domingo, 10 de março de 2019

INTIMIDADE E SEDE DE DEUS

“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Sl. 42:1-2)

Intimidade e Sede de Deus são qualidades marcantes de um cristão que busca avivamento.
Os avivamentos sempre aconteceram em épocas de crise. Em tempos de frieza espiritual, em diversas nações, quando tudo parecia perdido, assolado, cinzento. Deus manifestava-se gloriosamente, contrariando todas as expectativas agourentas e evidenciando o poder do seu braço onipotente. Quando o solo ressequido bramava por água. Deus derramava torrentes sobre a terra seca. "Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes." (Is. 44:3)
Quando a igreja, na sua jornada histórica, se mostrava enfraquecida, falida, desacreditada e sem poder, e pessoas apareciam profetizando seu fim irreversível. Deus a reerguia das cinzas e a colocava na terra como coroa de glória. (Is. 62:1-7)

Hoje também vivemos num cenário de crise espiritual, pois a motivação que faz muitas pessoas hoje procurarem a Deus, é receber uma bênção material. Essa busca não tem como objetivo à manifestação da glória de Deus, mas ao bem-estar do homem, e a satisfação do ego pessoal.

Até mesmo alguns dos discípulos de Jesus, estavam ao seu lado porque eram motivados pelo desejo de alcançarem algum tipo de recompensa material.

Para ilustrar o que acabamos de afirmar quero relembrar-lhes a história de um jovem rico.
Jesus o desafia ao lhe dizer: ”Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.” (Mt. 19:21)
A bíblia relata que aquele jovem amante das riquezas e de seu sucesso na vida material, retira-se triste, por ser dono de muitas propriedades. Ele demonstra que seu coração estava nas riquezas e não em Deus.

Pedro observou aquela cena. Ele viu o jovem rico menosprezar ao convite de Deus.
Naquele instante Pedro comparava  o comportamento do jovem rico com o seu. Pedro era um dos discípulos que havia deixado a tudo para seguir a Jesus. Logo em seguida, entre os discípulos, Pedro toma a palavra e pergunta a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos?” (Mt. 19:27)
Pedro seguia a Cristo, andava ao lado de Jesus, mas seu coração ainda não era avivado pelo amor. Suas motivações ainda eram interesseiras, ele pensava apenas nos benefícios materiais que poderia receber por ser um dos seguidores de Cristo. Pedro pensava mais em si mesmo e nas vantagens pessoais do que no reino.

Jesus diz a uma multidão que vinha de Tiberíades para encontrá-lo: “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou.” (Jo. 6:27)
Jesus não nos nega dar bênçãos materiais, milagres e cura aos que estão enfermos. Ele curou e operou maravilhas na vida de muitos. Porém, Ele deixou claro que devemos trabalhar pelo alimento que permanece para a vida eterna.

Outra realidade que observamos no mundo que chamamos de pós moderno, é que pouco a pouco o antigo evangelho vem sendo substituído por um evangelho antropocêntrico. Tudo gira em torno do homem. O homem é o começo, o meio e o fim. Tudo é feito pelo homem e para o homem. Para muitas pessoas, Deus não passa de um instrumento secundário, que trabalha para a realização de todos os gostos e vontades soberanas do homem. Este evangelho antropocêntrico influencia a vida de muitos crentes. Muita gente vive decretando, dando ordens a Deus, e determinando bênçãos. Deus não é nosso fantoche. Ele é Senhor, Ele é soberano. Ele é quem manda, determina, decreta, controla tudo, nos abençoa e supre todas as nossas necessidades.

Mas, o que assistimos dia a dia, é a divinização do homem e a humanização de Deus.
Muitos estão abandonando completamente a soberania de Deus sobre suas vidas e estão optando por viver sob a tirania da livre decisão.

O avivamento, entretanto, corrige essas distorções, fazendo que as pessoas passem a desejar muito mais a presença de Deus, do que as bênçãos que Ele pode lhes dar.
Através do avivamento, a igreja e os crentes passam a ter mais sede de Deus do que das bênçãos que Ele lhe possa proporcionar. Os crentes passam a buscar mais a intimidade de Deus, e se empenham por alcançá-la; não se contentam com coisas; desejam o próprio Deus.

Quero lembrar-lhes irmãos, que as chuvas de Deus só caem sobre a terra seca. O Espírito Santo só é derramado sobre os sedentos. Esta é a promessa: “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi.  Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajuda: Não temas, ó Jacó, servo meu, ó amado, a quem escolhi.  Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes;  e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas.” (Is. 44:1-4)

A terra seca só é tratada com o derramamento de água. A terra seca simboliza os que tem sede de Deus. E só os que anseiam por Deus, conhecerão a intimidade de Deus. Só os sedentos terão sua sede saciada. "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos." (Mt. 5:6)

Aqui, há uma verdade espiritual que você precisa saber: Quando clamarmos por Deus e ansiarmos por Ele como o sedento deseja água. Quando nosso coração bramar pelo Senhor, então nossa alma será saciada, porque o avivamento é para a terra que está seca, é para os sedentos de Deus e da sua presença.

Vamos verificar esta verdade, à luz do Salmo, que lemos inicialmente. Abra sua bíblia ali.

O salmista está em crise, na tentativa de fugir da opressão esmagadora, ele vai para o deserto do Neguebe, na Judéia, um lugar pedregoso, cheio de cascalho, de montes e vales, cavernas e abismos; um lugar ermo, cáustico, perigoso. O sol ardente o assola, a areia esbraseante fere-lhe os pés, o calor febril arde em seu corpo, a sede forte, implacável, brota-lhe indomável. Seu corpo lateja, treme, sofre a sede adversária.
De repente, olha e vê adiante uma corça, uma cabra montesina que vem célere, ofegante, sôfrega, exausta, arquejante, em busca de água, presa do desespero de abeberar-se, matar a sede perversa e torturante. O pobre animal corre sôfrego em direção à água, bramando, em busca de satisfação interior.
O salmista olha para o animal e vê a sua própria condição: “Deus, essa impaciência da corça pela água retrata, o meu estado, a minha condição, a minha ânsia por ti. Eu não consigo viver sem a tua presença. Eu anseio por ti mais do que tudo.” Então ele diz:
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Sl. 42:1-2)

Em tempos de avivamento, a igreja não se contenta só em receber conhecimento a respeito de Deus. Ela procura conhecer a Deus na intimidade.
Quantos crentes, versados em teologia, que expõem com maestria invulgar e adestrada perícia as grandes verdades a respeito de Deus, que são ortodoxos em suas posições e abominam toda sorte de heresias, entretanto não conhecem a intimidade de Deus. São teóricos. Sabem muito a respeito de Deus, mas não O conhecem.
Quando as Escrituras falam acerca do conhecimento de Deus, não está em foco a questão teórica, mas o conhecimento experimental, vivencial, de intimidade. Jamais alguém conhecerá a Deus apenas compulsando volumosos manuais de teologia, mas levando Deus a sério, tendo sede de Deus e comungando com Deus face a face.

No avivamento, a igreja não apenas lê a Palavra de Deus, mas busca o Deus da Palavra.
Não apenas carrega a Bíblia, mas retém a Palavra.
Não apenas conhece a letra da Palavra, mas conhece o espírito da Palavra.

No avivamento, queremos mergulhar fundo naquele rio da visão do profeta em Ezequiel cap. 47. Não nos contentamos em ficar nas beiradas do rio, mas desejamos ser cobertos pelas águas profundas que simbolizam a intensidade da presença de Deus em nós.

Em tempos de avivamento, a igreja não se satisfaz com nada menos do que o próprio Deus. Deus é a sua busca, sua sede, seu alvo, sua meta, sua paixão.

Na vida de muitos crentes, instalou-se um deserto.
Não sei se você já ouviu falar do deserto do Saara. É o maior deserto do mundo.
A vida espiritual de muitas pessoas,  até mesmo de algumas que estão dentro da igreja,  parece o deserto do Saara, que não tem as águas do Nilo. Tudo é aridez, sequidão. Não há vida exuberante, não há fruto. Há estiagem e sequidão espiritual. Há um agreste cinzento. Muitos estão levando uma vida vazia. Estão desfalecendo.

Temos tudo: templos modernos, boa organização, púlpitos eruditos, conjuntos corais maravilhosos, mas a alma de muitas pessoas estão vazia. Saiba meu irmão, que a alma só se satisfaz com a intimidade de Deus. Temos necessidade de Deus.
Carecemos do orvalho fresco do céu. É isto que Deus diz ao seu povo através do profeta  Oséias: “Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano.” (Os. 14:5)

Como o corpo necessita do pão e os rios correm para o mar, como as águias têm sede das alturas, e as flores carecem do orvalho e do sol, nossa alma busca ansiosamente a Deus. Criada por Deus, vivificada pelo seu sopro, a nossa alma clama por Deus.
É isto que o salmista está dizendo: “A ti levanto as mãos; a minha alma anseia por ti como terra sedenta.” (SI. 143:6)
“Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água," (Sl. 63:1)

A estratégia satanás nos últimos dias, não será tirar crentes das Igrejas.
O grande plano de Satanás talvez não seja tirar cristãos da Igreja, mas afastá-los dos planos e propósitos de Deus para suas vidas.
A estratégia satânica dos últimos dias não será afastar pessoas de igrejas, mas mantê-las nos templos evangélicos frias espiritualmente, com corações distantes de Deus e acostumadas com uma vida sem frutos.
E é isso que está acontecendo atualmente. Tem muita gente com nome de crente, com o rótulo de evangélico, e que anda com a Bíblia debaixo do braço, mas está vivendo sem qualquer testemunho cristão, sem qualquer fruto e pecando contra Deus.

Ao falar sobre os últimos dias, Jesus disse:  “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.” (Mt. 24:12)
Quero novamente enfatizar, que o grande plano maligno de Satanás nestes últimos dias, não será tirar você deste templo, mas transformá-lo num crente frio, que vive sem amor e avivamento.

Estamos em tempo de avivamento. E a chuva será derramada sobre a terra que estiver sedenta! É hora de você se molhar e receber de Deus. E hora de dizer não a Satanás.

Há muitos crentes que estão vivendo como agentes secretos de Jesus. Não se identificam como embaixadores do Rei. Sua vida é tão insípida e tão inexpressiva que ninguém nota que eles são de Jesus, se é que são. Vivem calados, quando se trata de falar de Jesus. São destemidos para falar de futebol. São ágeis para discursar sobre a moda. Conversam com desenvoltura sobre os filmes de sucesso. Conhecem os atores famosos, sabem tudo sobre a novela que está passando, têm destreza em conversar sobre os grandes temas da atualidade, mas não abrem a boca para falar de Jesus. Têm medo. Não estão sendo corajosos. Estão sendo omissos. Precisam de avivamento!

A igreja de Deus não pode ser um exército de mudos. Acredito que o avivamento é derramado para que sejamos testemunhas. Lembre-se do que Jesus disse: "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At. 1:8)

O mover avivador do Espírito, gera testemunhas. E Evangelho meu irmão, é proclamação de boas-novas. Não podemos guardar esse tesouro apenas para nós. Se calarmos, seremos tidos como culpados. A cada dia que deixamos de falar do Evangelho, multidões perecem na perdição eterna e o sangue delas cai sobre nós. Nosso coração deve arder de paixão pelas almas. Temos de proclamar a tempo e fora de tempo!

Diga comigo: “Senhor, Aviva o meu coração com um sentimento de amor por aqueles que não tem Jesus. Aviva o meu coração, colocando sede de ti, aviva o meu coração com o desejo de estar cada vez mais na tua presença, aviva minha vida dando-me forças para não pecar contra ti. Em nome de Jesus, amém!

Acredito, que Deus pode avivar cada vida que está neste lugar, e esta cidade poderá ser sacudida quando um exercito de crentes avivados, inflamados pelo Espírito e impulsionados pelo amor de Deus começarem a se levantar.

Deus nos abençoe a todos nós!


Amém!!!

Um comentário:

Unknown disse...

Amém Pastorzão !!!!