos dispara o gatilho para que isso aconteça. 

   III.                              A unidade traz conversões a Cristo

“Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.” (Jo. 17:21-23) 

Como vimos anteriormente na introdução, Jesus clama para que haja unidade no meio do seu povo e declara que, quando formos um, quando andarmos em unidade, o mundo vai crer que o Pai O enviou. E não apenas isso, mas também crerão no amor de Deus.

Nessa oração, Jesus estabelece um princípio-chave do evangelismo: de que as pessoas creriam n’Ele quando fôssemos um, como Ele e o Pai são um. Em outras palavras, experimentaremos uma colheita abundante, com multidões se rendendo ao Senhor, quando andarmos em unidade. 

A maior parte da população mundial tem consideração por Jesus, acha importantes seus ensinamentos, mas não crê que Ele é o filho de Deus, enviado para salvar o mundo e também não crê no amor de Deus. Para se ter uma ideia do grande desafio que temos pela frente, só no Brasil, apenas 22% da população brasileira se declara convertida a Jesus. A unidade vai destrancar as portas fechadas para o avanço do evangelho. 

Quando congregarmos possuímos um grande valor espiritual, mas quando congregamos e andamos em unidade ninguém poderá nos resistir. 

  IV.                                 A unidade é a essência do próprio Deus

“Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.” (I Co. 6:17) 

O real valor da unidade encontra-se no Senhor, que tudo formou e tudo sustenta através de Seu amor e compaixão, sendo um só Deus e manifestando-se através da Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Assim como Eles encontram-se um no outro, sendo unidos, nós n’Eles fomos constituídos também unidade, isso significa que o nosso esforço, trabalho, evangelização, e todos os nossos atos, deveriam expressar a nossa unidade, que foi constituída na Trindade.

O grande objetivo de Jesus Cristo é ter um corpo de pessoas, como Igreja, que não apenas se amem, mas que, por tanto se amarem, tornem-se um só corpo “tendo em si o mesmo sentimento”, como Paulo aconselha, pensando a mesma coisa e sendo permeados pela mesma consciência, uma vez que o Cabeça, o Cérebro, e a Consciência da Igreja é Cristo. 

    V.                               A unidade glorifica a Deus

“Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos.” (Jo. 17:22)    

Jesus declarou que transmitiu a Glória de Deus para que seus seguidores fossem um. Juntos deveriam visualizar somente a glória do Pai e nunca glorificar aos homens. (Jo. 12:43)

A união deve ser em prol de um objetivo comum e o principal é glorificar a Deus.

Muitos crentes idolatram sua denominação e com isso estão dando glória ao homem. Mas Deus não divide a sua glória com ninguém. (Is. 42:8)

A primeira barreira a ser transposta para que haja união verdadeira no corpo de Cristo é o preconceito, a ignorância e o desrespeito. Mas quando o povo de Deus se une, a glória é toda do Senhor Deus.

O Pentecostes fez com que milhares de pessoas de lugares, culturas, idiomas e pensamentos diferentes viessem a se entender e se compreender, unindo-se num só propósito: servir a Deus. Por isso só o Espírito Santo pode traduzir nossas “línguas” e fazer-nos entender em nossas diferenças, promovendo a unidade na diversidade.

A Igreja como corpo de Cristo não pode se “conformar com este mundo”, mas deve buscar a “renovação da nossa mente” (Rm. 12:2) e da mentalidade do povo de Deus que ainda tem visto a esposa de Cristo como dividida em si.

É bom seguirmos o exemplo de Daniel que quando o rei Nabucodonosor mandou chamar todos os sábios, magos e encantadores do reino, que certamente seriam de diversas religiões, Daniel atendeu o chamado e foi como representante da sua fé e do seu Deus e nem por isso se dobrou diante de outros deuses. 

Conclusão 

Nós cristãos temos um Deus em comum, temos uma fé em comum, temos uma missão em comum e um inimigo em comum. Por isso precisamos notar que o que nos une é muito maior do que aquilo que nos diferencia uns dos outros. O objetivo da unidade cristã é “que todos sejam um para que o mundo creia” e se queremos que o mundo creia, precisamos ser um.

O povo de Deus vivencia um evangelho marcado pela cruz de Cristo, que é vertical e horizontal, então quando assumimos como válido para nossas vidas o sacrifício feito por Jesus nessa cruz, nos reconciliamos com Deus (vertical) e com o mundo (horizontal). Por isso o sacrifício de Jesus foi completo e determinante, pois nos ensina a “amar a Deus sobre todas as coisas (vertical) e ao próximo como a si mesmo (horizontal)”.

Jesus disse que “bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9). Se você é um filho de Deus, então trabalhe para ajudar sua igreja estar unida e também que se uma com outras comunidades de fé dentro ou fora de sua denominação.

Queremos ser um povo só, falando uma só linguagem. Temos visto muitas coisas da parte de Deus, mas isso é só o começo daquilo que Deus fará através de nós, pois não haverá limites para aquilo que fizermos para o Senhor, pois onde há unidade, há a benção de Deus. Sempre que damos um passo em direção a unidade, Deus nos abençoa ilimitadamente.

A oração de Jesus pedindo ao Pai: “Que eles sejam levados à plena UNIDADE”, expressa não apenas um desejo do coração do Salvador, mas é também o maior segredo para que o mundo conheça o amor de Deus! É esse o nosso maior desejo como igreja.

Agora chegou a vês de nós nos unimos e nos amarmos incondicionalmente. Precisamos rompe a barreira da divisão, e declarar o amor que temos um pelo outro.

Se quisermos alcançar o coração não só dos nossos amigos, familiares, vizinhos, colegas de trabalho, mas de todos aqueles que o Senhor nos dá para cuidar; se quisermos receber todas as promessas de Deus para nós, precisamos buscar a UNIDADE.

Não há como expressar o amor de Cristo se nós, Sua igreja, não formos conhecidos como um único corpo.

Se as pessoas nos olharem e virem desunião e falta de amor, não conseguiremos atraí-las para Jesus. O amor entre nós é o maior testemunho que podemos dar ao mundo. A fé em Jesus, quando vivida com sinceridade, é semelhante a uma dinamite, pois explode montanhas e abre caminhos onde não existiam. Em Jesus, o Espírito Santo alarga nossos horizontes. 

Para você melhorar quem está ao seu lado, primeiramente você deve melhorar a si mesmo. Para que isso aconteça, seja uma pessoa generosa e com o coração aberto a Deus. Tenha um só coração em Cristo Jesus!

Amém!!!

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